Governo de Minas Apresenta Estudo Sobre os Impactos do Acordo Mercosul-União Europeia no Estado

A conclusão das negociações do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE), oficializada em dezembro de 2024, abre novas perspectivas econômicas para Minas Gerais, um dos principais estados brasileiros em produção e exportação.
Com o objetivo de detalhar os impactos dessa parceria para a economia mineira, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Sede-MG), lança nesta terça-feira (28/1) o estudo intitulado “Análise Conjuntural do Acordo de Parceria entre Mercosul e União Europeia: Perspectivas para Minas Gerais”.
Elaborada pela Diretoria de Promoção de Exportações e Comércio Exterior da Sede-MG, a pesquisa busca evidenciar os benefícios potenciais do tratado para os empreendedores do estado. O estudo está disponível para consulta pública no site do governo.
Oportunidades e desafios para os setores produtivos
Para o Secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, a análise dos efeitos do acordo é essencial para que os empreendedores mineiros compreendam as normas que deverão cumprir.
“Com o conhecimento das exigências do tratado, os setores produtivos mineiros poderão se preparar adequadamente para participar ativamente dessa nova fase nas relações comerciais com a União Europeia”, destaca Passalio.
O acordo prevê reduções nas tarifas de importação, o que permitirá a chegada de insumos ao mercado a custos mais baixos, favorecendo o consumidor final e impulsionando a competitividade das indústrias locais.
Segundo o estudo, a parceria consolida Minas Gerais como um ator estratégico no cenário internacional, ampliando o acesso ao mercado europeu e elevando a competitividade dos produtos mineiros. Entretanto, os produtores precisarão atender a padrões ambientais e sociais rigorosos estabelecidos pela União Europeia, incluindo normas de sustentabilidade, proteção ambiental e combate ao trabalho infantil.
Para o setor cafeeiro, um dos destaques da economia mineira, o desafio principal será ampliar a exportação de café beneficiado, um produto de maior valor agregado e com grande potencial de expansão no mercado europeu.
Minas Gerais e o Comércio com a União Europeia
Em 2023, Minas Gerais superou as exportações de países do Mercosul, como Bolívia, Paraguai e Uruguai. A relevância do estado no comércio exterior também se reflete na União Europeia, sendo Minas o terceiro maior exportador brasileiro para o bloco econômico em 2024.
No ano passado, 20% das exportações mineiras tiveram como destino o continente europeu, consolidando a região como a segunda mais relevante para o estado, atrás apenas da Ásia, que respondeu por 47,2% das exportações.
O fluxo comercial entre Minas Gerais e a União Europeia movimentou mais de US$ 9,3 bilhões em exportações e importações, com um superávit de US$ 3,1 bilhões.
Entre os produtos mais exportados para a União Europeia estão ferro-ligas, minérios de ferro, celulose e café, que juntos responderam por 80,3% do total enviado ao bloco econômico.
Os principais parceiros comerciais de Minas Gerais na União Europeia são Alemanha, Países Baixos e Bélgica. No sentido oposto, a maior parte das importações mineiras oriundas da União Europeia são de produtos de alto valor agregado, reforçando a importância da parceria para o desenvolvimento tecnológico e produtivo do estado.
O estudo apresentado pelo Governo de Minas busca, assim, fornecer subsídios para que o empresariado local possa se preparar para as oportunidades e desafios desse novo capítulo no comércio internacional.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio


Agronegócio
Perspectivas para a Safra de Trigo 2025 em São Paulo: Desafios e Oportunidades no Setor

A primeira reunião de 2025 da Câmara Setorial do Trigo de São Paulo, promovida pelo Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo (Sindustrigo), aconteceu na quinta-feira, 13 de março, na Cooperativa Capão Bonito, localizada em Capão Bonito (SP). O evento, realizado de forma híbrida, abordou os desafios enfrentados pelo setor, as perspectivas para as safras de 2024/2025 e 2025/2026, além de analisar o mercado internacional do grão.
Para a safra de trigo de 2025, a previsão é de estabilidade na área cultivada, apesar de alguns indícios de redução em algumas cooperativas devido à migração de produtores para outras culturas, como sorgo e milho, motivada pelos custos de produção. No entanto, o trigo continua sendo uma opção atraente para os agricultores paulistas, impulsionado pela forte demanda das indústrias moageiras e pela rapidez na comercialização do grão. O vice-presidente da Câmara Setorial do Trigo, José Reinaldo Oliveira, afirmou: “Existem várias alternativas de cultivo, mas o trigo segue competitivo, pois a demanda permanece constante e o estoque disponível para os moinhos é baixo.”
Embora fatores climáticos ainda apresentem incertezas, Oliveira demonstrou otimismo quanto à produtividade da próxima safra. “Se as condições climáticas forem favoráveis, com chuvas regulares e temperaturas adequadas, podemos alcançar níveis de produção semelhantes aos de anos anteriores. O trigo continua sendo uma opção viável, oferecendo segurança econômica ao produtor”, afirmou.
O presidente da Câmara Setorial do Trigo, Nelson Montagna, que participou remotamente, reforçou a importância da expansão da produção estadual. “Há mercado e demanda para o trigo paulista. Precisamos focar na qualidade e no crescimento do setor, que enfrentará altos e baixos, mas a tendência é de progresso”, resumiu Montagna.
Impactos Globais: Guerra e Competitividade no Mercado Internacional
O analista de mercado de trigo da Safras & Mercado, Élcio Bento, abordou o cenário internacional, destacando como os fatores globais influenciam diretamente os preços no Brasil. “O Brasil está atrelado ao mercado argentino, que é influenciado pelas flutuações das bolsas norte-americanas”, comparou Bento. Ele ainda ressaltou que a guerra comercial entre China e Estados Unidos, que em 2018 reduziu drasticamente as exportações de trigo americano para o mercado chinês, pode criar novas oportunidades para o trigo argentino. “Caso os EUA enfrentem restrições, o trigo argentino pode ganhar espaço na China”, explicou Bento.
Outro ponto importante levantado foi o impacto da guerra na Ucrânia, que tem afetado o fluxo de trigo pelo Mar Negro. Bento prevê que, no curto prazo, a normalização desse fluxo poderia aliviar a pressão sobre os preços globais, embora o impacto para a safra de 2025 seja limitado. Ele ainda destacou a crescente competitividade do trigo argentino em relação ao produto americano, apontando que, para atender à demanda paulista, o estado precisará importar o grão.
Atualizações sobre o Cenário Paulista: Desafios e Inovações no Setor
Raquel Nakazato Pinotti, pesquisadora científica da APTA e assessora de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo (SAA), representou o coordenador das Câmaras Setoriais da SAA, José Carlos de Faria Cardoso Júnior. Ela enfatizou a necessidade de uma proposta tributária que considere as especificidades do trigo paulista, sem depender de mandatos políticos. “É essencial criar uma política tributária que apoie a produção e garanta que o produtor tenha as condições necessárias para avançar”, afirmou.
A reunião também abordou o panorama atual do plantio no estado, com as maiores cooperativas paulistas compartilhando suas projeções de produção de trigo. Além disso, foram apresentados estudos sobre novas cultivares e alternativas para mitigar problemas fitossanitários. A APTA trouxe um estudo sobre o uso do Tereoil, um composto de terebintina para desinfecção de fungos contaminantes. A Biotrigo Genética, por sua vez, apresentou um panorama sobre o desempenho das principais variedades cultivadas em São Paulo.
O setor segue com desafios a serem superados, mas as perspectivas para o trigo paulista permanecem positivas, com foco na qualidade e na sustentabilidade da produção.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio
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