Economia

Haddad: corte na Selic dá alento e mostra direção certa do governo

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O corte de 0,5 ponto percentual na Taxa Selic, juros básicos da economia, representa um alívio para a economia brasileira e mostra que o governo está na direção certa, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no começo da noite desta quarta-feira (2).

Segundo o ministro, a redução de 13,75% para 13,25% ao ano ajudará nas contas públicas pelo lado da arrecadação. “Isso dá um alento, porque estávamos vendo uma queda importante na arrecadação”, declarou Haddad.

O ministro ressaltou que a diminuição dos juros básicos é fruto do diálogo entre o governo e o Banco Central, que passou a operar em regime de autonomia desde 2021. Haddad afirmou que as conversas com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sempre ocorreram de forma “mais elevada possível” e que o voto de desempate dado por ele a favor da redução de 0,5 ponto foi “importante” e baseado em dados econômicos.

“É um voto técnico, qualificado, à luz do que ele conhece de economia. O fato de estarmos alinhados hoje não significa uma situação de concessão ao governo. Tenho certeza de que o voto dele foi balizado em análises técnicas”, disse Haddad.

O ministro relatou ter enviado uma mensagem a Campos Neto após a reunião do Copom prometendo trabalhar cada vez mais em “harmonia” com a autoridade monetária. Haddad também informou que comunicará a decisão do BC ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Desafios

Após o primeiro corte nos juros básicos em três anos, Haddad ressaltou o comprometimento do governo com o controle das contas públicas. “[A redução da Selic] vai ajudar muito nas expectativas. Não estamos facilitando em nada o combate à inflação. Temos compromisso com a responsabilidade fiscal e o ajuste que está sendo feito”, destacou.

O ministro disse ter saído “otimista” com a decisão do Copom. “Temos muitos desafios e o comunicado do Copom deixa claro isso. Vamos aguardar os desdobramentos do trabalho junto ao Congresso e ao Judiciário. Saio otimista hoje”, disse Haddad.

Haddad ressaltou que o governo está empenhado em aprovar no Congresso o novo arcabouço fiscal e os demais temas da agenda econômica. O ministro reiterou o pedido de trabalhar em coordenação com os Poderes Legislativo e Judiciário.

“Devemos continuar no mesmo caminho. Ano que vem é muito desafiador. Temos um desafio fiscal importante [zerar o déficit primário]. Temos de sair de dez anos de conflito para dez anos de congraçamento”, comentou Haddad.

Fonte: EBC Economia

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ECONOMIA

CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos

Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

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CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos. Fotos: CRV

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.

De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.

Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.

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Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.

A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.

A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.

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