Hospital público de Rondônia fará transplante de tecido ósseo

A capacitação de profissionais de saúde do Hospital de Base Ary Pinheiro, em Porto Velho, em Rondônia, feita no Rio de Janeiro pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), do Ministério da Saúde, permitirá que, a partir deste mês, o hospital de Rondônia passe a oferecer cirurgias de transplante de tecido ósseo. O primeiro passo neste sentido foi o credenciamento obtido pela unidade hospitalar da rede pública de saúde junto ao Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
Durante a capacitação, os profissionais de saúde viram como é feito o processo de transplante de tecido ósseo no Into, com a expertise do órgão, de modo a fazer a melhor ação possível em seu estado.
“Embora eles tivessem conseguido a autorização do SNT, não tinham experiência para implementar o processo no dia a dia. Por isso, foi importante que eles passassem um período conosco, até para entender como funciona o sistema, desde a captação do tecido, processamento e disponibilização. Isso é importante”, disse à Agência Brasil o chefe do Banco de Tecidos do Into, Rafael Prinz.
Os profissionais de Rondônia acompanharam como funciona o Into na questão do transplante, desde o paciente internado, sua condução para o centro cirúrgico, o cuidado do tecido quando sai do banco e vai para o centro cirúrgico e como ocorre o procedimento, além do acompanhamento ambulatorial pós-operatório. “São vários detalhes do dia a dia em que eles puderam se aprofundar aqui com a gente”, sustentou Prinz.
Suporte
Ele afirmou que mesmo durante a realização do procedimento, o Into vai continuar dando suporte ao Hospital de Base Ary Pinheiro. “Eles já estão identificando os pacientes que estão na fila para realização do transplante, o primeiro paciente que eles vão trabalhar, e o Into dará suporte nesse processo todo de maneira continuada.”
A expectativa do médico do Into é que o primeiro transplante com tecido músculo esquelético seja feito este mês no Ary Pinheiro. Ele entende que isso gera possibilidade de atendimento de pacientes em seu local de origem, o que vai reduzir custos para o Sistema Único de Saúde (SUS), que deixará de arcar com despesas de hospedagem de pacientes de tratamento fora de domicílio (TFD) e dos parentes que o acompanham, para serem transplantados no Into, por exemplo.
“Tem toda uma questão de custeio nos pacientes TFD. E a gente racionaliza os recursos do SUS da melhor maneira. Nada melhor do que esse paciente estar em seu local onde vive, com todo suporte da família e, rapidamente, do serviço hospitalar onde ele operou. Estando mais perto, é muito mais fácil”, opinou.
Todo o material para transplante – ossos, tendões, meniscos e cartilagens – será fornecido pelo Banco de Tecidos do Into. O início do serviço vai impactar a saúde pública da Amazônia, já que o procedimento não é oferecido em nenhum hospital da rede pública nos estados da Região Norte.
Posto avançado
Rafael pretende implementar, nos próximos seis meses, um posto avançado de distribuição de tecidos do Into no hospital de Rondônia, por uma questão de logística. O Banco de Tecidos do Into atende, atualmente, toda demanda de ortopedia nacional.
“Só que, quando a gente fala desse banco, tem que pensar em logística e a gente não tem uma variedade de malha aérea para atender Rondônia em um curto espaço de tempo. Então, se eu tiver lá um posto avançado de distribuição, com controle e supervisão do Banco de Tecidos, em parceria com o hospital, a gente consegue dar um passo muito importante para escalonar esse atendimento, do ponto de vista do transplante ósseo para toda a Região Norte do país, que é pouco atendida, não só por hospitais aptos a transplantar mas, também do ponto de vista do atendimento logístico”, disse o chefe do Banco de Tecidos do Into.
A medida constituirá um passo bastante importante para fomentar que novos hospitais da região se credenciem no SNT. O médico do Into acredita que, com isso, será gerado mais acesso a esse tipo de procedimento pelo SUS na Região Norte. Afirmou, ainda, que o Hospital de Base de Rondônia pode ser uma espécie de projeto modelo do Into. “A ideia é fomentar as ações de transplante de tecido ósseo na Região Norte até 2024”, finalizou.
Fonte: EBC SAÚDE


SAÚDE
Encontro promove troca de experiências internacionais no cuidado a pessoas com sífilis

O Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) promoveu, na terça-feira (11), o webinário Atuação da Enfermagem na Atenção às Pessoas com Sífilis – Relatos de Experiências. O evento, moderado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), em cooperação internacional com o Ministério de Saúde e Bem-estar Social do Paraguai, reuniu profissionais e gestores de enfermagem do Brasil e do Paraguai, proporcionando um espaço para a troca de experiências sobre as melhores práticas no tratamento da sífilis.
Durante o evento, a Coordenação-Geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis brasileira destacou a relevância da troca de experiências entre os profissionais de Saúde entre os dois países para a atualização das práticas de prevenção e manejo da doença, principalmente em gestantes e populações mais vulnerabilizadas, destacando a participação ativa dos profissionais de enfermagem e a colaboração internacional para fortalecer o combate à sífilis na América Latina.
As representantes do Paraguai, enfermeiras Lucia Belém Martinez Alderete e Alan Nícolas Ascona Gonzales, compartilharam experiências no combate à sífilis congênita, com foco em estratégias de monitoramento e gestão. No Brasil, a enfermeira Ivani Gromann apresentou o trabalho realizado na Atenção Primária à Saúde em Cacoal (Rondônia), enquanto o enfermeiro Erasmo Diógenes discutiu as abordagens no atendimento de pessoas em situação de rua em São José do Rio Preto (São Paulo) e Maria Alix (Ceará) sobre o uso racional da penicilina.
O webinário também destacou os desafios enfrentados pelos profissionais de saúde – especialmente em relação à interpretação de exames e à avaliação de cicatrizes sorológicas, que podem levar à tratamentos inadequados, principalmente em gestantes.
Outro ponto discutido foi o uso racional da penicilina no tratamento da sífilis, um medicamento regulamentado para prescrição pela enfermagem, mas que ainda enfrenta desafios para garantir que todos os profissionais de saúde estejam qualificados para utilizá-la corretamente.
Em relação ao atendimento a pessoas em situação de rua, foi apresentado o modelo de cuidado desenvolvido em São José do Rio Preto, enfatizando a distribuição de kits de saúde e a realização de exames no local.
Swelen Botaro e João Moraes
Ministério da Saúde
Fonte: Ministério da Saúde
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