IBGE: desocupação no 1º trimestre foi puxada por Norte e Nordeste

As regiões Norte e Nordeste puxaram a alta no desemprego no primeiro trimestre de 2021, que alcançou a taxa nacional de 14,7%, além do contingente recorde de 14,8 milhões de pessoas, dentro da série histórica iniciada em 2012. É o que mostram os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada hoje (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No Norte, a taxa passou de 12,4% no último trimestre de 2020 para 14,8%. No Nordeste, o indicador foi de 17,2% para 18,6% no mesmo período. Também são as maiores taxas registradas desde 2012. Segundo a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, as demais regiões ficaram estáveis.
“Norte e Nordeste tiveram aumento significativo da procura por trabalho no primeiro trimestre de 2021, elevando a taxa de desocupação nessas duas regiões. Nas outras regiões, o cenário foi de estabilidade na desocupação e na ocupação na comparação trimestral”.
A taxa de desemprego no Sudeste está em 15,2%, no Sul em 12,5% e o Centro-Oeste tem a menor taxa entre as regiões do país, de 8,5%.
Com a alta registrada no primeiro trimestre do ano, o número de desempregados no Norte chegou a 1,2 milhão, um aumento de 187 mil pessoas. No Nordeste, foram 370 mil pessoas a mais, somando 4,4 milhões. A analista destaca que essas regiões também se caracterizam historicamente pela grande taxa de informalidade.
“São regiões onde há menos presença de atividades econômicas com contratação de emprego por meio da carteira de trabalho, por exemplo, e boa parte dos trabalhadores são ocupados no comércio, em serviços mais informais. É uma característica econômica dessas regiões, onde há uma inserção mais precária dos trabalhadores, fazendo com que essa mão de obra informal seja mais preponderante na composição dos ocupados”.
O IBGE estima a taxa de informalidade em 53,3% no Nordeste e 55,6% no Norte, ambas acima da média nacional de 39,6%. Segundo os dados do instituto, dos 34 milhões de trabalhadores informais do país, 10,2 milhões estão no Nordeste e 3,4 milhões no Norte. Já o nível de ocupação, que ficou em 48,4% no país, está em 40,9% no Nordeste e 48,2% no Norte.
Raça e gênero
Enquanto a taxa de desocupação entre os brancos é de 11,9%, abaixo da média nacional de 14,7%, entre as pessoas pardas o indicador é de 16,9% e entre os pretos chega a 18,6%. A analista do IBGE aponta que os números refletem um racismo estrutural existente no país e que foi aprofundado com a crise provocada pela pandemia de covid-19.
“No primeiro trimestre de 2012, a taxa de desocupação da pessoa parda era 37,9% maior do que a de uma pessoa branca. Essa diferença, no primeiro trimestre de 2021, é de 42%. Em relação à população de cor preta, a diferença é maior. A taxa de desocupação de uma pessoa preta é 56,3% maior do que o de uma pessoa branca. Assim como a da população parda, essa não é a maior diferença já registrada. A maior foi no ano passado, no auge da pandemia. É um problema estrutural, que muitas vezes se agrava em momentos de crise do mercado de trabalho”.
Quanto ao gênero, as mulheres representam 43,3% das pessoas ocupadas e 54,5% da população que está em busca de emprego. A desocupação ficou em 12,2% para os homens e em 17,9% para as mulheres. De acordo com Adriana, a taxa aumentou para toda a população durante a pandemia, mas a partir do segundo trimestre de 2020 a diferença entre homens e mulheres se aprofundou.
“A taxa de desocupação da mulher é 46,7% maior do que a do homem e, nesse último trimestre, a taxa cresceu mais entre as mulheres do que entre os homens, mostrando que ainda entre as mulheres o avanço da desocupação está sendo mais intenso”. A pesquisadora destaca também que a inserção no mercado de trabalho ocorre de forma diferente, de acordo com o gênero.
“Elas são maioria na desocupação, embora tenham escolaridade, em média, maior do que a dos homens. Isso tem a ver a com a forma que as mulheres estão conseguindo se inserir. Muitas têm ocupações temporárias, então elas têm maior rotatividade no mercado de trabalho. Muitas conseguem emprego, mas têm que sair para cuidar dos filhos ou de outros membros da família, gerando uma rotatividade ou pequena permanência no trabalho, o que faz com que, muitas vezes, elas estejam tentando se reinserir e constantemente pressionando o mercado de trabalho. Além desse aspecto, a atual crise no mercado de trabalho pode estar acentuando a desocupação entre as mulheres”.
Na análise por idade, a taxa de desocupação entre os jovens de 18 a 24 anos ficou em 31% no primeiro trimestre do ano, com esse grupo etário representando 29% das pessoas desocupadas. O grupo entre 25 a 39 representa a maior parcela de quem busca um emrpego, com 34,6% do total.
Já os grupos de idade entre 40 e 59 anos e de 60 anos ou mais aumentaram a participação entre os ocupados, na comparação com o primeiro trimestre de 2020, passando de 41,1% para 44,1% e de 8,3% para 8,9%, respectivamente.
Edição: Bruna Saniele


ECONOMIA
CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos
Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.
De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.
Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.
Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.
A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.
A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.
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