Infestação por berne causa bilhões em prejuízos à pecuária brasileira

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A infestação por berne, causada pela larva da mosca Dermatobia hominis, representa um dos principais desafios sanitários da pecuária brasileira, impactando diretamente a produtividade e a rentabilidade das propriedades rurais. De acordo com estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), parasitas como o berne geram perdas anuais estimadas em cerca de R$ 106 bilhões para o setor.

O parasita compromete a saúde do rebanho ao provocar feridas que podem levar à perda de peso entre 9% e 14% em animais infestados por 20 a 40 larvas. Além disso, a qualidade do couro, um dos principais produtos da cadeia pecuária, também é afetada. Peles com 10 a 20 perfurações em áreas nobres podem sofrer desvalorização de até 40% no mercado. Segundo a Embrapa, o berne é o parasita que mais impacta negativamente a indústria do couro no Brasil.

As condições climáticas exercem um papel determinante na proliferação do berne. A combinação de umidade e altas temperaturas favorece sua disseminação em todo o território nacional, com picos sazonais registrados em determinadas regiões. Em estados como Mato Grosso do Sul, por exemplo, os surtos mais intensos ocorrem entre setembro e outubro.

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Embora existam tratamentos disponíveis, a maioria das abordagens adotadas atualmente tem caráter curativo, ou seja, os produtos químicos são aplicados somente após a infestação. O pesquisador da Embrapa Gado de Corte, unidade sediada em Campo Grande (MS), destaca que o controle estratégico eficaz é um desafio, pois o ciclo completo do parasita ainda não é totalmente compreendido.

Diante desse cenário, especialistas recomendam a adoção de medidas preventivas para minimizar as infestações. Entre as estratégias mais eficazes estão o manejo adequado dos resíduos orgânicos, a remoção de carcaças, a limpeza das áreas de pastagem, o descarte seletivo de animais mais suscetíveis e a escolha de raças mais resistentes.

A sanidade do rebanho é essencial para garantir a competitividade da pecuária brasileira, e o controle do berne exige atenção contínua. A implementação de boas práticas de manejo e o monitoramento regular da presença de parasitas são fundamentais para reduzir os impactos econômicos e preservar a qualidade da produção de carne, leite e couro no país.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Mercado de Arroz: Preço em Queda e Expectativa por Exportações

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O mercado brasileiro de arroz continua a enfrentar uma queda acentuada nos preços, impulsionada pela colheita que avança rapidamente no país. No Rio Grande do Sul, o processo de ceifa já alcançou 26,21% da área semeada, conforme o mais recente levantamento do Instituto Riograndense do Arroz (Irga). A Fronteira Oeste lidera os trabalhos, seguida pela Planície Costeira Interna, Planície Costeira Externa, Região Central, Campanha e, por último, a Zona Sul.

A aceleração da colheita, em grande parte devido às condições climáticas favoráveis, tem intensificado a oferta de arroz no mercado, o que reforça a pressão para baixo nos preços. “A maior disponibilidade do grão tem influenciado diretamente a baixa nas cotações”, afirma o analista e consultor da Safras & Mercado, Evandro Oliveira.

Em relação aos preços, a média da saca de 50 quilos de arroz do Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista), referência principal no mercado nacional, foi cotada em R$ 83,02 na última quinta-feira (13). Este valor representa uma queda de 6,05% em comparação à semana anterior e um recuo de 15,56% em relação ao mesmo período do mês passado. Além disso, o preço atual é 18,03% inferior ao registrado no mesmo período de 2024.

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Exportações em Perspectiva

Enquanto o mercado doméstico enfrenta a pressão da colheita, as exportações permanecem como um fator de expectativa. Há rumores sobre a saída de um navio de arroz pelo porto de Rio Grande na próxima semana, já com parte da nova safra a bordo. “Para abril, ainda não há contratos fechados, apenas embarques negociados em dezembro de 2024”, explica Oliveira. Além disso, circulam informações sobre dois novos embarques, um de 32 mil toneladas e outro de 25 mil toneladas, com detalhes ainda não definidos sobre variedades ou destinos.

No mercado internacional, o Paraguai continua com contratos firmados em 2024, com preços variando entre US$ 360 e US$ 370 por tonelada. No entanto, os preços atuais caíram para US$ 300 a US$ 310 por tonelada, o que sugere uma maior pressão sobre o mercado global. O país vizinho também realizou vendas antecipadas para embarques em fevereiro, mas não houve novos negócios relevantes desde então.

Nos Estados Unidos, a guerra comercial com o México e as políticas do governo Trump ainda são fatores a serem observados, podendo alterar fluxos de exportação e criar novas oportunidades para fornecedores de arroz de outros países. “Uma escalada na disputa comercial pode fazer com que compradores mexicanos busquem o Mercosul, o que pode beneficiar o Brasil e outros produtores da região”, finaliza Oliveira.

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Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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