Inovação no Controle Biológico Revoluciona Produção de Melão no Rio Grande do Norte

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A Agrícola Famosa, uma das maiores produtoras de melão do Brasil, com sede em Mossoró (RN), enfrentou um desafio considerável em 2005, quando a mosca-minadora (Liriomyza spp.) começou a comprometer severamente a qualidade e a produtividade da fruta, colocando em risco sua competitividade no exigente mercado de exportação. Naquela época, o uso intensivo de defensivos agrícolas estava apresentando limitações, tornando-se ineficaz a longo prazo e causando desequilíbrios ecológicos nas lavouras.

Foi nesse contexto que a agrônoma Ariana Carvalho se tornou peça-chave na implementação de uma solução inovadora, que não apenas transformou a produção de melão da Agrícola Famosa, mas também foi um marco para a agricultura sustentável no Brasil. A missão foi impulsionada pela parceria com a especialista em controle biológico, Louise Labuschagne, da Real IPM, uma empresa baseada no Quênia, que havia desenvolvido técnicas eficazes para o controle da mosca-minadora.

Adaptação do Controle Biológico no Brasil

A primeira etapa foi a visita de Louise às plantações da Agrícola Famosa, onde ofereceu orientações sobre o uso de controle biológico para combater a praga. Ariana, recém-chegada à empresa e fluente em inglês, teve a oportunidade de acompanhar Louise, inicialmente para aprimorar suas habilidades linguísticas, mas logo se aprofundou nas técnicas de manejo biológico, especialmente no uso de parasitoides para controlar a mosca-minadora.

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A proposta de Louise foi baseada na observação de que a mosca-minadora havia se proliferado de maneira descontrolada devido ao uso excessivo de defensivos agrícolas não seletivos, que destruíam tanto as pragas quanto seus predadores naturais. Para solucionar esse problema, a primeira medida foi a criação de áreas de teste, onde a aplicação de defensivos não seletivos foi interrompida, e o monitoramento da presença de parasitoides naturais foi intensificado.

Resultados Promissores e Expansão das Práticas

Após alguns meses, os resultados começaram a aparecer: as larvas da mosca-minadora começaram a ser parasitadas pelos organismos introduzidos. Com o tempo, a população de moscas-minadoras foi drasticamente reduzida, e a introdução dos parasitoides garantiu um controle sustentável da praga. O sucesso desse método permitiu que a Agrícola Famosa não só recuperasse áreas afetadas, mas também melhorasse a qualidade dos melões produzidos, tanto no sabor quanto na aparência, fatores fundamentais para atender ao rigoroso mercado de exportação.

Em 2008, a empresa já observava melhorias significativas em seus frutos, e o conhecimento adquirido por Ariana durante sua experiência no Quênia, ao estudar o manejo integrado de pragas (MIP), contribuiu para a expansão das técnicas de controle biológico. Durante sua estada de 45 dias no Quênia, ela aprendeu com as práticas locais em cultivos de flores, especialmente rosas, e adaptou as soluções para a realidade brasileira.

Incorporação de Novas Práticas e Sustentabilidade

Além do uso de parasitoides, a Agrícola Famosa passou a adotar o fungo Trichoderma, conhecido por suas propriedades benéficas para o solo e para as plantas, complementando o controle biológico com práticas de manejo conservacionistas. Essa combinação contribuiu para um equilíbrio ainda maior no ecossistema das lavouras, tornando a produção mais sustentável e eficiente.

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A adoção de técnicas biológicas no controle da mosca-minadora não só solucionou o problema da praga, como também posicionou a Agrícola Famosa na vanguarda da agricultura sustentável no Brasil. A empresa conseguiu reduzir a dependência de defensivos químicos, melhorou a produtividade e assegurou a entrega de melões de qualidade superior para exportação, sem comprometer a sustentabilidade ambiental.

Exemplo de Inovação para o Setor

O sucesso da Agrícola Famosa com o controle biológico da mosca-minadora destaca como a pesquisa e a inovação podem transformar desafios agrícolas em oportunidades. O pioneirismo da empresa, liderado pela coragem de Ariana em buscar soluções no exterior e pela expertise de Louise, serviu de inspiração para outras empresas do setor, que passaram a adotar práticas semelhantes para otimizar seus processos de produção e reduzir os impactos ambientais.

Esse caso é um exemplo claro de como o conhecimento técnico, aliado à inovação, pode promover uma agricultura mais produtiva e sustentável, transformando a forma como as empresas enfrentam os desafios impostos pelas pragas agrícolas.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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Sistema Faemg Senar alerta para desafios da cafeicultura na safra 25

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A cafeicultura mineira enfrenta um cenário desafiador para a safra 2025, com impacto do clima adverso na produção e forte volatilidade no mercado. Segundo um informativo do Sistema Faemg Senar, a falta de chuvas e as altas temperaturas prejudicaram o desenvolvimento das lavouras, enquanto os preços futuros do café oscilaram diante da incerteza sobre a oferta brasileira. O relatório também aponta que as exportações no Sudeste Asiático seguem aquecidas, o que pode influenciar a competitividade do produto nacional.

De acordo com o levantamento, o desempenho das exportações de café no Vietnã e na Indonésia tem apresentado resultados contrastantes. No Vietnã, entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025, os embarques totalizaram 11,44 milhões de sacas, embora ainda abaixo dos 13,24 milhões de sacas registrados na safra anterior. A principal razão dessa queda está relacionada à menor produção e estoques reduzidos. Já na Indonésia, o cenário é mais positivo. As exportações da temporada 2024/2025, entre abril de 2024 e janeiro de 2025, somaram 6,49 milhões de sacas, superando as expectativas e refletindo um aumento de 20% em relação ao ano anterior. A recuperação da safra e os preços atrativos ajudaram a impulsionar os embarques, e a estimativa é que as exportações alcancem 7,9 milhões de sacas.

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No Brasil, as incertezas sobre a produção continuam a afetar o mercado. O contrato de café para maio de 2025, que atingiu 410 c/lb, reflete o impacto de um clima adverso e a redução da oferta. Embora as previsões de chuvas possam suavizar a pressão sobre os preços, a alta volatilidade no mercado continua a ser um fator de preocupação para os produtores. No mercado físico de Minas Gerais, em fevereiro de 2025, o preço do café arábica tipo 6 registrou um aumento de 2,7%, com as regiões produtoras apresentando variações significativas: a Chapada de Minas teve uma alta de 13,8%, atingindo R$ 2.730/sc, enquanto o Cerrado Mineiro registrou R$ 2.701/sc, com um aumento de 5,7%.

Os desafios climáticos, como as altas temperaturas e a falta de chuvas, também afetaram a fase crítica da granação dos frutos, que define a qualidade e a produtividade da safra. A previsão para março é de retorno das chuvas em volumes acima da média histórica, especialmente nas regiões Sul de Minas, Campos das Vertentes e Montanhas de Minas. Com isso, a recomendação para os cafeicultores é seguir as previsões meteorológicas e intensificar o manejo fitossanitário das lavouras, controlando pragas e investindo em práticas nutricionais para garantir um bom desenvolvimento das plantas.

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A expectativa é que os preços do café fiquem entre R$ 2.500 e R$ 3.000 por saca até a entrada da safra, mas com uma possibilidade de queda devido à colheita. A orientação é que os produtores se atentem ao gerenciamento da produção, para mitigar perdas e otimizar os resultados durante este período de incerteza.

Fonte: Pensar Agro

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