Cultura

“Jorge Amado mudou a vida de muita gente por seus livros”, diz neto

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No último sábado (10), o escritor Jorge Amado (1912-2001) completaria 112 anos de nascimento. Há oito anos, como forma de celebrar a sua memória e o seu legado, a Fundação Casa de Jorge Amado realiza a Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô), sempre em seu aniversário.

Autor de livros como Dona Flor e Seus Dois Maridos, Tenda dos Milagres, Tieta do Agreste, Gabriela, Cravo e Canela e Tereza Batista Cansada de Guerra, Jorge Amado é a tradução da Bahia. “Meu avô sempre dizia que não tinha criado os personagens que lhe deram fama e notoriedade. Ele apenas tinha reconhecido aqueles personagens prontos no povo da Bahia”, contou o neto do escritor, Jorge Amado Neto.

Os romances escritos por Jorge Amado apresentam as ruas, os casarios, o povo, os cheiros e os costumes baianos, mas em sua obra também sempre esteve muito presente a reflexão sobre os problemas sociais brasileiros. “A partir do momento em que Jorge Amado começa a escrever e à medida em que vai desenvolvendo sua literatura, ele vai demonstrando que é necessário, sim, por meio da cultura e da literatura, enfrentar questões sociais. Ele coloca esses problemas em uma situação de evidência para chamar as pessoas a repensar e a criar uma consciência social”, acrescentou Neto.

“Ele fez parte de uma geração de notáveis, que foi responsável pela própria construção da identidade do baiano. Aquilo que a gente hoje chama de baianidade – da forma de falar, de resolver questões, de se posicionar, a forma de se comunicar, de se vestir e de externar a cultura por meio da alegria, da dança, da música e das artes – ele, juntamente com outras pessoas da época, como Calasans Neto, Carybé, João Ubaldo Ribeiro e Dorival Caymmi, foi responsável por dar uma identidade ou consolidar essa identidade muito marcada da Bahia”, afirmou.

Memórias de família

Jorge Amado Neto tinha 16 anos quando seu avô morreu. “Eu tinha uma ligação muito grande com ele, que me chamava de meu compadre. Ele falava: ‘meu compadre, vem aqui para eu conversar com você’. Aí eu ia lá, eu devia ter uns cinco para seis anos. Minha avó vinha atrás de mim e ele falava: ‘Zélia, isso aqui é uma conversa de homens. Aqui sou eu e meu compadre aqui’. E eu ficava todo chique, me achando”, contou.

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“Tem uma história que é famosa, que eu já contei até algumas vezes, que foi quando eu saí pra colher uns jambos aqui [na casa do Rio Vermelho]. No jardim, colhi um cesto de jambos. Cheguei com esses jambos pra ele, que estava assistindo televisão. Eu falei: ‘tudo bom, meu amor? Quer comprar uns jambos aqui na minha mão?’ Aí ele respondeu: ‘mas, vem cá, você vai no meu jardim, pega meus jambos, e vem aqui pra me vender?’. E eu respondi: ‘mas tive trabalho de colher, subi no jambeiro podendo cair, tá tudo lavadinho aqui pra você’. Ele achava o máximo essas coisas e dizia: ‘Pegue lá minha carteira. Qual é o preço dessa cesta aqui de jambos?’. Eu dizia um valor e depois chegava nele e falava: ‘me dá um desses jambos aí?’. E ele respondia: ‘mas você acabou de vender!’. E eu acrescentava: ‘Pois é, agora são seus. Estou lhe pedindo um porque não comi antes de lhe vender’. E ele então me deixava pegar os jambos”.

Legado

Em entrevista à Agência Brasil na Casa do Rio Vermelho, em Salvador, onde seu avô e sua avó Zélia Gattai viveram, Jorge Amado Neto refletiu sobre o legado deixado por ele. “Repare que muitas pessoas que não conheciam o Brasil, que nunca tinham vindo à Bahia, vieram nos visitar a exemplo de [Jean-Paul] Sartre, de Simone de Beauvoir, de Nicolas Guillén e tantas outras personalidades, porque leram Jorge Amado. Como foi muito divulgado e publicado em outros países, ele deu a oportunidade de as pessoas do outro lado do mundo experimentarem um pouco dos cheiros e dos sabores da nossa terra. Ninguém mais do que Jorge Amado trouxe mais gente de outros países pra cá, a fim de conhecer aquilo que só estava nas folhas dos livros”.

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Esse legado, contou Neto, perpassa os romances escritos pelo avô e sua importância para a cultura brasileira. Há também, muito fortes, as memórias que ele deixou dentro da família. “Meu avô foi uma das melhores pessoas que conheci porque era amoroso, brincalhão, presente. Ele fazia tudo que um avô faz com seus netos: levava pra passear, brincava, tomava sorvete. Sinto muita saudade dele e digo que as pessoas que reconhecem Jorge Amado como um grande escritor, muitas vezes não o conhecem na sua intimidade”.

Para a família, o escritor deixou valores como honestidade, hombridade e justiça. “Eu tenho certeza que esse foi o maior patrimônio que ele deixou pra gente”, disse. Já para o Brasil, analisou o neto, ficou como herança o exemplo de escutar os marginalizados pela sociedade.

“Meu avô foi um dos maiores escritores do Brasil e o responsável por uma mudança de paradigma na literatura brasileira, porque começou a dar voz a vários segmentos sociais que eram totalmente colocados à margem como a figura da mulher, do negro, do pobre e dos desvalidos”, disse o neto. “Em um período em que você não tinha os direitos reconhecidos para essas pessoas, ele teve papel muito importante em dar voz e visão para elas. Acho que ele foi um grande mestre de literatura, mas teve também importância social muito grande. Mudou a vida de muita gente por meio de seus livros”.

*A repórter e a fotógrafa viajaram a convite do Instituto CCR, patrocinador da Flipelô.

Fonte: EBC GERAL

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Indonésia: Marido encontra mulher sendo devorada por cobra píton

O incidente ocorreu em uma plantação de seringueiras onde a vítima trabalhava.

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Indonésia: Marido encontra mulher sendo devorada por cobra píton. Foto: Reprodução

Em uma vila rural na Indonésia, uma mulher de 57 anos, identificada como Hapsah, foi encontrada sem vida após ser engolida por uma cobra píton de cinco metros. O marido de Hapsah, Safri, fez a descoberta macabra enquanto a cobra ainda tentava consumir completamente o corpo da esposa. O incidente ocorreu em uma plantação de seringueiras onde a vítima trabalhava.

Safri iniciou a busca por Hapsah quando ela não retornou para casa no horário habitual. Ao ouvir um grito de socorro, ele correu até a plantação e encontrou a cobra enrolada ao corpo da esposa. O policial local, Iptu Usaha Sitepu, relatou que Hapsah já estava morta devido à pressão exercida pela cobra antes da chegada de Safri. “Ele sabia que ela estava morta”, afirmou o policial. “Mesmo assim, ele conseguiu puxar a píton e bateu nela até que soltasse o corpo de Hapsah.” Depois que recuperaram o corpo, os moradores da vila mataram a cobra e a exibiram para a comunidade antes de enterrá-la.

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Ataques de Pítons na Indonésia

A Indonésia tem visto um aumento preocupante de ataques de pítons nos últimos anos. Em julho deste ano, descobriram o corpo de Farida, uma residente da região, dentro de uma píton. Moradores da vila de Kalempang encontraram seus pertences e, posteriormente, o réptil com uma barriga inchada.

As pítons, comuns no Sudeste Asiático, se alimentam de grandes mamíferos, usando a constrição para matar suas presas. A tática envolve envolver-se ao redor da vítima e apertá-la até que ela morra por asfixia.

O aumento nos ataques de pítons na Indonésia está ligado ao desmatamento e à exploração de áreas tropicais para a extração de óleo de palma, uma das gorduras vegetais mais consumidas globalmente. A exploração desenfreada desses recursos ameaça o habitat das pítons e outras espécies selvagens. A proximidade das serpentes com as áreas urbanas e a interação com trabalhadores durante atividades de extrativismo têm contribuído para o aumento desses incidentes.

As autoridades locais alertam para os cuidados necessários em áreas florestais e reforçam a importância de medidas preventivas para proteger as comunidades rurais da ameaça crescente das cobras píton.

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