Diante da crescente demanda global por minerais industriais, o depósito de caulim do Rio Capim, localizado no Pará, pode se tornar um dos principais polos de produção do país. Para viabilizar novos investimentos na área, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) realizará, no dia 25 de março, em Brasília, o leilão do ativo minerário.

Com um potencial estimado em cerca de 790 milhões de toneladas de recursos, o caulim do Rio Capim é amplamente reconhecido no mercado internacional pela sua qualidade e pureza. Na fase inicial do contrato, o vencedor do certame deverá investir até R$ 10 milhões em pesquisas minerais para aprofundar os estudos na região.

Segundo Maisa Abram, chefe do Departamento de Recursos Minerais do SGB, o leilão representa uma oportunidade estratégica para fortalecer o setor mineral brasileiro. “Os recursos são compostos por uma espessa camada de minério de alta alvura e baixo teor de impurezas. Estamos confiantes de que esse processo trará benefícios significativos para a economia e o avanço tecnológico do setor”, destacou.

O depósito está dividido em duas áreas — Bloco Sul e Bloco Norte — totalizando 10 mil hectares. Além de fomentar a atividade minerária, o leilão tem potencial para impulsionar a economia regional, gerar empregos e aumentar as exportações brasileiras, uma vez que o caulim do Rio Capim possui grande valorização no mercado externo.

Brasil Entre os Maiores Produtores Globais de Caulim

O Brasil ocupa uma posição de destaque no mercado global de caulim, figurando entre os seis maiores produtores, ao lado de Estados Unidos, Uzbequistão, Alemanha, República Tcheca e Turquia. Atualmente, cerca de 96% da produção nacional é destinada à exportação, conforme aponta o Relatório de Reavaliação do Patrimônio Mineral – Projeto Rio Capim, elaborado pelo SGB. Os estudos sobre os recursos minerais da região foram conduzidos entre as décadas de 1970 e 1990, sendo reavaliados em 2018.

Amplamente utilizado em diversas indústrias, o caulim desempenha um papel fundamental na fabricação de papel, conferindo opacidade, brilho e qualidade de impressão. No setor cerâmico, é essencial para a produção de porcelanas, louças sanitárias e azulejos, garantindo resistência e plasticidade. Além disso, o mineral é aplicado na indústria de cosméticos, borrachas, plásticos e tintas, além de ser utilizado na agricultura como um agente de proteção sustentável para as plantações.

Leilões do SGB Reforçam Mineração Sustentável

Em 2024, o Serviço Geológico do Brasil promoveu leilões de quatro ativos minerários — ouro, diamante, fosfato e agrominerais — reforçando seu compromisso com a mineração sustentável e a valorização estratégica dos recursos naturais.

Essas iniciativas evidenciam o esforço do SGB em equilibrar o crescimento da indústria mineral com a preservação ambiental, contribuindo para ampliar o conhecimento geológico do país e consolidar o Brasil como um dos principais players do mercado global de minerais.

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Fonte: Portal do Agronegócio