Lula: é preciso preservar atrativos naturais para impulsionar turismo

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O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, destacou hoje (20) a importância da preservação dos atrativos culturais e naturais do país. Segundo ele, o Brasil é “um país que tem coisas bonitas para ver, mas que estão abandonadas”. O candidato participou de um encontro com representantes do setor do turismo em um hotel na capital paulista.

Para Lula, seria possível ter como atrativo a diversidade de povos indígenas que vivem no território nacional. No entanto, antes disso, o candidato acredita que é preciso dar mais atenção a essas comunidades. “Era importante você levar gente para ver uma tribo indígena, mas aquelas pessoas têm que comer. Eles precisam estar bem para mostrar que eles são bem tratados. Não é você abandoná-los à miséria e achar que aquilo é uma atração turística”.

Outro fator que tem, segundo o candidato, comprometido belezas naturais do país é a falta de um controle adequado na ocupação das áreas de litorâneas. “Nós temos praias aqui no litoral norte [de São Paulo] em que os condomínios tomaram conta da praia. Você tem que pedir licença para entrar na água. Em [Balneário] Camboriú [SC], eles construíram os prédios, achando que era moderno, que fazem sombra no mar. Se você quiser tomar sol, tem que ir atrás do prédio”, exemplificou.

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O desmatamento e garimpo na Amazônia também têm, segundo Lula, dificultado a expansão do turismo na região. “Não vai vir turista aqui se a nossa imagem for o desmatamento que a gente está vendo. Eu já tomei banho nas praias do Rio Tapajós. Aquela praia é azul como anil, mostrar aquela praia com a água marrom por causa do mercúrio não vai trazer turista. Então, essa luta contra o desmatamento, contra as queimadas, garimpo ilegal, contra a ocupação da Amazônia. por quem quer que seja, é um compromisso de todos nós”.

Lula acredita ainda que seja necessário enfrentar os problemas sociais e fazer um esforço para melhorar a imagem do país para o resto do mundo como forma de atrair mais visitantes estrangeiros. “Mau humor não atrai turismo. Fome não atrai turismo. Pobreza não atrai turismo. Violência, muito menos. E tudo [isso] nós temos aqui no Brasil, até em excesso”, disse. “Atrair turista significa você vender a ideia de uma coisa boa”.

Para o candidato, a atividade turística tem um forte potencial para geração de empregos. “Nós vamos ter que ter em conta que o turismo é uma fonte muito grande e rápida para criar emprego”, disse.

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As soluções para impulsionar esse ramo da economia devem, na opinião de Lula, ser pensadas em conjunto com a sociedade, não impostas pelos governos. “Se o Conselho de Turismo não está funcionando, nós vamos fazer o conselho voltar a funcionar. Porque não é o presidente da República ou o ministro que tem que dar conta do recado, o nosso papel é extrair da sociedade aquilo que ela tem de extraordinário que é a criatividade, para que a gente possa fazer o melhor possível”.

Edição: Fábio Massalli

Fonte: EBC Política Nacional

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POLÍTICA NACIONAL

Votação de emenda que pedia eleições diretas completa 40 anos

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Há 40 anos, no dia 25 de abril de 1984, uma votação no Plenário da Câmara dos Deputados frustrou a expectativa de grande parte da população brasileira, que esperava poder votar para presidente por meio de eleições diretas. Nesse dia, uma proposta de emenda à Constituição para restaurar a eleição direta para presidente a partir de 1985, depois de 20 anos de ditadura militar, foi rejeitada pelos parlamentares. 

A emenda, apresentada pelo então deputado federal Dante de Oliveira (PMDB-MT), teve 298 votos a favor, 65 contra, três abstenções e 113 ausências. Por ser uma emenda, era preciso 320 votos favoráveis para ser encaminhada ao Senado Federal. 

“Esses 22 votos que a emenda não teve para ser aprovada foram decisivos para jogar a população numa tremenda depressão, que a gente via pelas ruas”, lembra a historiadora Vania Cury. Apesar do clima de “velório” após a rejeição da emenda, o sentimento era de esperança, segundo ela. 

“A conversa entre os líderes ali, entre as pessoas que participaram da campanha, era ‘não vamos deixar cair a peteca, vamos continuar lutando por eleições diretas’. Mas num primeiro momento acabaram concordando que o Tancredo [Neves] fosse o candidato para o colégio eleitoral”, lembra. 

O jornalista Ricardo Kotscho, que acompanhou a votação, disse que, apesar da derrota da emenda, o assunto mexeu com o país. “De qualquer maneira, o movimento já era vitorioso, porque mobilizou o Brasil inteiro, inclusive a imprensa, que aos poucos foi entrando na cobertura”, disse, lembrando dos grandes atos públicos que aconteceram antes da votação. 

Com a derrota da Emenda Dante de Oliveira, a primeira eleição de um presidente civil após a ditadura militar aconteceu no Colégio Eleitoral, formado pelos membros do Congresso Nacional e por  delegados eleitos nas assembleias legislativas dos estados. O então líder da oposição, Tancredo Neves, superou o então deputado Paulo Maluf, apoiado pelo regime militar, por 480 votos contra 180.

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Após a morte de Tancredo Neves, ainda antes da posse, o vice-presidente eleito José Sarney assumiu a Presidência do Brasil. Após a promulgação da Constituição, em 1988, o Brasil voltou a ter eleições diretas para presidente, com a eleição de Fernando Collor, em dezembro de 1989.

A derrota da Emenda Dante de Oliveira e o movimento pelas Diretas Já no país são tema do programa Caminhos da Reportagem, que será transmitido neste domingo (28), às 22h, na TV Brasil

Participação popular

Brasília (DF) 16/04/2024 -  Comício Diretas Já  Foto: EBC Brasília (DF) 16/04/2024 -  Comício Diretas Já  Foto: EBC

Comício Diretas Já – Foto: EBC

A votação da proposta de eleições diretas para presidente foi precedida de uma série de atos públicos, que ficaram conhecidos como a Campanha pelas Diretas Já. Em 25 de janeiro de 1984, mais de 300 mil pessoas se reuniram na Praça da Sé, em São Paulo, com mobilização de políticos, artistas, esportistas e trabalhadores de diversas categorias. 

Um dos participantes foi o metalúrgico aposentado João Paulo Oliveira, que também ajudou a levar outras pessoas para o comício. “A gente vinha de ônibus, vinha de táxi, tinha gente que não tinha dinheiro para vir até a praça, e nós fazíamos vaquinha para essas pessoas virem aqui também”, lembra.

Com a proximidade da votação da emenda no Congresso Nacional, as manifestações populares ficaram mais lotadas. No dia 10 de abril de 1984, cerca de 1 milhão de pessoas participaram de um comício na Candelária, no centro do Rio de Janeiro, em um dos principais atos do movimento das Diretas Já. 

A atriz Lucélia Santos, militante pela anistia dos presos políticos, também foi à Candelária naquele dia. “Todo o Brasil estava lá na Candelária naquele pôr do sol. Foi uma confluência de energias positivas, onde a arte, os artistas, eram parte efetivamente”, lembra a atriz, que tinha ficado conhecida pelo papel da protagonista da novela A Escrava Isaura, de 1976.  

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O último e maior comício das Diretas Já aconteceu no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, e contou com 1,5 milhão de participantes. O evento foi no dia 16 de abril de 1984, a nove dias da votação da emenda no Congresso.  

“O comício do Anhangabaú, eu acho que foi o grande divisor de águas na história brasileira entre a ditadura e a democracia. Foi a partir daquele dia que o Brasil estava voltando para a democracia”, avalia o jornalista Ricardo Kotscho, então repórter do jornal Folha de S.Paulo em 1984 e rodou o país cobrindo as manifestações pelas eleições diretas. 

Entre os participantes no ato também estava o então jogador do Corinthians Walter Casagrande Júnior, um dos principais nomes da chamada Democracia Corintiana, movimento no qual jogadores e outros profissionais do time decidiam, no voto, questões como as regras da concentração e até a contratação de atletas. Ele conta a emoção que sentiu ao ir com outros jogadores ao comício e, mesmo sendo reconhecidos, o foco não era o time ou o futebol.  

“Eu fiquei bastante emocionado já dentro do metrô, porque as pessoas reconheceram a gente e não falaram de futebol, e eu percebi que o foco e o pensamento de todos era o mesmo, pouco importava se eu, o Magrão [apelido do ex-jogador Sócrates], o Wladimir [ex-jogador], jogávamos no Corinthians, se o cara era gari, se o outro ali era secretário, se o outro trabalhava na padaria, se o outro é office boy. Ali dentro daquele metrô estávamos todos iguais, com o mesmo pensamento, com foco na nas diretas, na Emenda Dante de Oliveira”, lembra Casagrande. 

* Colaboraram Thiago Padovan e Ana Passos, da TV Brasil

Fonte: EBC Política Nacional

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