Ministério diminui para US$ 70,9 bi projeção de superávit comercial

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A quebra da safra de diversos produtos e o aumento das importações fizeram o Ministério da Economia reduzir a estimativa de superávit da balança comercial (diferença entre exportações e importações) este ano. Revisada a cada três meses, a projeção caiu de US$ 105,3 bilhões na estimativa de julho para US$ 70,9 bilhões em outubro.

Mesmo com a diminuição, a nova estimativa garantiria recorde para a balança comercial, caso se concretize. Até agora, o maior superávit da balança comercial foi registrado em 2017, quando o país exportou US$ 56,04 bilhões a mais do que importou.

A nova previsão está mais em linha com as estimativas do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 70,7 bilhões neste ano.

Exportações

A previsão para as exportações em 2021 caiu de US$ 307,5 bilhões, nos números apresentados em julho, para US$ 281 bilhões. Mesmo assim, a estimativa está 34,3% maior que o total exportado em 2020.

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Segundo o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão, a desaceleração nos preços de commodities (bens primários com cotação internacional) contribuiu para a revisão nos números. Ele citou o minério de ferro, cujo preço internacional da tonelada caiu de US$ 160 em agosto para US$ 120 em setembro.

Além da queda no preço das commodities, as exportações estão sendo prejudicadas pela quebra de safras em alguns produtos, ocasionada pela seca e por geadas no centro-sul. De janeiro a setembro, o volume dos embarques de produtos agropecuários caiu 8,7% em relação ao mesmo período de 2020. A balança comercial só não foi impactada mais severamente porque os preços médios subiram 23,7% na mesma comparação.

Importações

Em relação à estimativa para as importações neste ano, o Ministério da Economia aumentou a projeção de US$ 202,2 bilhões, em julho, para US$ 210,1 bilhões, agora. Caso se concretize, a projeção equivale a um crescimento de 32,3% em relação ao total importado em 2020.

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“Vivemos uma recuperação da demanda interna por conta do aumento da atividade econômica. Maior atividade econômica demanda mais bens importados. Por exemplo, partes e peças, adubos e fertilizantes também, por conta da produção agrícola”, disse Brandão.

Além do crescimento econômico que estimula a demanda por produtos importados, o subsecretário citou a elevação de preços internacionais de diversos itens importados pelo Brasil. Ele citou especialmente os combustíveis e o gás natural como produtos que ficaram mais caros nos últimos meses, refletindo-se no aumento das compras do exterior.

Edição: Fernando Fraga

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ECONOMIA

CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos

Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

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CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos. Fotos: CRV

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.

De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.

Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.

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Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.

A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.

A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.

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