Municípios do Rio começam a receber vacina Oxford-AstraZeneca/Fiocruz

A distribuição para os 92 municípios das doses da vacina Oxford/AstraZeneca, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que o Ministério da Saúde disponibilizou para o Estado do Rio de Janeiro. O trabalho está sendo feito pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). As vacinas estão saindo da Coordenação Geral de Armazenagem (CGA) da SES, em Niterói, na Região Metropolitana, e são transportadas por meio de helicópteros e por terra com o uso de pequenos caminhões. O estado tem 92 municípios e, entre eles, a capital já recebeu.
De acordo com a SES, serão disponibilizadas 176.220 doses aos 92 municípios do Estado. “Cerca de 4,8% das 185 mil doses destinadas ao estado ficarão sob a guarda da Secretaria de Estado de Saúde, como reserva estratégica, guardadas na Coordenadoria Geral de Armazenagem (CGA)”, informou a secretaria.
“A SES-RJ, de forma responsável e transparente, informa que fez essa opção de manter uma reserva estratégica mínima para atender aos municípios em casos de eventuais perdas de doses durante a aplicação e realizar as devidas correções tão logo os municípios enviem informações”.
O esquema de transporte usa cinco helicópteros um da Secretaria de Estado de Polícia Civil, duas do Corpo de Bombeiros e duas do governo do Estado, que estão levando as doses para 88 cidades das regiões Norte, Noroeste, Serrana, Baixada Litorânea, Médio Paraíba, Costa Verde, Centro Sul e Metropolitana I. Para os municípios do Rio, Niterói, São Gonçalo e Maricá as vacinas estão sendo levadas por caminhões.
O Estado segue as orientações do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde e as vacinas serão destinadas ao público prioritário, conforme indicou o ministério nos informes técnicos recebidos pela SES. As recomendações para aplicação da vacina aos municípios, foram encaminhadas por meio de uma nota informativa da Subsecretaria de Vigilância em Saúde da SES que tinha recebido um informe técnico ontem (24).
Os grupos prioritários são pessoas com 60 anos ou mais e maiores de 18 anos com deficiência que vivem em instituições; povos indígenas em terras indígenas; profissionais de Saúde envolvidos na vacinação dos grupos elencados; os trabalhadores das Instituições de Longa Permanência de Idosos e de residências inclusivas (Serviço de Acolhimento Institucional em Residência Inclusiva para jovens e adultos com deficiência); e trabalhadores dos serviços de saúde envolvidos diretamente no atendimento de casos suspeitos e confirmados de covid-19.
A Vigilância em Saúde encaminhou ofício às cidades recomendando que as secretarias municipais de saúde façam uma busca ativa para levantar casos de idosos e deficientes vivendo em instituições que não estejam cadastradas no Ministério da Saúde e, por isso, possam não ter recebido ainda doses da vacina CoronaVac. Essas possíveis divergências devem ser comunicadas pelos gestores municipais à Subsecretaria de Vigilância em Saúde para que possam ser resolvidas.
A Subsecretaria de Vigilância em Saúde informou ainda que todas as doses da vacina de Oxford/AstraZeneca enviadas pelo Ministério da Saúde para o estado do Rio serão distribuídas aos municípios em única remessa para aplicação imediata. A medida, segundo a SES, está em conformidade com as prioridades do PNI. A decisão foi tomada tendo em vista que a aplicação da segunda dose pode ser realizada com intervalo de 90 dias após a primeira.
As primeiras doses da vacina Oxford-AstraZeneca/Fiocruz foram aplicadas no sábado durante a cerimônia na Fundação Oswaldo Cruz para o início da distribuição aos estados dos imunizantes que chegaram da Índia. Receberam a vacina o infectologista do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz (INI/Fiocruz), Estevão Portela e a médica pneumologista do Centro de Referência Professor Helio Fraga, também da Fiocruz, Margareth Dalcolmo. Os dois atuam na linha de frente da assistência a pacientes de covid-19 desde o início da pandemia. A terceira pessoa a receber a dose foi a médica Sarah Ananda Gomes, que é também coordenadora da equipe de Cuidados Paliativos no Hospital Felicio Rocho, onde participou das comissões de crise do covid-19 e na Clínica Oncocentro/ Oncoclinicas em Belo Horizonte. A médica tem origem indiana.
CoronaVac
De acordo com a SES, a remessa da segunda dose da vacina CoronaVac para os municípios está programada para a primeira semana de fevereiro, para serem aplicadas nas mesmas pessoas que receberam a primeira dose, com isso, será respeitado o intervalo de 21 dias entre a primeira e a segunda dose.
Balanço
Segundo a SES, até as 18h de ontem, 86 municípios registraram 92.982 pessoas imunizadas contra a covid-19 no estado. “O balanço foi realizado por meio de busca ativa, a partir da gerência de Imunização da Vigilância Epidemiológica da Subsecretaria de Vigilância em Saúde, junto às coordenações/gerências de imunização dos 92 municípios do Estado”.
Edição: Valéria Aguiar


SAÚDE
“Considero o Conselho a maior barreira para o negacionismo nesse país”, afirma Padilha durante reunião do CNS

Nesta quinta (13), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, marcou presença na 364ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde (CNS), na sede do Ministério da Saúde, em Brasília. A agenda recordou os cinco anos da pandemia de Covid-19, além de abordar a participação social na garantia da equidade dos direitos das mulheres e as ações do Programa Brasil Saudável. O atendimento da população em situação de rua na atenção primária também foi uma das pautas.
Esta foi a primeira participação de Padilha em uma reunião do Conselho, desde que reassumiu a pasta na última segunda (10). Durante a plenária, ele falou das suas expectativas para os próximos dois anos e agradeceu o trabalho do CNS na luta pela defesa do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Alguns sentimentos me movem ao voltar para o Ministério da Saúde e um deles é consolidar a pasta com gestores municipais e estaduais. Como um espaço de controle social, o Conselho Nacional de Saúde é a maior barreira para o negacionismo nesse país e isso nos impulsiona para ser uma referência mundial”, declarou o ministro.
A presidente do CNS, Fernanda Magano, agradeceu a presença de Padilha na reunião. “É muito importante esse diálogo e os compromissos aqui estabelecidos na defesa do nosso Sistema Único de Saúde. Esperamos que essa reconstrução seja muito proveitosa para as entregas necessárias pela democracia e garantia da vida no nosso país”, declarou.
- 364ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde (CNS), na sede do Ministério da Saúde, em Brasília (Foto: Taysa Barros/MS)
Para o representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), José Ramix, é urgente a participação e valorização da diversidade na saúde: “Precisamos estimular estratégias que fortaleçam o controle social e a gestão participativa, além de reconhecer o protagonismo dos territórios e das diversas populações dos municípios brasileiros”, observou.
Durante sua fala, o ministro reforçou o pedido de Ramix e destacou, mais uma vez, a urgência da entrega e a obsessão pela redução no tempo de espera pelos atendimentos especializados. “Só vamos conseguir fazer isso acontecer com uma atenção primária fortalecida, valorizada e equilibrada, além de reorganizar as redes de média e alta complexidade”, pontuou.
Ana Freire
Ministério da Saúde
Fonte: Ministério da Saúde
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