Nissan Leaf 2021: vítima de um país sem plano de eletrificação
Podemos dizer que o Nissan Leaf foi um dos veículos mais revolucionários da última década. Antes de sua chegada, em dezembro de 2010, o carro elétrico era um conceito muito abstrato para a maioria das pessoas que ainda relutava em aceitar os híbridos.
A Nissan deu o passo que todas as outras temiam – e não demorou para o Leaf se tornar um grande sucesso. Ele chegou a ser o veículo elétrico mais vendido do mundo muito antes de Elon Musk efetivamente entrar na briga pelo segmento com os tão desejados Tesla ou a Porsche mudar seu posicionamento com foco na nova tecnologia.
Fabricantes de fora do segmento premium precisam de coragem para lançar modelos elétricos no Brasil, onde estes produtos são posicionados em valores elevados. O próprio Nissan Leaf 2021 custa R$ 287.300, valor próximo de um Land Rover Discovery Sport (R$ 299.950) ou BMW 320i M Sport (R$ 274.950).
Isso é reflexo da falta de incentivos para modelos elétricos no Brasil . No Chile, a ex-presidente Michelle Bachelet oficializou sua Estratégia Nacional de Eletromobilidade em 2017, com o objetivo de atender aos objetivos climáticos da Organização das Nações Unidas (ONU). A meta traçada por Bachelet e seus ministérios sugere que 40% dos carros particulares e 100% dos veículos de transporte público sejam movidos a eletricidade até 2050.
Dirigindo um carro elétrico
Considerando apenas a bateria de forma isolada, o Nissan Leaf 2021 tem 270 km de autonomia. Este número pode chegar a 378 km em ciclo WLTP, dependendo do trajeto que o motorista fará diariamente. Isso porque o elétrico da Nissan conta com o ótimo sistema regenerativo chamado e-Pedal.
Ao acionar um botão no console, o motorista poderá acelerar e frear apenas utilizando o pedal do acelerador. Isso garante a otimização do sistema regenerativo, que carrega a bateria durante frenagens. Ao lado da tecla e-Pedal, há o botão Eco, que reduz a curva de entrega de torque do motor para beneficiar um estilo de condução mais econômico.
Sem estes recursos acionados, o Leaf se mostra um compacto pra lá de espertinho. São 32,6 kgfm de torque disponíveis a “zero rotação”, proporcionando aceleração de 0 a 100 km/h em 7,9 segundos.
Você viu?
Ele também é bom de curva. Com as baterias instaladas no assoalho , o elétrico transmite segurança em trechos sinuosos. O volante é o mesmo do Kicks, mas vem revestido de couro e com boa empunhadura. Além disso, os bancos são confortáveis e com apoios laterais que ajudam a segurar o corpo no vai e vem, de um lado para o outro. Um estudo encomendado pela Nissan na Europa revela que proprietários de veículos elétricos percorrem média de 14,2 mil quilômetros anuais, ante 13,6 mil quilômetros de proprietários de modelos a combustão. Dois terços dos proprietários de veículos elétricos que participaram do estudo afirmam estar satisfeitos com a infraestrutura de carregadores em suas regiões.
Conforto
Com espaço interno compatível com o de um hatch médio, o Leaf tem 2,70 metros de entre-eixos e leva 435 litros de bagagem no porta-malas. Também não há do que reclamar da visibilidade, que é boa tanto pela área envidraçada do carro quanto pelos retrovisores externos que podem ser recolhidos eletricamente por um botão.
O acabamento interno é feito de materiais de boa qualidade, com plásticos texturizados e detalhes que ajudam a deixar o ambiente mais sofisticado. Um bom exemplo disso é o joystick da alavanca de câmbio , que lembra o controle de um fliperama. O cluster parcialmente digital reproduz todas as informações sobre o veículo, principalmente os dados de autonomia e estado da bateria.
No pacote de segurança, o Leaf traz câmera de 360° para manobras, alertas de ponto cego e de tráfego cruzado. O freio de estacionamento é um pedal acionado com o pé esquerdo, característica que foi abandonada pela maioria das fabricantes.
Conclusão
A vida do Nissan Leaf ficou mais complicada com a recente renovação do Renault Zoe . O modelo francês teve aumento expressivo em sua autonomia na linha 2021, agora igualando o compacto japonês. Seu preço também é mais competitivo, sendo R$ 80 mil mais em conta que o Leaf .
Assim como outros elétricos à venda no País, o Nissan Leaf sofre com a falta de incentivos do governo, que poderia cobrar menos impostos que vêm embutidos no preço do carro. Enquanto Reino Unido, Chile e Japão definem datas para proibir a venda de carros a combustão, nosso país segue estagnado.
Ficha Técnica
Nissan Leaf
Preço: R$ 280 mil Motor: EV400 SE, elétrico Potência: 149 cv Torque combinado: 32,6 kgfm Transmissão: automática, 1 marcha, tração dianteira Suspensão: Independente, McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira) Freios: discos ventilados (dianteira e traseira) Pneus: 215/50R 17 Dimensões: 4,48 m (comprimento), 1,79 m (largura), 1,57 m (altura), 2,70 m (entre-eixos) Porta-malas: 425 litros 0 a 100 km/h: 7,9 s Vel. Máx: 144 km/h
CARROS E MOTOS
Fomos à Serra Gaúcha conferir um Rally de motonetas clássicas
Neste último fim de semana fui até o Rio Grande do Sul acompanhar a terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Rally de Regularidade Histórica , promovido pela Federação Brasileira de Veículos Antigos – FBVA. A etapa chama-se Rally dos Vinhedos e é organizada pelo Veteran Car Club dos Vinhedos , sediado no município de Bento Gonçalves , na Serra Gaúcha.
Só o fato de estar em uma região tão bela, tão bem dotada pela natureza, já vale qualquer dificuldade em chegar, visto que fica no extremo sul do país, região que é bem conhecida pelas baixas temperaturas , especialmente no inverno. Mas é justamente isso que faz do lugar um destino tão desejado.
O Rally dos Vinhedos está comemorando sua décima edição, reunindo 129 veículos antigos e clássicos para um passeio cronometrado pelas estradas da região, passando por municípios como Bento Gonçalves, Garibaldi, Carlos Barbosa, Pinto Bandeira e Santa Tereza. O mais interessante foi a participação de 13 intrépidos pilotos de motonetas clássicas , que enfrentaram a temperatura de quase zero grau no momento da largada.
E mais, diferentemente dos automóveis, que têm um piloto e um navegador, que além de lhe fornecer a velocidade ideal para cada trecho também indica o caminho a ser seguido, no scooter o piloto faz sozinho todos os trabalhos.
Claro, sendo um rally de veículos antigos , essas motonetas, que atualmente são conhecidas por scooters , são de época, de um tempo quando ainda não tinham esse apelido.
Dos 13 participantes, 11 deles pilotavam Vespa nacionais dos anos 80, que eram fabricadas em Manaus, AM, pela Piaggio . Os outros dois pilotavam Lambretta Li 150 , fabricadas nos anos 60. Vespa e Lambretta eram (e são) eternos rivais nesse segmento dos veículos de duas rodas.
Um rally de regularidade , que também pode ser chamado de passeio cronometrado, avalia a capacidade do piloto em manter as médias de velocidade pré-estabelecidas, que figuram na planilha com o roteiro. Quanto mais próximo o tempo de passagem pelos vários pontos de controle distribuídos pelo percurso, menos pontos o participante perde. No final, quem perder menos pontos, de acordo com um regulamento complexo, vence a prova.
Entre as motonetas, o vencedor foi André Sain, de Bento Gonçalves, pilotando (e navegando) a Vespa PX 200 1986 de número 21. André teve 78 pontos perdidos nessa etapa.
Em segundo lugar chegou Daniel Orso, também de Bento Gonçalves, com a Vespa PX 200 Elestart 1987 de número 24, com 84 pontos perdidos. Em terceiro lugar ficou Rodrigo Nenini, de Garibaldi, com a Vespa PX 200 1986 de número 22, com 123 pontos perdidos.
Fonte: Carros
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