Opinião
O boneco foragido
O poste foi preso em flagrante no local do crime, por cumplicidade, e Hades o sentenciou a ser queimado no próximo São João e suas cinzas jogadas para num lago pairar no ar.
Viralizou nas redes sociais o vídeo de uma ilustre autoridade pública, supostamente representante do Vestíbulo de Dante, no qual a exuberante personagem, aparentemente possuída pelos poderes da Grayskull, esfaqueia um boneco que se encontra inerte, amarrado a um poste. Nem o boneco nem o poste reagem. Mas a She-Ra caricata não se contenta em meter a faca no indefeso boneco e associa à inusitada virulência de seus gestos gritos de instigação e risos que nem Freud, Jung ou Lacan saberiam explicar. Talvez John Huston ou Montgomery Clift, ou mesmo, quem sabe, Alfred Hitchcock ou Anthony Perkins.
Corajosa, não temeu a mão ousada, impiedosa e cruel do Hades, que, pela passividade dos vestibulenses, avocou para si todas as atribuições, possibilidades, competências e poderes dos reles mortais de todas as esferas, decidindo sobre a vida e a morte e especialmente a liberdade e a opinião de todos e todas – inovação vocabular com que oradores criativos fazem sua saudação, curvados aos avanços de caranguejo da última flor do Lácio, cada vez mais inculta e menos bela.
A She-Ra ensandecida confiou em que mesmo os deuses têm suas preferências e afinidades. Apostou que fazendo as mesmas coisas que outros fizeram, poderia escapar das ímpias e sumárias medidas do variado tipo de arbitrariedade, pulseiras, tornozeleiras, mordaças e cárceres que Hades impõe a quantos quer, impunemente, sem que às vítimas de sua sanha possam socorrer as extintas garantias do devido processo legal, do contraditório, da ampla defesa. Bastaria que She-Ra escolhesse para sua fúria um boneco que fosse também o alvo do olhar psicótico de Hades.
Assim o fez. Vestiu-se à caráter, em dança de guerra de fazer inveja aos apaches, comanches e sioux em seus ataques cinematográficos aos caras-pálidas, e, corajosamente, ao estilo travestido de Norman Bates, esfaqueou com esquizofrênica alegria o boneco inerte, imobilizado e indefeso.
O boneco sobreviveu. Está foragido. Mas Hades, monocraticamente, já o indiciou, julgou e condenou por estar amarrado a um poste público e decretou sua prisão, a ser cumprida em cela solitária, incomunicável, monitorado com tornozeleira eletrônica.
O poste foi preso em flagrante no local do crime, por cumplicidade, e Hades o sentenciou a ser queimado no próximo São João e suas cinzas jogadas para num lago pairar no ar.
Preocupado com She-Ra, Hades já lhe concedeu, de ofício – vício em que se tornou inveterado – Medida Protetiva de Urgência para que o boneco não se aproxime dela, nem tente entrar em contato por código Morse, telefone, WhatsApp, Telegram, e-mail, sinais de fumaça ou telepatia.
Nem pombo-correio, sob pena de determinar a prisão de Raimundo Correia, responsável pelas dezenas de pombas que se vão dos pombais, apenas raia sanguínea e fresca a madrugada.
Prevenido, o autor de As Pombas já se escondeu. Hades anda à procura de um terreiro para tocaiar o poeta.
Carlos Nina é advogado
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ARTIGO
Seja mais otimista
Na época, eu me via afundada em pensamentos negativos. Parecia o fim do mundo. Quando finalmente decidi sair desse buraco, fui a busca de algo que me ajudasse. Encontrei várias coisas: estudos, práticas, meditação entre outros. Mas qual foi o divisor de águas? Um TED Talk sobre a técnica da gratidão. Nela, a pessoa precisa terminar o seu dia dizendo três coisas pela qual foi grata naquele dia.
Você sabia que ser otimista pode influenciar positivamente no seu desempenho? Algumas pesquisas já comprovaram isso. Por exemplo, um experimento organizado pelo pesquisador Martin Seligman, da Universidade da Pensilvânia, acompanhou dois grupos de funcionários: os aprovados por aptidão e os escolhidos pelo otimismo. Logo no primeiro ano, os otimistas tiveram desempenho 21% melhor do que os demais.
Outro dia, assisti um episódio do meu podcast favorito, o The Diary of a CEO, tratando deste mesmo tema. Em algum momento do vídeo, a convidada traz um dado bem interessante: ‘Pessoas otimistas ganham, em média, 33 mil dólares a mais que pessoas pessimistas’.
A pesquisa não é bem clara e não dá para saber se isso acontece apenas pelo fato delas pensarem positivo, ou se elas compartilham características mais valorizadas no mercado de trabalho. O fato é que pessoas otimistas ganham mais!
A convidada ainda comentou que pessoas otimistas são mais felizes, porque correm mais riscos. E isso acontece pelo simples fato delas acreditarem que as coisas vão dar certo. Parece meio óbvio. Por que começar uma coisa pensando que vai dar errado?
É por isso que a maioria dos empreendedores de sucesso são pessoas otimistas. Outra opinião dada foi que o pessimismo está ligado a depressão. Mas o que fazer para se tornar uma pessoa mais otimista? A resposta dada não me agradou muito. Porém, fez-me lembrar da minha própria experiência com depressão, em 2015.
Na época, eu me via afundada em pensamentos negativos. Parecia o fim do mundo. Quando finalmente decidi sair desse buraco, fui a busca de algo que me ajudasse. Encontrei várias coisas: estudos, práticas, meditação entre outros. Mas qual foi o divisor de águas? Um TED Talk sobre a técnica da gratidão. Nela, a pessoa precisa terminar o seu dia dizendo três coisas pela qual foi grata naquele dia.
E o que isso faz? Isso faz com que, depois de um tempo praticando essa técnica, o seu cérebro começa a procurar coisas para citar ao final do dia. Você passa a olhar para o lado mais positivo do seu dia. Esse tempo varia, para mim foram uns 7 dias. Essa experiência me fez pensar: por que não trazer essa técnica para o meu negócio?
Criei um ritual antes de cada reunião semanal: cada um do time tem que compartilhar uma coisa positiva e uma coisa negativa que aconteceu com ela na semana anterior. Você tem um minuto para isso, ou seja, não gasta muito tempo! Tem uma regra, aliás. Você pode passar uma semana sem uma experiência negativa, mas uma positiva é obrigatória.
E por que o negativo? Ah, isso é para criar empatia! Às vezes, uma palavra atravessada numa conversa ou uma mensagem não respondida pode deixar alguém magoado. Quando compartilhamos o negativo, normalmente descobrimos que a pessoa estava passando por algo complicado quando não agiu da melhor forma.
Não se trata de uma sessão de terapia em grupo, mas ajuda a criar laços e compreensão. Essa prática trouxe resultados incríveis na cultura da empresa, na gestão e na união da equipe. É algo que vai além do profissional, cria empatia e positividade no ambiente. Isso pode fazer a diferença.
Juliana Brito, empresária, CEO e cofundadora da Indie Hero e da GJ+
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