Política
“O pacto de desenvolvimento é uma necessidade se quisermos ter uma região forte”, defende Renato de Castro
Prefeito eleito de Goianésia destaca a união de gestores como estratégia para impulsionar o crescimento econômico do Vale do São Patrício e da região norte de Goiás.
Eleito prefeito de Goianésia, importante cidade do Vale do São Patrício e Norte de Goiás, Renato de Castro carrega na bagagem um histórico de vitórias e grandes realizações. Deputado estadual por duas legislaturas e ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (CODEGO), Renato faz parte do grupo de prefeitos que defende a união dos gestores da região para o fortalecimento econômico das cidades.
Renato de Castro acompanha a proposta do prefeito reeleito de Jaraguá, Paulo Vitor, que propõe um pacto de desenvolvimento regional, focando na potencialização das riquezas locais de cada cidade, criando, assim, uma forte cadeia produtiva regionalizada.
“Quando fui presidente da CODEGO, criamos os outlets e, claro, pelo perfil de investimento, a cidade de Jaraguá foi contemplada. Quando era prefeito, consegui, em parceria com o Governo de Goiás, trazer a Fricó Alimentos para Goianésia. Ou seja, se unirmos as forças locais, potencializando o que cada uma tem de melhor, criaremos uma região industrializada e desenvolvida”, pontuou Renato.
“Precisamos pensar fora dos limites de nossas cidades, precisamos fazer da região referência em desenvolvimento. Sozinhos, vamos demorar mais tempo do que unidos. O pacto de desenvolvimento é hoje uma necessidade, se realmente quisermos ter uma região forte”, explicou.
Renato de Castro volta para a prefeitura de Goianésia após quatro anos, tendo tido a maior votação da história na cidade, com mais de 57% dos votos válidos.
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Cultura
Jaraguá: Descoberta arqueológica é legado para história goiana
O trabalho na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em obras de restauração e requalificação, revela cemitério de mais de 200 anos.
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá no Vale do São Patrício, surgido em 1736, foi erguida 40 anos depois, em 1776, pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Em seus 248 anos, recebeu obras de manutenção, mas nada tão grande como a que vem sendo executada agora, dentro do projeto Fé, Religiosidade e Devoção, da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). O trabalho de restauração e requalificação revelou um grande cemitério com restos mortais possivelmente de africanos escravizados e negros libertos, formado por mais de 200 anos na avaliação de arqueólogos.
A obra, que começou em maio deste ano e está sob a responsabilidade da empresa de engenharia, vencedora do processo licitatório, e tem contribuído para trazer à luz um pouco da história de um dos mais antigos municípios do Estado.
A igreja de arquitetura colonial foi erguida em um terreno em aclive e ao longo dos anos ganhou estruturas urbanísticas a seu redor. Sob o calçamento externo, foram retiradas, em novembro, 35 ossadas humanas, para dar passagem ao canal de drenagem que vai escoar águas pluviais, uma obra necessária para evitar impactos na parte estrutural do templo.
A retirada do assoalho de madeira no interior da igreja também mostrou a existência de 56 campas funerárias, todas numeradas. Ali não houve trabalho de escavação arqueológica e tudo será mantido como foi encontrado. “Será preservado como era antes, embora estruturas de concreto estejam sendo instaladas sob o assoalho para garantir maior durabilidade do piso de madeira”, explica Lucas de Araújo, arquiteto da prefeitura, que tem acompanhado de perto a obra.
Uma outra intervenção importante ocorreu na parede frontal, que estava inclinada e precisou ser refeita com o mesmo material vernacular retirado da igreja, trabalho que exigiu o olhar atento do mestre de obras João Filho da Silva.
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos remete ao surgimento de cidade de Jaraguá, que, segundo a historiadora Dulce Madalena Rios Pedroso, “nasceu sob o signo do ouro”. A exploração aurífera começou com negros faiscadores, que eram hábeis em encontrar minas. Naqueles idos, lembra a arqueóloga do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Margareth de Lourdes Souza, as igrejas eram os locais de sepultamento. “Acredito que seja uma área densamente ocupada e com sepultamentos sobrepostos. Tudo isso tem relevância porque contribui para o conhecimento da história local.” A igreja é tombada pelo Iphan desde 1959 e o órgão tem fiscalizado as intervenções.
O trabalho é minucioso. O telhado foi trocado e as esquadrias de madeira (portas e janelas) substituídas, preservando as características originais. Além de renovar a parte hidráulica e elétrica, no interior serão restaurados os bens artísticos, como o altar-mor, o forro da capela-mor, o altar lateral, o arco cruzeiro, o púlpito e o coro.
O arquiteto Lucas de Araújo ressalta que o templo erguido por negros no período escravocrata é um dos últimos de matriz africana ainda de pé em Goiás, a exemplo da Igreja de Santa Efigênia, em Niquelândia. Além de receber recursos de acessibilidade, banheiros serão construídos na área externa, sem interferir na fachada histórica.
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