Opinião

O próximo desastre solar

O serviço visa evitar ou mitigar os efeitos de apagões (blackout) nas comunicações terrestres de rádio que utilizam alta frequência (HF), no fornecimento de energia, falhas em equipamentos na aviação civil, etc.

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Mario Eugenio Saturno (fb.com/Mario.Eugenio.Saturno) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

O Programa Embrace/INPE, Estudo e Monitoramento Brasileiro de Clima Espacial, foi criado em agosto 2007 por uma força tarefa entre os servidores do INPE para desenvolver e operar um programa de clima espacial.

Com a missão de observar o ambiente do espaço Sol-Terra, a magnetosfera, a atmosfera superior e os efeitos de correntes elétricas induzidas no solo para prever possíveis influências nas atividades tecnológicas, econômicas e sociais. Visa proteger a infraestrutura brasileira, ou seja, todos os sistemas de comunicações Terra- Satélites, Terra-Terra, e equipamentos a bordo onde se encontram os serviços de geo-referenciamento, comunicação social, de segurança das comunidades afastadas e da aviação civil. Além disso, as linhas de alta tensão espalhadas pelo País.

O serviço visa evitar ou mitigar os efeitos de apagões (blackout) nas comunicações terrestres de rádio que utilizam alta frequência (HF), no fornecimento de energia, falhas em equipamentos na aviação civil, etc.

O sol segue um ciclo de 11 anos, culminando com a formação de manchas solares e tempestades solares que ejetam massa para o espaço, quando essa massa atinge a Terra, os danos são enormes. A tempestade solar de 1859, chamada de Evento Carrington porque foi observado e registrado pelos astrônomos ingleses Richard C. Carrington e Richard Hodgson, ejetou muita massa coronal solar que atingiu a magnetosfera da Terra e induziu uma das maiores tempestades geomagnéticas já registradas. Há registros em jornais de auroras “boreais” na cidade de São Paulo.

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Diversos cientistas estudaram o tema e afirmam que se uma tempestade solar desta magnitude acontecesse hoje, provavelmente, causaria destruição generalizada das redes elétricas e de comunicação.

Em 10 de maio, formou-se uma mancha solar, denominada AR3664, que logo se tornou tão grande quanto a do Evento de 1959. Para se ter uma ideia, caberiam 15 Terras enfileiradas na AR3664. Foi a maior tempestade solar dos últimos 21 anos, durou uma rotação completa do sol, trazendo mais explosões intensas.

A tempestade, que estava classificada como G4 (severa), passou para G5 (extrema), a classificação máxima da escala utilizada pelos cientistas. Com isso, ela se tornou a mais forte desde as tempestades de Halloween, em 2003. O evento provocou auroras boreais e austrais em várias regiões do planeta, incluindo latitudes onde esses fenômenos não costumam ocorrer. Mas não chegou a São Paulo…

Depois, finalmente, a mancha continuou girando com o sol e ficou do outro lado do sol, quando emitiu grandes explosões, com uma provável X12, que atingiu Vênus e quebrou todos os recordes do atual ciclo de 11 anos. Após outras erupções intensas, ela completou uma rotação solar inteira e reapareceu no lado esquerdo do disco solar.

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A Terra escapou dessa vez, mas, cedo ou tarde, uma explosão solar estará apontada para a Terra e os desastres serão inimagináveis. O Brasil também tem uma proposta de um satélite artificial para estudar o sol utilizando tecnologia nacional, mas convencer políticos brasileiros é mais difícil que desenvolver tecnologia.

Mario Eugenio Saturno (fb.com/Mario.Eugenio.Saturno) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

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ARTIGO

Interação justa entre varejo e indústria têxtil é crucial na era da sustentabilidade e digitalização

As discussões e conclusões do encontro oferecem valiosos insights para aprimorar a interação de nossa indústria tanto com varejistas nacionais quanto com os compradores internacionais. É importante ressaltar que o modelo tradicional de negócios em nosso setor frequentemente impõe exigências excessivas aos fabricantes, incluindo alterações de última hora em pedidos já confirmados, prazos de pagamento muito longos, pressão constante por preços cada vez mais baixos, ausência de compromissos duradouros e falta de planejamento colaborativo.

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Fernando Valente Pimentel é diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e Camila Zelezoglo é gerente de Sustentabilidade e Inovação da Abit.

A relação entre o varejo e a indústria têxtil e de confecção representa um pilar fundamental para o funcionamento saudável de toda a cadeia de moda. No entanto, as práticas comerciais atuais têm gerado tensões que impactam não apenas os negócios, mas também milhões de trabalhadores globalmente. Essa questão foi o foco principal do “Fórum on Due Diligence in the Garment and Footwear Sector”, realizado em fevereiro deste ano, em Paris, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

As discussões e conclusões do encontro oferecem valiosos insights para aprimorar a interação de nossa indústria tanto com varejistas nacionais quanto com os compradores internacionais. É importante ressaltar que o modelo tradicional de negócios em nosso setor frequentemente impõe exigências excessivas aos fabricantes, incluindo alterações de última hora em pedidos já confirmados, prazos de pagamento muito longos, pressão constante por preços cada vez mais baixos, ausência de compromissos duradouros e falta de planejamento colaborativo.

Tais condições adversas geram consequências prejudiciais para todos os envolvidos. Para a indústria, resultam em instabilidade financeira, dificuldade no planejamento produtivo, investimentos limitados em tecnologia e inovação e, por vezes, comprometimento dos padrões de excelência. Os trabalhadores também são afetados. O próprio varejo sofre com problemas de qualidade, atrasos nas entregas, alta rotatividade de fornecedores e riscos à sua reputação.

A propósito, vale observar os dados de 2024 referentes aos prazos das encomendas dos varejistas aos fabricantes, apresentados na Première Vision, em novembro último, pelo Instituto Français de la Mode. O aprovisionamento de longo prazo (seis meses ou mais antes da estação) representou 48% do total, enquanto o médio prazo (seis meses ou menos antes da estação) foi de 33% e o curto prazo (dentro da estação), 19%.

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A criação e adoção voluntária de práticas comerciais mais equilibradas podem melhorar o panorama da cadeia de valor, proporcionando benefícios significativos para todos. O planejamento colaborativo emerge como elemento crucial, abrangendo o estabelecimento conjunto de previsões de demanda, compartilhamento transparente de informações de mercado, definição clara de calendários de desenvolvimento e produção e compromissos de volume consistentes e de longo prazo. A precificação justa desempenha papel igualmente determinante, considerando os custos reais de produção, garantindo margens adequadas para investimentos em melhorias, chancelando o valor agregado e promovendo negociações transparentes.

Para a indústria, esses avanços significam maior estabilidade financeira, capacidade de investimento em inovação, desenvolvimento de produtos diferenciados e relacionamentos comerciais duradouros. Os trabalhadores beneficiam-se com melhores condições laborais e oportunidades mais amplas de crescimento profissional. O varejo, por sua vez, obtém produtos de maior qualidade, fornecedores mais comprometidos, cadeias de suprimento mais confiáveis e melhor reputação corporativa.

A revisão dos processos interativos deve considerar as transformações disruptivas pelas quais o setor têxtil e de confecção está passando globalmente. A digitalização avança rapidamente, viabilizando sistemas integrados de planejamento, plataformas colaborativas avançadas, rastreabilidade completa da cadeia de suprimentos e métricas precisas de desempenho. Ao mesmo tempo, a sustentabilidade impõe-se como imperativo estratégico. Fibras regeneradas, tecnologias de reciclagem mecânica e química, além de novas regulamentações ambientais, estão inaugurando uma nova era para nossa atividade.

​Nesse cenário dinâmico, a construção de relações comerciais mais equilibradas entre varejo e indústria têxtil não representa apenas uma questão ética, mas uma necessidade estratégica para a sustentabilidade do setor. A adoção proativa de melhores práticas comerciais pode criar um círculo virtuoso benéfico para toda a cadeia produtiva, desde os trabalhadores nas fábricas até o consumidor final.

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O Brasil detém condições singulares para liderar esse movimento transformador, por contar com todos os elos da cadeia produtiva e distributiva integrados em seu território. As empresas que encabeçarem as mudanças contribuirão para que o setor seja mais sustentável e se destacarão, pois se posicionarão competitivamente em um mercado cada vez mais consciente e exigente.

​O estabelecimento de modelos comerciais mais justos representa um investimento estratégico no futuro do setor, criando alicerces sólidos para inovação, crescimento sustentável e relações comerciais duradouras. À medida que mais empresas adotem voluntariamente essas práticas, será consolidado um novo paradigma de mercado, demonstrando ser possível harmonizar sucesso comercial e econômico com responsabilidade social e sustentabilidade ambiental.

Fernando Valente Pimentel é diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e Camila Zelezoglo é gerente de Sustentabilidade e Inovação da Abit.

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