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ONG Cinema Nosso faz intercâmbio cultural com universidade americana

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A organização não governamental (ONG) Cinema Nosso dá continuidade ao intercâmbio cultural de suas alunas de formação em audiovisual com estudantes da universidade Middlebury College Center for Community Engagement (CCE), sediada no estado de Vermont, Estados Unidos. O projeto vai até o dia 30 de julho.

O objetivo é integrar as alunas das formações de audiovisual, games (jogos) e roteiro para séries da organização, com estudantes do Portuguese Language School (Escola do Idioma Português) da universidade norte-americana. O programa de intercâmbio cultural, batizado de Conversas com Cinema Nosso, começou no último dia 16 e terá uma terceira edição ainda este mês. Durante o encontro virtual, as estudantes participantes trocam experiências e aprendizados de suas respectivas culturas. A conversa é intermediada por uma estagiária do CCE e por Gabriela Gonçalves, coordenadora do Programa de Formação para Jovens Negras do Cinema Nosso, com dinâmicas de integração para facilitar a troca de experiências entre as participantes.

Gabriela disse em entrevista à Agência Brasil que a repercussão tem sido muito boa. “A repercussão é bem positiva. As nossas alunas estão bem engajadas no sentido de ampliar o conhecimento, ter autonomia. Elas seguem buscando lugares para aumentarem o universo cultural delas e muitas querem fazer intercâmbio mesmo. Veem o intercâmbio ‘online’ como uma oportunidade de se aproximarem mais desse sonho, desse projeto que elas têm individualmente”.

Continuidade

O Cinema Nosso pretende dar continuidade à parceria com a CCE e outras instituições estrangeiras. “A gente sempre pensa em ampliar e fazer essas conexões, pensando na formação dos nossos estudantes. A intenção é permanecer e, quem sabe, fazer coisas maiores, quando a pandemia terminar, como intercâmbio presencial”, expôs Gabriela. A ONG recebia muitos voluntários estrangeiros, antes da pandemia do novo coronavírus que, além de realizarem trabalhos na instituição, falavam também da cultura em seus países e diferentes estilos de vida.

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Estudante de formação de Roteiro para Séries do Cinema Nosso, Laíz Muniz participou do primeiro encontro ocorrido em 16 de julho e gostou muito da experiência. “O Cinema Nosso é um espaço que nos proporciona diversas oportunidades e uma delas foi a parceria com a Universidade Middlebury. Sem dúvida, foi uma das melhores experiências da minha vida. Sempre tive o sonho de fazer intercâmbio e pude realizar sem sair de casa. Foi um evento lindo, compartilhamos experiências com as alunas americanas e entendemos mais sobre sua cultura e vivência”, afirmou Laíz.

Gabriela Gonçalves disse que o Cinema Nosso, escola de audiovisual e novas tecnologias que atende crianças, adolescentes e jovens de 18 a 29 anos de idade, quer dar seguimento aos cursos de formação no segundo semestre nas áreas de jogos, cinema e audiovisual, além de oficinas para formação de professores em novas tecnologias, mais voltadas a educadores da rede pública de ensino do Rio de Janeiro. “A gente vai abrir mais formações para crianças, adolescentes e jovens e fazer eventos para a inserção das mulheres na área de jogos. A gente tem muito também essa pegada”.

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Cultura digital

Faz parte ainda dos planos para este ano a oferta de laboratórios de formação no universo da cultura digital, dentro da dinâmica de entender a tecnologia, a internet, a cultura digital como forma de empoderamento e de difundir cada vez mais a cultura nesses espaços para a juventude. Os laboratórios visam instrumentalizar pessoas e coletivos, “grupos que queiram se inserir na cultura digital. Teremos laboratórios de rede social, que vão ensinar como fazer vídeos, edição, ‘sites’”, disse a coordenadora. Para se inscrever nos cursos de formação do Cinema Nosso, os interessados devem procurar informações no site ou nas redes sociais da ONG no Instagram ou no Facebook.

A instituição sociocultural Cinema Nosso foi criada há 20 anos com a finalidade de proporcionar experiências de tecnologia e inclusão para a produção de narrativas juvenis, fomentando a cadeia produtiva do audiovisual no Rio de Janeiro. Foi constituída informalmente em 2000, sob o nome inicial Nós do Cinema, a partir do processo de seleção de elenco para o filme “Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles e Kátia Lund. Atualmente, o Cinema Nosso é um centro de inovação e tecnologia que oferece projetos para a infância e a juventude. Reconhecida como uma das maiores escolas populares de audiovisual na América Latina, com mais de 5 mil jovens formados em seus cursos, a ONG tem metodologia certificada no Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2019.

Edição: Nélio Neves de Andrade

Fonte: EBC Geral

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GERAL

A cada 8 minutos há um registro de estupro contra mulheres no país

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Em 2022, foram registradas 67.626 ocorrências de estupros em mulheres no Brasil. “Isso equivale a, aproximadamente, um estupro a cada 8 minutos no país”, descreve a edição deste ano do Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (Raseam), lançado hoje (24), em Brasília, pelo Ministério das Mulheres.

Conforme o documento, o Sudeste, região mais populosa do país, teve o maior número de ocorrências de estupro, somando 22.917 casos. Em seguida, ficou a região Sul, com 14.812 ocorrências. No Nordeste, foram registrados 14.165 estupros; no Norte, 8.060 casos; e no Centro-Oeste, 7.672 episódios desse tipo de violência.

O Raseam faz a compilação de estatísticas de pesquisas e registros administrativos de diferentes fontes. Os dados sobre estupro das mulheres, por exemplo, são do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O relatório também utiliza de informações produzidas do Ministério da Saúde, dos Esportes, da Justiça Eleitoral, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e (Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaI (BGE).

Os dados de diferentes fontes podem ter complementariedade. Sobre o estupro, a Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar Contínua, do IBGE, sugere que a alta ocorrência dessa forma de violência contra as mulheres está refletida na percepção de risco. Uma em cada cinco mulheres entrevistadas em 2021 relatou sentir “risco médio ou alto de ser vítima de agressão sexual.”

O relatório assinala que “a violência contra as mulheres é uma instituição social, que funciona como um mecanismo mantenedor de relações sociais de dominação e exploração.” Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, contabilizados nos atendimentos ambulatoriais e hospitalares, somaram 344.242 registros de violência sexual, doméstica e outras formas de violência. Sete de cada dez desses episódios ocorreram contra as mulheres.

Agressão

As estatísticas da Saúde ainda revelam que o principal local de agressão contra mulheres adultas, de 20 a 59 anos de idade, naquele ano foi a própria residência: 73% dos episódios, contra 14,5% de ocorrências em vias públicas e 3,2% em bares e restaurantes.

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Quanto à situação conjugal, 44,7% das mulheres vítimas de violência na mesma faixa etária eram solteiras; 42,4% estavam casadas; e 10,6% eram solteiras. Os homens foram “os principais agressores de mulheres” nos registros do Sinan. “No ano de 2022, em 77,2% dos casos registrados, os agressores eram do sexo masculino”, revela o documento.

Mulheres negras 

O Censo Populacional de 2022 verificou que o maior grupo do Brasil, cruzando cor e gênero, é composto por mulheres negras (pardas e pretas), 54,5%. Elas também formam o grupo mais exposto à violência sexual, doméstica e outras formas de violência. Dados da Saúde mostram que, naquele ano, 47,9% das vítimas eram negras e 11,9% eram pretas – um total de 59,8%. Mais de 38% das mulheres agredidas eram brancas e quase 1% delas eram indígenas.

A taxa de mortalidade por assassinato de mulheres em 2022 foi de 3,2 casos por cem mil habitantes. O grupo etário mais exposto a homicídio são mulheres jovens, de 20 a 24 anos – 6,4 mortes por cem mil habitantes. De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (Ministério da Saúde), 66,7% das vítimas eram negras – 60,3%, pardas; e 6,4% pretas. O total registrado das mulheres negras foi mais que o dobro das brancas: 32%.

O Relatório Anual Socioeconômico da Mulher traz 270 indicadores em sete eixos temáticos. Além dos dados relativos ao eixo temático “enfrentamento de todas as formas de violência contra as mulheres”, o estudo mostra que as mulheres negras enfrentam condições mais adversas que as mulheres brancas e os homens de todas as cores em outras situações, como por exemplo no mercado de trabalho.

Força de trabalho feminina 

Quase 54% das mulheres e meninas brancas (14 anos ou mais) participavam do mercado de trabalho em 2022, e entre as mulheres pretas ou pardas a taxa era de 51,3% (dados da Pnad Contínua). A taxa de participação da força de trabalho feminina foi de 52,5%, enquanto a dos homens foi de 71,9%.

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A taxa de informalidade foi maior entre mulheres e meninas pretas ou pardas: 42,8% contra 32,6% das mulheres e meninas pretas ou pardas. Como consequência, o rendimento do trabalho também revela discrepâncias, conforme o relatório do Ministério das Mulheres.

“Mesmo quando as mulheres estão ocupadas no mercado de trabalho, as desigualdades aparecem em sua menor remuneração. O rendimento-hora médio das mulheres era de R$ 16 no segundo trimestre de 2022, abaixo do estimado para os homens, de R$ 18. Homens brancos ganhavam em média R$ 23 por hora, e as mulheres brancas, R$ 19. Na comparação entre homens e mulheres de cor preta ou parda, a diferença era um pouco menor, R$ 2 por hora em média.”

A Lei 14.611/2023, estabelece que “a igualdade salarial e de critérios remuneratórios entre mulheres e homens para a realização de trabalho de igual valor ou no exercício da mesma função é obrigatória.” A norma prevê que na hipótese de discriminação por motivo de sexo e raça – assim como etnia, origem ou idade – caberá o pagamento das diferenças salariais devidas à pessoa discriminada, além de indenização por danos morais.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC) ingressaram com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra a Lei 14.611/2023.

Para a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, presente ao lançamento do relatório, buscar a igualdade entre homens e mulheres faz parte do “processo civilizatório.”Se queremos democracia em um país civilizado, nós precisamos ter democracia, nós precisamos ter igualdade e nós precisamos ter justiça social”, disse a ministra.

Fonte: EBC GERAL

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