Pesquisadores da UFRJ descobrem meios de controle da gordura marrom

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade da Califórnia (Ucla), Estados Unidos, descobriram um novo mecanismo de controle da “gordura marrom”, que é um dos tipos de tecido adiposo existente em mamíferos (outro é o tecido adiposo branco, ou gordura branca, que se acumula nos quadros de obesidade). A chamada gordura marrom é muito particular, porque é especializada em queimar gordura. Ela é ativada por determinadas situações, como exposição ao frio. O estímulo gerado pela baixa temperatura ativa a gordura marrom para queimar gordura para gerar calor. É uma forma de controle do gasto energético e da massa corpórea, explicou hoje (9) o professor Marcus Oliveira, do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo De Meis (IBqM/UFRJ), um dos coordenadores do estudo. Para ele, a descoberta desse mecanismo é uma nova fronteira a ser explorada pela ciência daqui para a frente.
“A gente identificou que o bloqueio de uma proteína específica (npc), que se localiza nas mitocôndrias, que são pedacinhos das nossas células responsáveis pela queima das gorduras e nutrientes, dentro do tecido marrom, aumenta o consumo de gordura. Isso é uma coisa super nova porque em todos os outros casos estudados na literatura, isso não acontece em outros tecidos, em outros órgãos”. A única forma anteriormente conhecida para ativar o consumo dessas células adiposas era o estímulo da adrenalina, hormônio também chamado epinefrina. Oliveira esclareceu que a proteína consegue aumentar a própria queima de gordura da gordura marrom. “Mas a gente sabe que, para a gordura marrom gerar calor, ela precisa do suporte energético da gordura branca. Ela acaba estimulando a quebra de gordura da gordura branca também”.
No presente estudo, porém, os pesquisadores não observaram essa mobilização específica da gordura branca. Essa tese poderá ser objeto de uma pesquisa posterior, mais avançada, para comprovação.
Desafios
A descoberta foi publicada na revista EMBO Reports. De acordo com o professor Marcus Oliveira, a iniciativa abre possibilidade para a produção de novas drogas que podem ajudar a promover a ativação da gordura marrom independentemente da liberação da adrenalina. Esse hormônio é produzido no corpo humano e liberado sempre que o corpo é exposto a alguma situação extrema, como se fosse um mecanismo de defesa. O grande desafio, afirmou, é encontrar drogas ou estratégias que sejam capazes de bloquear seletivamente essa proteína na gordura marrom. “Existem estratégias que vêm sendo desenvolvidas e aplicadas clinicamente na gordura marrom para tentar aumentar o gasto de energia seletivamente nesse tecido adiposo”.
O professor da UFRJ frisou que a liberação do hormônio adrenalina ativa a queima de gordura na gordura marrom. O problema é que não dá para usar a adrenalina como uma forma de combater a obesidade, porque esse hormônio não vai ativar todas as células do corpo. No coração, por exemplo, os efeitos colaterais podem ser sérios, bem como em outros órgãos. Para o grupo de pesquisadores da UFRJ e Ucla, além de encontrar uma droga que seja seletiva e bloqueie a proteína na gordura marrom, o grande desafio, no momento, consiste em avançar no sentido de replicar esses achados no tecido adiposo marrom humano, uma vez que todo o trabalho foi feito até agora em camundongos. Uma terceira possibilidade é tentar identificar se esse mecanismo de inibição dessa proteína também favorece a queima de gordura no tecido adiposo branco, que é a principal reserva de gordura do corpo. “Essa é uma terceira frente, mais premente”.
O hormônio adrenalina, ou epinefrina, é secretado pelas glândulas suprarrenais, localizadas acima dos rins, no sistema endócrino. Além de ajudar no combate à obesidade, que é uma das comorbidades apontadas como facilitadoras da propagação do novo coronavírus no organismo, a descoberta é importante na luta contra outras ameaças à saúde, como a diabetes, hipertensão ou problemas musculares e ortopédicos.
Boa parte do trabalho foi financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro.
(Colaborou Tamara Freire, do sistema de rádios da EBC).
Edição: Valéria Aguiar


SAÚDE
Novo PAC Saúde: Mais cuidado e estrutura para as mulheres brasileiras

O Governo Federal reforça o compromisso com todas as brasileiras ao investir na ampliação e qualificação da infraestrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) voltados à saúde feminina. Por meio do Novo PAC Saúde, serão construídas 36 novas maternidades e 31 Centros de Parto Normal em diversas regiões do país. As novas unidades vão proporcionar um ambiente mais seguro e humanizado para gestantes, puérperas e os recém-nascidos, com estrutura adequada para realizar os atendimentos. A estratégia do governo também terá um impacto significativo na redução da mortalidade materna e infantil e na qualificação dos serviços obstétricos ofertados no SUS.
A iniciativa busca fortalecer a rede de atendimento, especialmente a materna e infantil, nas áreas que mais necessitam de suporte. O investimento reflete a preocupação do governo em proporcionar um pré-natal mais completo, partos humanizados e um acompanhamento pós-parto eficiente. “A chegada de um bebê é um momento único para cada mulher e sua família. A construção dessas maternidades é um passo fundamental para redução das desigualdades no acesso à saúde, melhoria da qualidade do cuidado ofertado às gestantes, puérperas e seus bebês, bem como para o fortalecimento da Rede Alyne” destacou a diretora do Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência (DAHU), Aline Costa.
Para muitas mulheres, especialmente as que vivem em regiões mais afastadas ou em situação de vulnerabilidade, a falta de estrutura adequada pode transformar o momento do nascimento em um desafio. Com as novas maternidades e centros de parto normal, a proposta é ampliar a oferta de espaços equipados e com profissionais qualificados para garantir um atendimento mais humanizado e seguro.
Além das maternidades e dos Centros de Parto Normal, o Novo PAC Saúde também prevê investimentos na modernização de hospitais e Unidades Básicas de Saúde, ampliando a capacidade do SUS em atender as mulheres ao longo de toda a sua vida. O objetivo é fortalecer não apenas o atendimento ao parto, mas toda a rede de saúde da mulher, desde a adolescência até a terceira idade.
Adicionalmente, nos próximos anos, as mulheres terão acesso a 90 novas Policlínicas Regionais espalhadas por todo o país. Com a implantação das unidades, o SUS se fortalece, assegurando o acesso a consultas especializadas e exames de média e alta complexidade, necessários para diagnósticos de diversas doenças como o câncer de mama. Além disso, a iniciativa vai expandir o acesso das mulheres aos Núcleos de Atendimento às Vítimas de Violência, fortalecendo a rede de suporte e proporcionando serviços especializados para mulheres, crianças e outros grupos em situação de vulnerabilidade. Estes núcleos são compostos por equipes multidisciplinares treinadas para lidar com situações de violência física, psicológica e sexual, assegurando um apoio completo às vítimas.
Bem-estar de toda a sociedade
Entre as inovações previstas no Novo PAC Saúde, está o fortalecimento da atenção básica, com a construção de 1.809 Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Para muitas mulheres, essas unidades representam o primeiro contato com a assistência médica, seja para consultas de rotina, exames preventivos, pré-natal ou acompanhamento de doenças crônicas. Em um país onde a maioria dos atendimentos na rede pública de saúde é voltada para as mulheres, investir na modernização das UBSs significa investir na saúde e no bem-estar de toda a sociedade.
Com as novas UBSs, está previsto um crescimento no número de salas lilás, espaços dentro das unidades destinados ao acolhimento humanizado de mulheres que sofreram violência conforme a Lei 14.847 de 2024 aprovada no governo do presidente Lula. Estas salas proporcionam um espaço seguro e especializado para um cuidado integral assistência psicológica, social e jurídica, essenciais para romper o ciclo de violência doméstica.
Neste mês das mulheres, o Novo PAC Saúde se apresenta como um símbolo de avanço na luta por direitos e equidade. Investir na saúde das mulheres é investir no futuro do país, garantindo que cada brasileira tenha acesso a um atendimento digno e de qualidade. Com essas novas estruturas, o SUS se fortalece e se torna ainda mais acessível para quem mais precisa.
Maternidades
O Novo PAC Saúde vai investir R$4,4 bilhões na construção de 36 novas maternidades distribuídas em todo o Brasil. A medida vai beneficiar 26,7 milhões de mulheres em idade fértil por ano, totalizando mais de 583 mil novos atendimentos realizados no SUS.
As maternidades são estabelecimentos de saúde de média e alta complexidade que prestam assistência à mulher, gestante, puérpera e ao recém-nascido, realizando internação hospitalar, atendimento ambulatorial e de urgência e emergência ginecológica e obstétrica durante 24 horas.
Os leitos de UTI nas maternidades desempenham um papel fundamental na assistência intensiva a mulheres e bebês que enfrentam complicações durante a gestação, o parto ou o pós-parto. Esses leitos garantem um suporte vital imediato para recém-nascidos prematuros ou com condições graves, além de oferecer cuidados especializados para mães que possam apresentar complicações, como hemorragias, hipertensão grave ou infecções. A presença de UTIs materna e infantil nas maternidades reduz riscos, aumenta as chances de recuperação e melhora significativamente os desfechos clínicos, assegurando um atendimento seguro e humanizado em momentos críticos.
Centro de Parto Normal – CPN
O Governo Federal vai beneficiar, também, dois milhões de mulheres em idade fértil, com a construção de 31 novos Centros de Parto Normal (CPNs). As unidades de saúde são destinadas à assistência ao parto de risco habitual, fora de estabelecimento hospitalar, e preveem atendimento no pré-parto, assistência ao trabalho de parto, parto, puerpério e cuidados com o recém-nascido. Ao todo, serão investidos na infraestrutura dos centros R$97 milhões, com previsão de atender 2 milhões mulheres em idade fértil por ano nas unidades. O CPN é um serviço projetado para oferecer um ambiente acolhedor e assistência humanizada às gestantes que desejam o parto normal.
Policlínicas
O Novo PAC Saúde vai investir na construção de 90 Policlínicas Regionais. Essas unidades desempenham um papel fundamental na ampliação do acesso a serviços especializados. A medida vai beneficiar mais de 19 milhões de pessoas em todo o país, com a oferta de serviços de diagnóstico, exames de imagem e gráficos e consultas clínicas com cardiologistas, endócrinos e outras especialidades, definidas com base no perfil epidemiológico da população da região. As policlínicas funcionam como um complemento às Unidades Básicas de Saúde (UBSs), recebendo pacientes encaminhados pelos médicos da atenção primária quando há necessidade de avaliação especializada. A construção dessas unidades fortalece a prevenção e o acompanhamento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, além de facilitar a detecção precoce de problemas de saúde.
UBS
As iniciativas do PAC Saúde têm como objetivo estruturar a rede de assistência ao cidadão do SUS, sendo as mulheres as maiores usuárias do sistema público de saúde. Sobretudo, quando abordamos o acesso às UBSs. Portanto, o Governo Federal vai destinar R$ 4,2 bilhões para a construção de 1.809 novas unidades em todo o país. As UBSs representam a principal porta de entrada para o SUS, atendendo a necessidade individual e coletiva. O Novo PAC Saúde busca modernizar essas unidades, promovendo sustentabilidade e integrando tecnologias como teleconsulta.
O Novo PAC Saúde integra um conjunto de ações estratégicas para modernizar e expandir os serviços do SUS, reafirmando o compromisso do governo com a melhoria do atendimento e a promoção da equidade no acesso à saúde no Brasil.
Canais de apoio aos gestores
Para facilitar a comunicação, o Ministério da Saúde disponibiliza canais exclusivos:
- Site: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/novo-pac-saude
- E-mail: novopac@saude.gov.br
- Telefone: (61) -3315-223
- Mensagem WhatsApp: (61) – 99847-2334
- Balcão Virtual
- Live
Alexandre Penido
Ministério da Saúde
Fonte: Ministério da Saúde
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