Brasil
Petrobras: Bom resultado da companhia repercute para toda sociedade

O presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, disse hoje (6), no Rio de Janeiro, em coletiva online, que não há relação significativa entre os resultados da companhia e o reajuste dos preços dos combustíveis. A estatal teve lucro de R$ 44,5 bilhões no primeiro trimestre deste ano. Coelho explicou que 80% dos ganhos no período foram provenientes da atividade de exploração e produção de petróleo e 20% dos demais segmentos.
Segundo o presidente da estatal, no primeiro trimestre de 2022, a Petrobras pagou em tributos para a União, estados e municípios uma vez e meia o valor do seu lucro líquido. “Um bom resultado da Petrobras se repercute também para a sociedade como um todo. Isso gera investimentos em saúde, saneamento, transporte e uma série de outros investimentos importantes”.
Coelho disse que, no primeiro trimestre deste ano, em tributos e participações governamentais, foram pagos mais de R$ 70 bilhões. Segundo o presidente, cada R$ 1 bilhão investido pela Petrobras gera cerca de 10 mil empregos. “Então, é emprego e geração de renda na veia”.
Gestão
Em relação ao resultado do primeiro trimestre, Coelho disse que a última vez em que o preço do barril do petróleo no mercado externo esteve acima dos US$ 100 ocorreu no primeiro trimestre de 2014, quando o preço atingiu US$ 108. Ele analisou que, mesmo com o preço à média de US$ 108 o barril, a Petrobras não teve, àquela época, resultado como o registrado agora. “Porque não é simplesmente uma questão de preço elevado de petróleo mas, sim, uma questão de uma gestão eficiente, comprometida com a busca pelo resultado, a redução de custos”.
O presidente disse que entre o primeiro trimestre de 2014 e o primeiro trimestre de 2022, a Petrobras teve uma redução da dívida de US$ 160 bilhões para menos de US$ 60 bilhões, uma redução de 65% no pagamento de juros proveniente de financiamentos, redução de 30% na produção de petróleo e gás natural, queda de 60% nos custos das despesas administrativas, queda de mais da metade dos custos de extração de petróleo e redução de 30% nos custos de refino. Coelho disse que a companhia tem hoje uma gestão comprometida com o resultado e a redução de custos.
O presidente da Petrobras disse que o aumento do preço do petróleo em todo o mundo, nos três primeiros meses deste ano, se refletiu em lucros de todas as grandes petroleiras globais. Ele destacou também que dos cerca de 800 mil acionistas da Petrobras, 700 mil são brasileiros. Em relação à questão de preços, Coelho considerou legítima a preocupação do presidente da República em relação aos preços mais elevados dos combustíveis, “que acontece em todo o mundo” e resulta em preocupação de todos os líderes governamentais. “Por outro lado, por dever de diligência, os administradores da Petrobras e de todas as empresas de capital aberto devem atuar alinhados de acordo com a atual política de preços da companhia”.
O presidente destacou, por outro lado, que a Petrobras não é insensível à sociedade brasileira, principalmente em momentos atípicos como atual, no qual o conflito no Leste Europeu acaba impactando muito os mercados de energia, em especial, agora, o mercado de diesel. “A Petrobras acompanha os preços de mercado, mas não repassamos essa volatilidade momentânea de imediato. Mas, claro também, em determinados momentos, reajustes devem ser feitos para que a gente mantenha a saúde financeira da nossa companhia”.
Reajuste
Os preços de combustíveis estão há 57 dias sem reajustes. O diretor de Comercialização e Logística, Cláudio Mastella, esclareceu que não há limite estabelecido para novo reajuste e que não há risco de desabastecimento, porque o mercado está suprido tanto pelo refino brasileiro, como por importações da Petrobras e de terceiros. “Os estoques estão confortáveis”, assegurou.
Segundo Mastella, a Petrobras monitora os mercados internacionais e avalia os preços coletivos. Ele esclareceu que a companhia evita repassar a volatilidade de preços para o mercado interno porque, a cada dia, pode haver situações de defasagem para cima ou para baixo. “A gente aguarda estabilização de defasagem em um patamar para então implementar mudanças”.
Edição: Fábio Massalli


ECONOMIA
CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos
Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.
De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.
Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.
Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.
A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.
A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.
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