Petrobras prevê investir US$ 78 bilhões em cinco anos

A Petrobras prevê investir US$ 78 bilhões (cerca de R$ 400 bilhões) nos próximos cinco anos. O valor do investimento, que considera apenas o Capex (despesas de capital), está no Plano Estratégico da empresa para o período de 2023 a 2027, divulgado na noite de ontem (30).
O valor do Capex é 15% superior ao do plano anterior (2022-2026), que havia sido de US$ 68 bilhões, maior que a média dos cinco últimos planos estratégicos (US$ 72 bilhões).
O Plano Estratégico 2023-2027 também prevê US$ 20 bilhões em novos afretamentos de plataformas, o que totaliza o valor de recursos em projetos para quase US$ 100 bilhões, ou mais de meio trilhão de reais.
“O novo PE da Petrobras mantém como visão ser a melhor empresa de energia na geração de valor com foco em óleo e gás, sustentabilidade, segurança e respeito às pessoas e ao meio ambiente, preservando o nível saudável de endividamento, a redução na emissão de carbono e uma contribuição efetiva da Petrobras para um futuro próspero e sustentável”, informa a Petrobras em nota.
Do total de US$ 78 bilhões, US$ 64 bilhões (83% do Capex) serão investidos na área de exploração e produção. O pré-sal receberá a maior parte desses recursos, uma vez que deverá responder por 78% de toda a produção da Petrobras em 2027, segundo a empresa.
Apenas no campo de Búzios, na Bacia de Santos, cuja produção deve crescer de 600 mil barris de óleo diários em 2023 para 2 milhões em 2027, deverão ser investidos US$ 23 bilhões.
A Margem Equatorial, nova fronteira exploratória localizada no norte e nordeste da costa brasileira, em faixa que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte, também receberá investimentos: cerca de US$ 3 bilhões.
A área de refino e gás natural terá uma ampliação do seu Capex, em cerca de 30% em relação ao plano anterior, totalizando US$ 9,2 bilhões entre 2023 e 2027
Serão investidos ainda US$ 3,7 bilhões em projetos de descarbonização (ou seja, de redução das emissões de gases do efeito estufa), US$ 600 milhões em projetos de biodiesel renovável e bioquerosene de aviação.
No âmbito da transição energética, ou seja, para uma economia de baixa emissão de carbono, foram identificados três novos negócios: hidrogênio, eólica offshore e captura de carbono.
Edição: Graça Adjuto
Fonte: EBC Economia


ECONOMIA
CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos
Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.
De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.
Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.
Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.
A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.
A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.
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