Petroleiro tomba no Rio Amazonas

Um navio petroleiro tombou no meio do Rio Amazonas, na segunda-feira (4). Segundo a Marinha, o acidente com o navio mercante Minerva Rita ocorreu após a embarcação errar o caminho e passar por uma área rasa devido à estiagem no Canal do Guajará, na região do Tabocal. Não há registro de desaparecidos, mortos ou feridos e nem indícios de poluição hídrica no local.
Após tomar conhecimento do acidente, segundo a Marinha, o Capitão dos Portos da Amazônia Ocidental sobrevoou o local, a bordo de uma aeronave do 1° Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Noroeste (EsqdHU-91), para averiguar o ocorrido.
O local é apontado como um ponto crítico para a passagem de grandes navios, devido à seca que atinge o estado do Amazonas. A navegação na região não foi afetada e ainda não há previsão de retirada da embarcação.
O petroleiro transportava carga da refinaria Ream, do grupo Atem, mas não pertencia ao grupo.
“Será instaurado inquérito a fim de apurar as causas, circunstâncias e possiíveis responsáveis. Assim que concluído, e cumpridas as formalidades legais, o inquérito será encaminhado ao Tribunal Marítimo, que fará a devida distribuição e autuação”, diz nota do Comando do 9° Distrito Naval da Marinha, que abrange os estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima.
Fonte: EBC GERAL


BRASIL
Crianças e adolescentes estão desprotegidos no ambiente digital
O estudo da USP revela falta de transparência das empresas de tecnologia e ausência de regulamentação específica para proteger os direitos infantojuvenis.

A falta de transparência das empresas de tecnologia sobre os impactos das redes sociais e da inteligência artificial na infância expõe crianças e adolescentes a riscos no ambiente digital. A constatação faz parte da pesquisa de doutorado da defensora pública federal e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), Viviane Dallasta Del Grossi, que investigou a relação entre os direitos humanos e a governança empresarial no setor tecnológico. O estudo aponta que não há práticas sistemáticas para garantir a proteção infantojuvenil e que as medidas adotadas são insuficientes.
“Eu tive que me basear em relatório de organizações não-governamentais e de organismos internacionais para pautar minha pesquisa, devido à ausência de transparência das empresas”, enfatizou Viviane. Conforme a pesquisadora, o desenvolvimento tecnológico tem avançado sem interlocução entre especialistas da área técnica e profissionais de direitos humanos, o que compromete a criação de salvaguardas eficientes. Entre os principais problemas apontados, estão a manipulação algorítmica e a vigilância opressiva.
O estudo também ressalta que a ausência de regulamentação específica agrava a vulnerabilidade das crianças e adolescentes. “Eles [empresas de tecnologia] ainda não têm pesquisas e dados sistematizados quanto aos impactos dos produtos e serviços que desenvolvem”, destacou a defensora. Além disso, a pesquisadora alerta que tecnologias como reconhecimento facial tendem a reproduzir desigualdades sociais, impactando de forma mais intensa grupos vulneráveis.
Uma Lei sancionada em São Paulo, que proíbe o uso de celulares em escolas públicas e privadas, foi recebida com otimismo por Del Grossi. Para ela, a medida representa um avanço, mas precisa ser acompanhada por ações educativas. “Essa lei deve ser comemorada, porque ela restringe o uso medíocre da tecnologia. Mas, ela já deve vir pautada com a inclusão da alfabetização ética em inteligência artificial nas escolas, inclusive nos anos iniciais do ensino fundamental”, disse.
O debate sobre os direitos digitais da infância tem ganhado espaço, mas especialistas alertam que medidas mais amplas são necessárias. No último dia 13, foi sancionada a Lei Federal que restringe o uso de aparelhos eletrônicos portáteis em todas as escolas de ensino básico do país, aguardando regulamentação por decreto presidencial. Para Viviane, a proteção integral das crianças no ambiente digital exige ações coordenadas entre governos, sociedade e setor privado.
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