PF investiga esquema envolvendo agentes públicos no Ceará
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (3), a Operação Onzenário para investigar suposto esquema entre agentes públicos estaduais, ex-gestores de instituições financeiras e empresários. Entre 2008 e 2014, eles teriam atuado no direcionamento ilícito de operações de crédito consignadas em folha de pagamento dos servidores do governo do Ceará.
“A investigação policial identificou fluxo intenso de capitais obtidos de forma criminosa em prejuízo dos servidores públicos estaduais, através de investimentos, aquisições imobiliárias e simulação de aquisição de cotas de sociedade empresarial, em engenhoso esquema de corrupção e lavagem de capitais”, explicou a PF em nota.
Os agentes cumprem quatro mandados de prisão temporária e também fazem 26 buscas em endereços do Ceará, e São Paulo e de Salvador. As ordens foram expedidas pela Justiça Federal que ainda bloqueou valores em contas dos investigados.
Um dos alvos da ação é o atual secretário estadual de Turismo, Arialdo Pinho. No período investigado, Pinho era secretário da Casa Civil. Um genro do secretário, empresário e contador, que não teve a identidade revelada pela PF, é alvo de um dos mandados de prisão cumpridos hoje. À época, segundo a PF, ele era gestor de uma das empresas que movimentou mais de R$ 600 milhões nas operações de crédito sob investigação. Até o fechamento dessa reportagem Arialdo Pinho não havia sido localizado pela Agência Brasil para falar da investigação.
Os crimes investigados são de associação criminosa, corrupção, fraude em licitação, crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro, culminando em enriquecimento ilícito dos investigados.
O nome da operação, Onzenário, remete a agiotagem ou cobrança extorsiva de juros.
Edição: Nádia Franco
JUSTIÇA
Moraes liberta coronéis da PMDF réus por omissão no 8 de janeiro
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou soltar, nesta quinta-feira (28), soltar três coronéis da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) que são réus denunciados por omissão durante os atos golpistas de 8 de janeiro do ano passado, quando as sedes do Três Poderes foram invadidas e depredadas. Eles estavam presos em Brasília.
Foram liberados foram os coronéis Fábio Augusto Vieira (ex-comandante-geral da PM) e Klepter Rosa (ex-subcomandante). O coronel Marcelo Casimiro também foi beneficiado. Os três terão de usar tornozeleira eletrônica e estão proibidos de usar redes sociais ou se comunicar entre si.
Pela ordem de Moraes, eles também ficam sujeitos a recolhimento noturno, estão proibidos de deixar o Distrito Federal, devem entregar seus passaportes e se apresentar semanalmente à Justiça.
Ao soltar os três coronéis, Moraes escreveu que eles não representam mais riscos para a instrução da ação penal, pois passaram para a reserva remunerada. O ministro também citou uma “reestruturação total do comando da Polícia Militar no Distrito Federal”. Eles haviam sido presos em agosto de 2023, na Operação Incúria.
Omissão
Os três coronéis integravam a cúpula da PMDF durante os atos golpistas e foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por omissão aos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado da União e violação de deveres funcionais.
Pela peça de acusação, eles teriam conspirado desde o ano anterior em favor de um levante popular pró-Bolsonaro e, no 8 de janeiro, deixaram deliberadamente que os crimes fossem cometidos.
A PGR disse haver “uma profunda contaminação ideológica de parte dos oficiais da PMDF denunciados, que se mostraram adeptos de teorias conspiratórias sobre fraudes eleitorais e de teorias golpistas”.
Em fevereiro, a Primeira Turma do Supremo aceitou a denúncia contra os três e outros membros da PMDF.
Fonte: Justiça
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