Proposta busca otimizar escoamento de grãos e reduzir custos logísticos

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Uma nova proposta, discutida por pesquisadores e especialistas do setor agropecuário, visa melhorar a eficiência do escoamento de grãos no Brasil, um dos maiores desafios logísticos do país. A medida principal inclui a criação de um sistema de agendamento nos terminais para evitar congestionamentos e otimizar o fluxo de caminhões e cargas, com monitoramento desde as rodovias até o embarque nos navios. O objetivo é identificar gargalos na infraestrutura portuária e direcionar investimentos necessários para reduzir os custos logísticos, que impactam diretamente o preço final dos produtos.

A dependência do transporte rodoviário tem aumentado, especialmente com o crescimento da produção de grãos no país. De acordo com dados do Grupo de Pesquisa em Logística da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-LOG), em 2024, 54,2% da produção foi escoada por caminhões, uma evolução considerável desde 2010, quando essa porcentagem era de 44,7%. Essa dependência das rodovias expõe vulnerabilidades estruturais que geram custos adicionais aos produtores, os quais acabam sendo repassados ao preço final dos produtos.

O tempo de espera para o carregamento de navios é uma das principais consequências dessa fragilidade. O produtor de soja Tiago Cinpak, de Lucas do Rio Verde (MT), enfrenta dificuldades devido à falta de armazéns e à concentração de grãos nas rodovias, o que resulta em atrasos no escoamento. Apesar de ter investido em armazéns próprios, muitos produtores ainda dependem de cerealistas, que não têm capacidade para atender ao ritmo da colheita.

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O impacto desses gargalos logísticos também se reflete no custo do transporte. O transporte de soja de Mato Grosso até o Porto de Xangai, via Porto de Santos, teve um custo de US$ 116,47 por tonelada em 2024, sendo que 73% desse valor correspondeu ao trajeto terrestre. Além disso, a escassez de caminhões e o aumento do preço do diesel devem elevar os custos de frete de 15% a 20% em 2024, tornando ainda mais desafiador o cenário logístico para o agronegócio.

Embora as rodovias ainda sejam predominantes, as ferrovias, que representam apenas 2,46% do total de operações, surgem como uma alternativa viável para aliviar a pressão sobre as rodovias. No entanto, o uso limitado da malha ferroviária e a falta de investimentos continuam sendo obstáculos para a ampliação dessa modalidade de transporte. A distância média entre as fazendas e os terminais ferroviários, que varia de 600 a 700 km, também limita a eficiência do sistema.

Outro problema significativo é a falta de capacidade de armazenagem no Brasil. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a capacidade atual dos armazéns não é suficiente para armazenar toda a produção de grãos, especialmente considerando o crescimento da safra, que deverá alcançar 322 milhões de toneladas em 2024/2025. A escassez de espaço para armazenamento prejudica a negociação dos grãos, forçando os produtores a venderem suas colheitas a preços mais baixos quando entregam diretamente às tradings.

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A solução para esses desafios passa por investimentos em infraestrutura, incluindo a construção de mais armazéns e melhorias nas malhas ferroviária e rodoviária. Além disso, a implementação de tecnologias que integrem o sistema de transporte e ofereçam maior previsibilidade e rastreabilidade das cargas pode melhorar significativamente a eficiência logística. É fundamental que o governo federal adote políticas públicas voltadas para o desenvolvimento do setor, com incentivos à construção de armazéns privados e à ampliação da capacidade de transporte, a fim de garantir que o Brasil continue competitivo no mercado global.

A iniciativa envolve os Ministérios da Agricultura, Transportes e Portos e Aeroportos, além de órgãos como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Previsão do IBGE para Safra 2025: Aumento de 10,6% em Relação a 2024

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Em fevereiro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou suas projeções para a safra de 2025, que totaliza 323,8 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas, representando um aumento de 10,6% em comparação à produção de 2024, que foi de 292,7 milhões de toneladas. A previsão é de um acréscimo de 31,1 milhões de toneladas, embora a estimativa seja 0,5% inferior à de janeiro, com uma queda de 1,6 milhão de toneladas.

A área a ser colhida em 2025 será de 81,0 milhões de hectares, um crescimento de 2,4% em relação ao ano anterior, o que equivale a 1,9 milhão de hectares a mais. Em comparação a janeiro, houve um pequeno aumento de 28.921 hectares, ou 0,0%.

Os três principais produtos que compõem a estimativa de safra são arroz, milho e soja, os quais, somados, representam 92,9% da produção prevista e ocupam 87,5% da área a ser colhida. A área destinada à produção de algodão herbáceo (em caroço) cresceu 3,2%, enquanto o arroz em casca teve um aumento de 7,1%. Outros produtos, como feijão, soja e milho, também apresentaram variações significativas em suas áreas cultivadas e estimativas de produção.

Entre os destaques da estimativa estão a soja, com uma previsão de 164,4 milhões de toneladas, e o milho, que deve alcançar 124,8 milhões de toneladas (com 25,3 milhões de toneladas na primeira safra e 99,5 milhões de toneladas na segunda safra). Já a produção de arroz é estimada em 11,5 milhões de toneladas, a de trigo em 7,2 milhões de toneladas, a de algodão herbáceo (em caroço) em 9,0 milhões de toneladas, e a de sorgo em 4,1 milhões de toneladas.

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Variação Regional da Produção e Participação por Estado

Em relação às variações anuais de produção por região, o Centro-Oeste, Sul, Sudeste, Nordeste e Norte apresentaram aumentos na produção, destacando-se o Sul, com 11,7% de crescimento. No entanto, as variações mensais indicaram declínios nas produções do Norte e Sul, enquanto o Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste registraram acréscimos.

Mato Grosso segue como o maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 29,8%, seguido por Paraná (13,6%), Goiás (11,5%), Rio Grande do Sul (11,4%), Mato Grosso do Sul (7,9%) e Minas Gerais (5,6%). Esses estados juntos respondem por 79,8% da produção total do país. As regiões Centro-Oeste e Sul dominam a produção, com participações de 49,4% e 27,0%, respectivamente.

Destaques por Produto na Estimativa de Fevereiro de 2025

Em relação ao mês de janeiro, a produção de diversos produtos apresentou variações. O café canephora teve um aumento de 1,5%, e a produção de arroz cresceu 0,7%. Já a produção de milho da segunda safra aumentou 0,6%, enquanto a batata da segunda safra teve uma pequena elevação de 0,3%. Por outro lado, houve quedas na produção de batata da primeira safra (-4,8%), feijão da primeira safra (-1,9%) e soja (-1,3%).

As estimativas de produção também variaram significativamente entre os estados. Goiás, Minas Gerais e Paraná foram os estados com as maiores variações absolutas positivas, enquanto o Rio Grande do Sul, Rondônia e Alagoas registraram quedas em suas previsões.

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Perspectivas para Produtos Específicos
  • Arroz (em casca): A produção foi estimada em 11,5 milhões de toneladas, um aumento de 0,7% em relação ao mês anterior e de 9,0% em relação a 2024. O crescimento na área plantada se deve à atratividade dos preços da cultura.
  • Batata-inglesa: A produção deve alcançar 4,3 milhões de toneladas, uma redução de 2,2% em relação ao mês de janeiro, com São Paulo apresentando uma queda de 16,8% na estimativa de produção.
  • Café (em grão): A produção total de café, considerando as espécies arábica e canephora, foi estimada em 3,2 milhões de toneladas. A produção de café arábica teve uma queda de 12,8% em relação a 2024, refletindo uma bienalidade negativa. Já o café canephora apresentou crescimento de 4,9%.
  • Cereais de inverno (em grão): Para o trigo, a produção foi estimada em 7,2 milhões de toneladas, com uma queda de 3,8% em relação ao ano passado. A produção de aveia e cevada, por outro lado, mostrou um pequeno aumento.
  • Feijão (em grão): A produção de feijão foi estimada em 3,4 milhões de toneladas, um crescimento de 9,6% em relação a 2024, atendendo completamente ao consumo interno do Brasil.

Essas estimativas refletem a dinâmica da agricultura brasileira, com variações importantes tanto em termos de área plantada quanto de produção, com destaque para a soja e o milho, que continuam a dominar o cenário agrícola nacional.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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