Recuperação dos Preços do Trigo no Brasil Ganha Força no Início de 2025

O mercado doméstico de trigo no Brasil continua apresentando estabilidade nas cotações, mas o início de 2025 trouxe sinais de recuperação, com preços mais firmes e alguns ajustes pontuais nas negociações. De acordo com o analista da Safras & Mercado, Evandro Oliveira, o cenário ainda é de calmaria, mas há uma tendência de alta que se reflete nas movimentações do setor.
No Paraná, as transações foram registradas entre R$ 1.400 e R$ 1.430 por tonelada FOB, com pagamento previsto para março. Já os preços do trigo branqueador permaneceram elevados, variando de R$ 1.550 a R$ 1.600 por tonelada FOB. No Rio Grande do Sul, os preços de compra variaram entre R$ 1.280 e R$ 1.360 por tonelada, enquanto os vendedores, sem pressa para comercializar, mantiveram pedidos entre R$ 1.300 e R$ 1.350 por tonelada FOB.
Oliveira destaca que a retração recente do dólar tem limitado avanços mais expressivos nos preços, mas ainda assim continua a ser um fator determinante na formação da paridade de importação e nas decisões do mercado interno. A demanda programada para março e abril, que indica um planejamento antecipado dos compradores, contrasta com a postura dos produtores, que permanecem estratégicos e sem urgência para a venda do grão.
Câmbio e Estoques como Fatores Decisivos
O analista aponta que o cenário atual, com preços sustentados e uma perspectiva de maior movimentação nos próximos meses, depende principalmente da influência do câmbio, da oferta ajustada e da necessidade de reposição de estoques. Esses elementos serão determinantes para os rumos do mercado no curto e médio prazo.
Mudança na Política de Exportação da Argentina
Na esfera internacional, uma nova medida do governo argentino promete afetar o mercado de trigo. O ministro da Economia, Luis Caputo, anunciou a redução das alíquotas de exportação para o setor agrícola, válida de 26 de janeiro até 30 de junho. A alíquota para o trigo, que era de 12%, será reduzida para 9,5%, e a taxa será eliminada para as economias regionais. O decreto oficial será publicado na segunda-feira (26).
Segundo o analista Andrés Canizzo, da Safras & Mercado, embora o impacto da medida seja mais significativo para o setor de soja e milho, o trigo também pode se beneficiar, uma vez que ainda há grande volume da nova safra a ser comercializado. Embora boa parte já tenha sido negociada a preço fixo, espera-se uma melhora nos preços à vista e futuros, além de maior dinamismo nas vendas pelos produtores e um aumento na competitividade do trigo argentino no mercado global.
A redução das taxas de exportação era uma antiga demanda do setor agrícola argentino, que enfrenta desafios relacionados à desvalorização cambial, queda nos preços internacionais e os efeitos adversos da seca. A medida visa melhorar a rentabilidade dos produtores e tornar o trigo argentino mais competitivo no mercado global.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio


Agronegócio
UFMT finaliza estudo sobre o milho Enogen para etanol e DDG no Brasil

O Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Planejamento Energético (NIEPE) da Faculdade de Economia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) concluiu o projeto intitulado “Tropicalização do produto Enogen para a produção de etanol e DDG no Brasil”. A pesquisa teve como objetivo analisar a viabilidade do cultivo do milho Enogen — uma variedade geneticamente modificada, rica em alfa-amilase, desenvolvida pela Syngenta nos Estados Unidos — para a produção de biocombustíveis e alimentos no Brasil.
O estudo foi financiado pela Syngenta, com apoio administrativo e financeiro da Fundação Uniselva, e coordenado pelo engenheiro Ivo Leandro Dorileo, pesquisador associado do NIEPE. A pesquisa contou também com a colaboração do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (NIPE) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), sob a coordenação da engenheira Bruna de Souza Moraes.
Segundo Dorileo, o relatório final apontou as especificidades do milho Enogen para cultivo em terras tropicais, analisando aspectos técnicos, econômicos, ambientais, energéticos e de mercado. Além das contribuições científicas, o projeto destacou a relevância das parcerias entre as universidades e o setor privado, que possibilitaram a capacitação de pesquisadores e a modernização das instalações da Faculdade de Economia da UFMT.
A pesquisa envolveu a colaboração de diversos especialistas, incluindo Leonardo Gomes de Vasconcelos (Instituto de Química), Eduardo Beraldo de Morais (Engenharia Sanitária e Ambiental) e Margarete Nunes (NIEPE), além do discente Bruno Dantas Muniz, do Instituto de Química, que contribuiu com análises na Central Analítica do Laboratório de Pesquisas em Química de Produtos Naturais e Novas Metodologias Sintéticas. Pelo NIPE, os pesquisadores Mauro Berni, Paulo Manduca e Rubens Lamparelli também participaram do estudo.
Os resultados obtidos abrem novas perspectivas para futuras pesquisas e investimentos na produção de etanol e DDG no Brasil, posicionando o estudo como uma referência importante na busca por soluções inovadoras e sustentáveis no setor agroenergético.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio
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