Rendimentos do trabalho crescem 2,5% no terceiro trimestre

Em valores, a renda média habitual real registrada para o período, de R$ 2.737, ainda está abaixo dos níveis observados antes da pandemia, mas já alcança os níveis observados em 2017. O rendimento habitual é quanto os trabalhadores costumam receber mensalmente pelo trabalho. Já o efetivo é quanto de fato receberam.
Segundo a análise, o pior impacto da queda nos rendimentos no terceiro trimestre de 2022 ocorreu entre os trabalhadores do setor público, com recuos da renda habitual e efetiva de 2,3% e 3%, respectivamente. Para os trabalhadores do setor privado com carteira, houve aumento da renda no terceiro trimestre de 2022 de cerca de 1,6% da renda habitual.
Por sua vez, os informais foram os que tiveram o maior aumento da renda efetiva, com acréscimo de 5,4% para os trabalhadores por conta própria e de 4,9% para os sem carteira assinada.
Os maiores aumentos da renda efetiva foram nas regiões Centro-Oeste e Norte (8,3% e 5,3% respectivamente). A Região Nordeste teve aumento de apenas 0,7% na renda efetiva e de 1,4 % na renda habitual. Na Região Sudeste, houve crescimento de 1% da renda habitual no terceiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
O estudo mostra ainda diferenças salariais entre homens e mulheres. A análise dos rendimentos efetivos e habituais recebidos pelas mulheres, nos últimos trimestres, mostraram desempenho inferior aos dos homens. Enquanto eles tiveram aumento de 3,3% na renda habitual e de 3,4 na renda efetiva, elas tiveram aumento de 1,7% na renda habitual e de 1,5% da renda efetiva.
Análise do Ipea
Seguindo o padrão durante a pandemia, na maior parte dos setores, houve aumento da renda habitual durante 2020 e queda da renda efetiva, segundo a análise do Ipea. As atividades mais dependentes da circulação de pessoas tiveram maior redução da renda efetiva em 2020: transporte, serviços pessoais e coletivos, alojamento e alimentação, comércio e construção. É justamente esse maior impacto que explica a recuperação da renda efetiva em tais setores após a segunda metade do ano de 2021.
Em 2022, os setores mais formais e com trabalhadores mais qualificados apresentam maior queda da renda, com destaque para a administração pública (queda de 11,3% da renda efetiva no segundo trimestre de 2022 e de 0,6% no terceiro trimestre) e educação e saúde (queda de 11,1% e 5,3% da renda efetiva nos segundo e terceiro trimestres respectivamente), além da indústria (queda de 1,5% da renda efetiva no terceiro trimestre de 2022).
Os serviços profissionais começam a mostrar maior recuperação no terceiro trimestre de 2022 com crescimento de 3,6% da renda efetiva em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior. No entanto, foram os setores mais informais e de menor qualificação que mostraram crescimento da renda mais forte, como, por exemplo, transporte (3,9% da renda habitual e 2,0% da efetiva), construção (5,4% da renda habitual e 5,3% da efetiva), serviços pessoais e coletivos (9,6% da renda habitual e 10,8% da efetiva), alojamento e alimentação (2,6% da renda habitual e 5,5% da efetiva) e agricultura (12,6% da renda habitual e 12,7% da efetiva).
Edição: Nádia Franco
Fonte: EBC Economia


ECONOMIA
CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos
Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.
De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.
Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.
Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.
A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.
A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.
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