Rio ainda não decidiu sobre liberação de público na Libertadores

O secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, disse hoje (16) que ainda não há decisão sobre o pedido do Flamengo para liberação da entrada de público, limitada a 10% da capacidade do Maracanã, para a segunda partida com o Defensa y Justicia, pelas oitavas de final da Taça Libertadores, na próxima quarta-feira (21). Soranz lembrou que, em dois eventos realizados no estádio, não foram obedecidos os protocolos de segurança sanitária. O último foi sábado (17), na final da Copa América, entre Brasil e Argentina, quando o protocolo previa várias entradas no Maracanã em horários escalonados.
“Isso não aconteceu”, afirmou o secretário. As pessoas se juntaram e se organizaram para que todos entrassem no mesmo horário. “Foi o que gerou aglomeração. Outra situação importante foi a questão dos testes, que deveriam ser feitos em ambientes controlados, por uma empresa credenciada pela Copa América, com responsável médico. A Copa América liberou para que os torcedores pudessem levar os seus próprios testes. Não concordamos com isso. Esta nunca foi a nossa definição”, afirmou o secretário durante a apresentação do 28º Boletim Epidemiológico da prefeitura do Rio.
De acordo com o secretário, quando se propõe a realização de um evento com testagem, é importante que seja feito em ambiente controlado para que a própria empresa que o realiza tenha capacidade de aferir isso. Soranz disse que os testes estão sendo avaliados pela secretaria.“Hoje a prefeitura tem uma cópia desses testes. Estamos tentando verificar se houve testes falsificados. A Conmebol foi multada no limite do que podíamos. Negocia um novo protocolo, com regras mais rígidas e uma multa também acordada entre as partes em valor muito superior ao que tínhamos anteriormente.”
Para o secretário, apesar do cenário epidemiológico atual ser diferente do que se tinha anteriormente e de, aos poucos, os eventos serem retomados, é importante ter cautela, pois o vírus e a situação são novos. Ele disse que a secretaria entende que, para todos foi um ano duro e quw está sendo difícil manter as medidas restritivas, mas ressaltou a importância das atividades de lazer e de esporte para a sociedade.
“A gente tem total concepção sobre isso, mas é necessário um pouco de cautela. A gente não sabe ainda como isso tudo vai se comportar nos próximos dias. Se acontecer como está planejado, os resultados aparecendo e o número de casos continuar caindo, é claro que a gente vai ter, cada vez mais, uma posição favorável. Ninguém quer ficar segurando eventos por segurar. A gente está tendo cautela, que é o que o momento pede, um momento ainda de uma incerteza”,acrescentou.
Soranz citou decisões da de países como a Inglaterra, a Espanha, o Canadá e os Estados Unidos, que liberaram as restrições, quando chegaram perto de 75% da população vacinada com a primeira dose. “Ainda não tem essa segurança. Então, é melhor esperar e ver como está se comportando em outros locais, para tomar uma decisão que não coloque a vida de ninguém em risco, nem a sociedade como um todo”, destacou o secretário. “Quanto mais o cenário epidemiológico vai ficando favorável,maior a chance de liberação de eventos”, conucluiu.
Edição: Nádia Franco


SAÚDE
Dia Mundial do Rim: cuidado com a saúde renal deve começar na infância
Somente em 2024, o maior hospital pediátrico do país realizou mais de cinco mil sessões de hemodiálise em crianças e adolescentes.

A doença renal crônica afeta mais de dez milhões de brasileiros e 850 milhões de pessoas no mundo, além de causar 2,4 milhões de mortes todos os anos, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia e a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, cerca de 157 mil pessoas dependem de terapia renal substitutiva, conforme dados do Censo Brasileiro de Nefrologia de 2023. Só no Hospital Pequeno Príncipe, que é o maior e mais completo hospital pediátrico do país, foram mais de cinco mil sessões de hemodiálise em crianças e adolescentes em 2024.
Embora seja mais comum em adultos, a doença renal crônica também acomete o público infantojuvenil. Estima-se que sejam 20 casos a cada um milhão de crianças, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria. Por isso, no Dia Mundial do Rim, lembrado em 13 de março, o Hospital Pequeno Príncipe reforça a importância dos cuidados com a saúde renal desde a infância.
Além da produção de urina, os rins desempenham funções essenciais no organismo, como filtrar impurezas do sangue, controlar a pressão arterial e produzir hormônios. “Muitas pessoas pensam que os rins são responsáveis apenas pela urina, mas eles também são fundamentais para o bom funcionamento do metabolismo, crescimento e desenvolvimento do corpo. Por isso é tão importante que o cuidado com a saúde renal e os bons hábitos iniciem ainda na infância, pois eles interferem na saúde por toda a vida”, enfatiza a nefrologista pediátrica Lucimary Sylvestre, do Hospital Pequeno Príncipe.
A ingestão adequada de líquidos, a alimentação balanceada (evitando processados e excesso de sal) e a prática regular de atividades físicas são fundamentais para manter os rins saudáveis ao longo da vida. Também é importante controlar o peso e a glicose e aferir a pressão arterial regularmente a partir dos 3 anos de idade.
Quando suspeitar de problemas renais?
Existem diferentes doenças renais e que não se limitam apenas aos rins, atingindo todo o trato urinário. Elas se apresentam por malformações congênitas, condições hereditárias ou adquiridas. “Algumas doenças se manifestam com sinais como perda de urina, infecção urinária de repetição, presença de sangue ou proteína na urina, mas outras são silenciosas até que atinjam um estágio mais avançado de alteração na função renal”, explica a nefrologista pediátrica. Além desses sinais, também é importante estar atento para:
- alteração na pressão arterial;
- anemia que não melhora com reposição de ferro;
- alterações ou fraqueza óssea;
- cansaço excessivo;
- inchaço nos pés e no rosto;
- histórico familiar de doenças renais.
Ao observar qualquer sinal ou sintoma, é fundamental passar por avaliação médica. Se não tratada adequadamente, a doença renal crônica pode levar a complicações graves, como insuficiência renal e necessidade de realização de diálise ou até mesmo de transplante de rim. Os problemas renais também podem resultar em edemas, dificuldades respiratórias e problemas cardiovasculares, como hipertensão e aumento do risco de infarto.
Cor da urina como alerta para a saúde
A urina é um indicativo relevante da saúde dos rins, pois a coloração reflete o estado de hidratação e pode sinalizar problemas que exigem atenção médica. “É importante que seja avaliado o aspecto da urina como um todo e sempre buscar para que ela não seja muito escura, concentrada demais e que não tenha alterações do cheiro. Ao observar alguma dessas alterações, é importante buscar por atendimento médico para verificar se existe algum problema renal ou se é algo secundário, causado por desidratação, consumo de alimentos que podem mudar a coloração da urina ou pelo uso de alguma medicação”, realça Lucimary.
Saiba o que cada cor da urina pode indicar
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