Rio Negro sobe mais um centímetro e supera marca histórica
O nível do Rio Negro atingiu 29,98 metros nesta terça-feira (1), tendo variado um único centímetro, próximo a Manaus (AM), nas últimas 24 horas. Embora seja tecnicamente insignificante, a elevação foi suficiente para que a máxima histórica registrada em 2012, de 29,97 metros, fosse superada.
Ontem (31), especialistas afirmaram que o nível do rio pode atingir a marca dos 30 metros nas próximas semanas para, então, se estabilizar e começar a baixar lentamente.
Segundo a pesquisadora do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) Luana Gripp Simões Alves, há 80% de chances de o nível do Rio Negro chegar aos 30 metros, mas, em termos de volume d´água, isso não significaria prejuízos maiores que os já registrados.
“Em termos de volume d´água, o fato de o nível subir um ou dois centímetros a mais impactaria muito pouco”, disse Luana, ontem. A pesquisadora também explicou que as medições comportam uma margem de erro de até cinco centímetros – dentro da qual os resultados vêm variando ao longo dos últimos dias, o que, segundo a pesquisadora, reforça a tese de que a situação esteja começando a se estabilizar.
“Tudo indica que estamos passando por um processo de finalização de enchentes. Provavelmente, em termos de efeitos, a inundação que observaremos este ano é isso aí que já estamos vendo”, comentou Luana, enfatizando que, mesmo depois que o nível do Rio Negro começar a baixar, os efeitos da cheia serão sentidos por algum tempo. “Os impactos não vão cessar de um dia para o outro. Ainda demorará várias semanas, pois, no primeiro momento, a velocidade [da vazão] será lenta.”
Em Manaus, as cheias do Rio Negro afetaram a população de 15 bairros. A prefeitura começa a pagar, hoje, o auxílio aluguel municipal para 1.834 famílias atingidas. Cada família contemplada receberá R$ 600, pagos em duas parcelas de R$ 300 cada. Além disso, nas duas últimas semanas, a prefeitura distribuiu 2 mil cestas básicas, colchões, lençóis e kits de limpeza. Por segurança, postes de iluminação da região central foram desligados a fim de evitar incidentes.
Além de Manaus, outras 57 cidades amazonenses foram de alguma forma atingidas pelas cheias de rios que cortam o estado. Dos 62 municípios amazonenses, apenas quatro não foram afetados. Quarenta e oito prefeituras decretaram situação de emergência; seis reconheceram a situação de transbordamento dos cursos d´água e quatro a situação de alerta. Veja a relação abaixo.
Municípios amazonenses em situação de emergência (48):
Calha do Baixo Solimões (9): Manacapuru; Careiro da Várzea; Anori; Caapiranga; Anamã; Codajás; Iranduba; Manaquiri e Careiro Castanho.
Calha do Médio Solimões (8): Jutaí; Fonte Boa; Japurá; Maraã; Uarini; Alvarães; Tefé e Coari.
Calha do Juruá (7): Guajará; Ipixuna; Eirunepé; Envira; Itamarati; Carauari e Juruá.
Calha do Purus (6): Boca do Acre; Pauini; Lábrea; Canutama; Tapauá e Beruri.
Calha do Baixo Amazonas (5): Barreirinha; Boa Vista do Ramos; Nhamundá; Urucará e Parintins.
Calha do Madeira (4): Borba; Nova Olinda do Norte; Novo Aripunã; Manicoré.
Calha do Alto Solimões (4): Atalaia do Norte; Tabatinga; Tonantins e Santo Antônio do Iça.
Calha do Médio Amazonas (4): Itacoatiara; Silves; Autazes e Urucurituba.
Calha do Rio Negro (1): Manaus.
Municípios amazonenses em situação de transbordamento (6):
Calha do Alto Solimões (3): Benjamin Constant; São Paulo de Olivença e Amaturá.
Calha do Baixo Amazonas (2): São Sebastião do Uatumã e Maués.
Calha do Médio Amazonas (1): Itapiranga.
Municípios amazonenses em situação de alerta (4):
Calha do Rio Negro (4): São Gabriel da Cachoeira; Santa Isabel do Rio Negro; Barcelos; Novo Airão.
Municípios amazonenses em situação de normalidade (4):
Calha do Madeira (2): Apuí e Humaitá
Calha do Médio Amazonas (2): Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo.
Edição: Lílian Beraldo
GERAL
Polícia diz que criança não foi ferida por bala da PM em Paraisópolis
A Polícia Militar de São Paulo negou que a bala que atingiu uma criança na manhã de hoje (17), em Paraisópolis, uma das maiores comunidades da capital paulista, tenha sido disparada por policiais após tiroteio na região. O tiro teria atingido um dos olhos da criança.
Segundo a PM, embora a análise sobre o caso sejam ainda preliminar, imagens gravadas por câmeras corporais de três policiais que participaram da ação confirmam que o disparo que atingiu a criança não foi realizado por um policial militar.
“De acordo com a análise das câmeras, podemos assegurar, já neste primeiro momento, que a criança não foi ferida por disparo de arma de fogo proveniente de arma de policial militar”, disse o coronel Emerson Massera, porta-voz da Polícia Militar.
“Não sabemos ainda o que feriu essa criança: pode ter sido um disparo dos criminosos, pode ter sido um pedaço de reboco ou estilhaço ou até mesmo um ferimento provocado por uma pancada ou uma queda. Temos a informação que a tomografia realizada que não apontou lesão perfuro-contundente na criança. Foi um ferimento na testa, aparentemente um corte, que ainda está bastante inchado”, acrescentou o porta-voz.
Troca de tiros
A troca de tiros na manhã de hoje em Paraisópolis ocorreu após uma ação de patrulhamento na região. “Essa ação é comum e tem sido feita com bastante frequência”, disse Massera. “Com certeza foram criminosos que atiraram contra os policiais que, seguindo técnicas, conseguiram se proteger e reagir as disparos”. Os criminosos ainda não foram identificados.
O menino de sete anos estava indo a pé para a escola quando foi atingido. Ele foi encaminhado para a Assistência Médica Ambulatorial (AMA) Paraisópolis às 7h50 e, por volta das 9h, foi transferida para o Hospital do Campo Limpo, onde se encontra consciente e sob cuidados médicos.
A PM informou que o olho dele ainda está bem inchado e que, por isso, a criança ainda não consegue abrir o olho. “A criança está bem e não vai precisar passar por nenhum procedimento cirúrgico”, disse o porta-voz.
Em entrevista coletiva, a Polícia Militar informou que foi recebida a tiros em Paraisópolis e que, por isso, precisou se proteger e reagir aos disparos. “Analisamos as imagens, que nos mostram que os policiais avançaram, progrediram ali na busca dos criminosos. Houve um momento em que os criminosos atiraram novamente contra os policiais e, percebemos, pela dinâmica da ocorrência, que surgiu um veículo com uma mulher e uma criança, e depois percebemos que a criança estava ferida,”
Cena do crime
Imagens que circularam hoje nas redes sociais mostram policiais militares recolhendo objetos na rua Ernest Renan, onde a criança foi atingida, o que poderiam sugerir que eles estivessem modificando a cena do crime para dificultar o trabalho da perícia.
Mas, segundo Massera, isso não ocorreu. “Analisamos as imagens, inclusive com o auxílio das câmeras corporais dos policiais, e ficou claro na análise que os policiais estavam ali sinalizando o local onde o projétil foi encontrado, para facilitar o trabalho feito depois pela Polícia Técnico-Científica. A perícia foi realizada, o local foi preservado e os investigadores e técnicos, que fizeram a perícia, disseram que o local foi bem preservado e que não houve violação.”
Segundo ele, no local foram encontrados vestígios de fuzis e pistolas utilizadas por policiais e uma arma de calibre 90 milímetros, equipamento que pode ter sido disparado por criminosos, já que não são armas utilizadas por policiais.
Afastamento
Por meio de nota, a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo informou ter solicitado o afastamento dos policiais envolvidos na ocorrência e que abriu uma apuração sobre o caso.
“Abrimos procedimento de ouvidoria, oficiando a Polícia Civil, solicitando detalhes do que foi instaurado para apuração da ocorrência, assim como laudos periciais e imagens do entorno. À Corregedoria da PM solicitqmos imagens corporais e o afastamento dos policiais envolvidos, uma vez que imagens recebidas pela corregedoria mostram policiais em ações que viriam a obstruir o trabalho da perícia no local”, disse a Ouvidoria, em nota.
A PM informou que os policiais não serão afastados. “A corregedoria já analisou essas imagens e ficou demonstrado que os policiais não atuaram para prejudicar a cena do crime. Então não há, de acordo com essa análise, nenhum motivo para afastamento dos policiais”, disse o porta-voz da Polícia Militar.
Fonte: EBC GERAL
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