RJ: Nilópolis investiga uso de vacinas vencidas e aplica novas doses

A Secretaria Municipal de Saúde de Nilópolis, na Baixada Fluminense, está investigando, desde sexta-feira (2), casos suspeitos de lotes vencidos da vacina AstraZeneca. Ao todo, são 727 lotes que, conforme o sistema do município, constam como dose tomada após a data de expiração do lote. De acordo com a prefeitura, já foram imunizadas 177 pessoas que estavam nesta situação. Além disso, dez pessoas foram vacinadas novamente em casa.
O trabalho de busca ativa está sendo feito por cinco funcionárias da Secretaria de Saúde, que ligam para os moradores. Até o momento, pelo menos 400 pessoas foram contatadas e deverão comparecer ao posto com o cartão de vacinação para que seja confirmado se a aplicação da vacina ocorreu fora do prazo. “Nos casos confirmados, as pessoas estão sendo convocadas para se vacinarem novamente no Posto Central, caso o morador tenha passado 28 dias desde a última dose”, informou a prefeitura, em nota.
Na avaliação, também foi possível constatar que muitas vacinas foram aplicadas dentro da validade. “Esse número está sendo investigado pela Secretaria de Saúde por meio de busca ativa por telefone e visita domiciliar, quando não se consegue contato telefônico.”
Calendário
Nesta semana, a Secretaria Municipal de Saúde antecipou o calendário de vacinação contra a covid-19 e vão receber as doses pessoas com 42 anos ou mais. Mulheres se vacinam no horário da manhã e homens no período da tarde. A imunização de grávidas e puérperas, lactantes e pessoas em situação de rua continua na cidade.
As pessoas com doença pré-existente que perderam a data agendada podem ir até um dos quatro postos: Central, Cabral, Paiol e Novo Horizonte para se vacinar. Precisam levar um exame, laudo ou receita médica. Já as pessoas com dia programado para receber a segunda dose de AstraZeneca nos postos de saúde devem seguir o que está marcado em seu calendário de vacinação.
O atendimento nos postos é de segunda a sexta-feira das 9h às 17h. No sábado, o funcionamento é das 8h às 12h. Todos devem levar a carteira de identidade com CPF ou cartão do SUS e um comprovante de residência, que é obrigatório.
Edição: Maria Claudia


SAÚDE
Dia Mundial do Rim: cuidado com a saúde renal deve começar na infância
Somente em 2024, o maior hospital pediátrico do país realizou mais de cinco mil sessões de hemodiálise em crianças e adolescentes.

A doença renal crônica afeta mais de dez milhões de brasileiros e 850 milhões de pessoas no mundo, além de causar 2,4 milhões de mortes todos os anos, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia e a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, cerca de 157 mil pessoas dependem de terapia renal substitutiva, conforme dados do Censo Brasileiro de Nefrologia de 2023. Só no Hospital Pequeno Príncipe, que é o maior e mais completo hospital pediátrico do país, foram mais de cinco mil sessões de hemodiálise em crianças e adolescentes em 2024.
Embora seja mais comum em adultos, a doença renal crônica também acomete o público infantojuvenil. Estima-se que sejam 20 casos a cada um milhão de crianças, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria. Por isso, no Dia Mundial do Rim, lembrado em 13 de março, o Hospital Pequeno Príncipe reforça a importância dos cuidados com a saúde renal desde a infância.
Além da produção de urina, os rins desempenham funções essenciais no organismo, como filtrar impurezas do sangue, controlar a pressão arterial e produzir hormônios. “Muitas pessoas pensam que os rins são responsáveis apenas pela urina, mas eles também são fundamentais para o bom funcionamento do metabolismo, crescimento e desenvolvimento do corpo. Por isso é tão importante que o cuidado com a saúde renal e os bons hábitos iniciem ainda na infância, pois eles interferem na saúde por toda a vida”, enfatiza a nefrologista pediátrica Lucimary Sylvestre, do Hospital Pequeno Príncipe.
A ingestão adequada de líquidos, a alimentação balanceada (evitando processados e excesso de sal) e a prática regular de atividades físicas são fundamentais para manter os rins saudáveis ao longo da vida. Também é importante controlar o peso e a glicose e aferir a pressão arterial regularmente a partir dos 3 anos de idade.
Quando suspeitar de problemas renais?
Existem diferentes doenças renais e que não se limitam apenas aos rins, atingindo todo o trato urinário. Elas se apresentam por malformações congênitas, condições hereditárias ou adquiridas. “Algumas doenças se manifestam com sinais como perda de urina, infecção urinária de repetição, presença de sangue ou proteína na urina, mas outras são silenciosas até que atinjam um estágio mais avançado de alteração na função renal”, explica a nefrologista pediátrica. Além desses sinais, também é importante estar atento para:
- alteração na pressão arterial;
- anemia que não melhora com reposição de ferro;
- alterações ou fraqueza óssea;
- cansaço excessivo;
- inchaço nos pés e no rosto;
- histórico familiar de doenças renais.
Ao observar qualquer sinal ou sintoma, é fundamental passar por avaliação médica. Se não tratada adequadamente, a doença renal crônica pode levar a complicações graves, como insuficiência renal e necessidade de realização de diálise ou até mesmo de transplante de rim. Os problemas renais também podem resultar em edemas, dificuldades respiratórias e problemas cardiovasculares, como hipertensão e aumento do risco de infarto.
Cor da urina como alerta para a saúde
A urina é um indicativo relevante da saúde dos rins, pois a coloração reflete o estado de hidratação e pode sinalizar problemas que exigem atenção médica. “É importante que seja avaliado o aspecto da urina como um todo e sempre buscar para que ela não seja muito escura, concentrada demais e que não tenha alterações do cheiro. Ao observar alguma dessas alterações, é importante buscar por atendimento médico para verificar se existe algum problema renal ou se é algo secundário, causado por desidratação, consumo de alimentos que podem mudar a coloração da urina ou pelo uso de alguma medicação”, realça Lucimary.
Saiba o que cada cor da urina pode indicar
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