Setembro Amarelo – Suicídio não é frescura! Mas sim a vontade de acabar com a própria dor

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Saúde mental deixa de ser tabu e começa a ser assunto muito discutido nos últimos anos. Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza nacionalmente o ‘Setembro Amarelo’. O dia 10 do mês setembro é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha ocorre durante todo o ano. Em meio a pandemia causada pelo novo Coronavírus a taxa de suicídio aumentou e precisa ser analisada mais de perto. Para discutir o tema, o psicólogo Stênio Marques aborda pontos importantes sobre o assunto.

Segundo informações da ABP, são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 1 milhão no mundo. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais tratáveis. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias. “É relevante destacar que pessoas com essas doenças precisam de acompanhamento psicológico ou psiquiátrico, fazendo uso, inclusive, de medicamentos ou mesmo internação, quando necessário”, explica Stênio. De acordo com psicólogo um tratamento eficaz é a intervenção psicossocial. “Este método inclui entrevistas motivacionais e o atendimento contínuo depois da alta do paciente”.

Stênio chama a atenção para outro ponto importante no processo do suicídio. “Nós não podemos perder de vista que o suicídio é também um problema de saúde pública. Neste âmbito ações podem ser feitas, como a campanha do ‘Setembro Amarelo’”. Ele revela que estratégias nacionais e locais de prevenção, conscientização, questionamentos e enfrentamentos de alguns tabus é de extrema importância na detecção e no tratamento precoce desses transtornos mentais. “Controle de meios letais, como a redução de armas de fogo, regulamentação do comércio de agrotóxicos, arquitetura segura em locais públicos, e também treinamentos de profissionais de saúde em prevenção do suicídio pode ajudar a evitar atitudes extremas”, explica.

O suicídio não deve ser visto como uma ação individual e tampouco como um ato de coragem diante de um sofrimento psíquico intenso. “Quem toma esse tipo de atitude está cheio de sofrimento psíquico e acaba não enxergando nenhuma solução possível no momento”, diz Stênio. Ele complementa dizendo que uma das maneiras mais contundentes de combater as angústias e o sofrimento é falar sobre os sentimentos. A segunda coisa a se fazer para prevenir o suicídio é ser um ponto de apoio para as pessoas que estão em conflitos. “Muitas vezes não é fácil identificar quando uma pessoa está com ideação suicida, por isso, devemos agir com clareza com o sujeito, caso venhamos suspeitar da intenção”.

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Ao deparar-se com alguém próximo a essa situação, é necessário acolher e escutar, isso contribui para que o sujeito consiga dar nome a sua dor, consequentemente, elaborar seus conflitos. “Essas atitudes nos levam a compreender o plano, os motivos, as consequências, para de fato, saber como ajudar”, disse Stênio. O apoio psicológico ou psiquiátrico faz parte desse processo de ajuda, o Centro de Valorização a Vida (CVV) é um serviço que também contribui com essa rede de apoio. “Quando você se deparar com alguém que já está em meio a uma atitude extrema, o correto a se fazer é levar a um hospital ou chamar o SAMU para uma intervenção médica”, alerta Stênio.

A depressão é uma das doenças pré-existentes causadora da maioria dos suicídios do Brasil, mas ainda é vista com muito preconceito pela sociedade, o que deve ser combatido. De acordo com o psicólogo, isso se deve à falta de conhecimento, porque quanto maior o estigma, maior será o medo, a ansiedade e a angústia. “Esses preconceitos, muitas vezes, vêm dos próprios familiares e dos colegas de trabalho. A depressão é uma doença considerada grave e que tem um tratamento longo. Esta doença não é sinônimo de fraqueza, falta de caráter ou preguiça, ela deve ser considerada como qualquer outra doença, séria que merece tratamento adequado”, destaca Stênio. Com essas informações em mãos será possível observar esses pré-julgamentos, para que ajude as pessoas nesse processo, e não as atrapalhe.

 

Encontre ajuda

O psicólogo Stênio Marques fornece algumas orientações para pessoas que estão atravessando esse momento. “O primeiro passo é tentar compreender esses processos que lhe causam dor e angústia, e entender que a depressão é uma doença que precisa ser tratada”. A busca pelo tratamento é o segundo passo, pois é a forma que a pessoa conseguirá elaborar esses conflitos para conseguir ter um novo sentido de vida. “Esse tratamento envolve o psicoterápico, que por meio da fala ele consegue dar nome para o sentimento. Ainda, se houver necessidade, deve-se fazer acompanhamento psiquiátrico, inclusive com tratamento medicamentoso. Esses processos se fazem necessário, pois ambos os tratamentos podem e devem caminhar juntos”, revela.

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O suicídio é considerado pelo Ministério da Saúde (MS) um problema de saúde pública, tirando a vida de uma pessoa por hora no Brasil, mesmo período no qual outras três tentaram se matar sem sucesso. O CVV realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, através de atendimento voluntário e gratuito à todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. Ligue 188!

Para os que convivem com alguém nessa situação o primeiro passo é buscar o entendimento, o que implica no acolhimento. “Acolhimento é uma das coisas que tenho falado desde o início, porque o sujeito que está vivenciando momentos difíceis, conflitos internos, precisa ser compreendido e acolhido em seu sofrimento, para que haja possibilidades na vida”, enfatizou.

A mudança de comportamento para com a pessoa, no sentido de estar mais próxima, se preocupar e de cuidar facilita no enfrentamento de qualquer problema de ordem psicológica. É importante que mais informações cheguem, pois é necessário falar sobre os motivos que levam alguém a tirar a própria vida. “É preciso falar quais são os caminhos para prevenir esse ato, que as pessoas se conheçam e assim possam ter um novo sentido de vida e aprendam a lidar com suas emoções. É também fundamental não reforçar esses estigmas de que suicídio é frescura, é não saber lidar com os problemas, entender que quem comete suicídio não quer morrer, e sim acabar com a própria dor”, finaliza.

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SAÚDE

Novo PAC Saúde: Mais cuidado e estrutura para as mulheres brasileiras

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O Governo Federal reforça o compromisso com todas as brasileiras ao investir na ampliação e qualificação da infraestrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) voltados à saúde feminina. Por meio do Novo PAC Saúde, serão construídas 36 novas maternidades e 31 Centros de Parto Normal em diversas regiões do país. As novas unidades vão proporcionar um ambiente mais seguro e humanizado para gestantes, puérperas e os recém-nascidos, com estrutura adequada para realizar os atendimentos. A estratégia do governo também terá um impacto significativo na redução da mortalidade materna e infantil e na qualificação dos serviços obstétricos ofertados no SUS.

A iniciativa busca fortalecer a rede de atendimento, especialmente a materna e infantil, nas áreas que mais necessitam de suporte. O investimento reflete a preocupação do governo em proporcionar um pré-natal mais completo, partos humanizados e um acompanhamento pós-parto eficiente. “A chegada de um bebê é um momento único para cada mulher e sua família. A construção dessas maternidades é um passo fundamental para redução das desigualdades no acesso à saúde, melhoria da qualidade do cuidado ofertado às gestantes, puérperas e seus bebês, bem como para o fortalecimento da Rede Alyne” destacou a diretora do Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência (DAHU), Aline Costa.

Para muitas mulheres, especialmente as que vivem em regiões mais afastadas ou em situação de vulnerabilidade, a falta de estrutura adequada pode transformar o momento do nascimento em um desafio. Com as novas maternidades e centros de parto normal, a proposta é ampliar a oferta de espaços equipados e com profissionais qualificados para garantir um atendimento mais humanizado e seguro.

Além das maternidades e dos Centros de Parto Normal, o Novo PAC Saúde também prevê investimentos na modernização de hospitais e Unidades Básicas de Saúde, ampliando a capacidade do SUS em atender as mulheres ao longo de toda a sua vida. O objetivo é fortalecer não apenas o atendimento ao parto, mas toda a rede de saúde da mulher, desde a adolescência até a terceira idade.

Adicionalmente, nos próximos anos, as mulheres terão acesso a 90 novas Policlínicas Regionais espalhadas por todo o país. Com a implantação das unidades, o SUS se fortalece, assegurando o acesso a consultas especializadas e exames de média e alta complexidade, necessários para diagnósticos de diversas doenças como o câncer de mama. Além disso, a iniciativa vai expandir o acesso das mulheres aos Núcleos de Atendimento às Vítimas de Violência, fortalecendo a rede de suporte e proporcionando serviços especializados para mulheres, crianças e outros grupos em situação de vulnerabilidade. Estes núcleos são compostos por equipes multidisciplinares treinadas para lidar com situações de violência física, psicológica e sexual, assegurando um apoio completo às vítimas.

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Bem-estar de toda a sociedade

Entre as inovações previstas no Novo PAC Saúde, está o fortalecimento da atenção básica, com a construção de 1.809 Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Para muitas mulheres, essas unidades representam o primeiro contato com a assistência médica, seja para consultas de rotina, exames preventivos, pré-natal ou acompanhamento de doenças crônicas. Em um país onde a maioria dos atendimentos na rede pública de saúde é voltada para as mulheres, investir na modernização das UBSs significa investir na saúde e no bem-estar de toda a sociedade.

Com as novas UBSs, está previsto um crescimento no número de salas lilás, espaços dentro das unidades destinados ao acolhimento humanizado de mulheres que sofreram violência conforme a Lei 14.847 de 2024 aprovada no governo do presidente Lula. Estas salas proporcionam um espaço seguro e especializado para um cuidado integral assistência psicológica, social e jurídica, essenciais para romper o ciclo de violência doméstica. 

Neste mês das mulheres, o Novo PAC Saúde se apresenta como um símbolo de avanço na luta por direitos e equidade. Investir na saúde das mulheres é investir no futuro do país, garantindo que cada brasileira tenha acesso a um atendimento digno e de qualidade. Com essas novas estruturas, o SUS se fortalece e se torna ainda mais acessível para quem mais precisa. 

Maternidades 

O Novo PAC Saúde vai investir R$4,4 bilhões na construção de 36 novas maternidades distribuídas em todo o Brasil. A medida vai beneficiar 26,7 milhões de mulheres em idade fértil por ano, totalizando mais de 583 mil novos atendimentos realizados no SUS. 

As maternidades são estabelecimentos de saúde de média e alta complexidade que prestam assistência à mulher, gestante, puérpera e ao recém-nascido, realizando internação hospitalar, atendimento ambulatorial e de urgência e emergência ginecológica e obstétrica durante 24 horas. 

Os leitos de UTI nas maternidades desempenham um papel fundamental na assistência intensiva a mulheres e bebês que enfrentam complicações durante a gestação, o parto ou o pós-parto. Esses leitos garantem um suporte vital imediato para recém-nascidos prematuros ou com condições graves, além de oferecer cuidados especializados para mães que possam apresentar complicações, como hemorragias, hipertensão grave ou infecções. A presença de UTIs materna e infantil nas maternidades reduz riscos, aumenta as chances de recuperação e melhora significativamente os desfechos clínicos, assegurando um atendimento seguro e humanizado em momentos críticos.  

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Centro de Parto Normal – CPN 

O Governo Federal vai beneficiar, também, dois milhões de mulheres em idade fértil, com a construção de 31 novos Centros de Parto Normal (CPNs). As unidades de saúde são destinadas à assistência ao parto de risco habitual, fora de estabelecimento hospitalar, e preveem atendimento no pré-parto, assistência ao trabalho de parto, parto, puerpério e cuidados com o recém-nascido. Ao todo, serão investidos na infraestrutura dos centros R$97 milhões, com previsão de atender 2 milhões mulheres em idade fértil por ano nas unidades.  O CPN é um serviço projetado para oferecer um ambiente acolhedor e assistência humanizada às gestantes que desejam o parto normal. 

Policlínicas

O Novo PAC Saúde vai investir na construção de 90 Policlínicas Regionais. Essas unidades desempenham um papel fundamental na ampliação do acesso a serviços especializados. A medida vai beneficiar mais de 19 milhões de pessoas em todo o país, com a oferta de serviços de diagnóstico, exames de imagem e gráficos e consultas clínicas com cardiologistas, endócrinos e outras especialidades, definidas com base no perfil epidemiológico da população da região. As policlínicas funcionam como um complemento às Unidades Básicas de Saúde (UBSs), recebendo pacientes encaminhados pelos médicos da atenção primária quando há necessidade de avaliação especializada. A construção dessas unidades fortalece a prevenção e o acompanhamento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, além de facilitar a detecção precoce de problemas de saúde.

UBS

As iniciativas do PAC Saúde têm como objetivo estruturar a rede de assistência ao cidadão do SUS, sendo as mulheres as maiores usuárias do sistema público de saúde. Sobretudo, quando abordamos o acesso às UBSs. Portanto, o Governo Federal vai destinar R$ 4,2 bilhões para a construção de 1.809 novas unidades em todo o país. As UBSs representam a principal porta de entrada para o SUS, atendendo a necessidade individual e coletiva. O Novo PAC Saúde busca modernizar essas unidades, promovendo sustentabilidade e integrando tecnologias como teleconsulta.

O Novo PAC Saúde integra um conjunto de ações estratégicas para modernizar e expandir os serviços do SUS, reafirmando o compromisso do governo com a melhoria do atendimento e a promoção da equidade no acesso à saúde no Brasil. 

Canais de apoio aos gestores

Para facilitar a comunicação, o Ministério da Saúde disponibiliza canais exclusivos:

Alexandre Penido
Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde

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