Soja Convencional se Destaca com Prêmios Atrativos na Safra 2024/25

Os prêmios pagos pela soja convencional na safra 2024/25 têm se mostrado bastante atrativos, variando entre US$ 4 e US$ 6 por saca, conforme a oferta e a demanda no mercado. A informação é do Instituto Soja Livre (ISL), que destaca o interesse contínuo no cultivo dessa variedade, apesar da redução na área plantada.
Nicho de mercado para produtores especializados
De acordo com César Borges, presidente do Instituto Soja Livre, a produção de soja convencional tornou-se um nicho para produtores especializados devido à necessidade de cuidados específicos desde a seleção da semente até a segregação do grão. “Trata-se de um produto de alto valor agregado, que requer tecnologia e manejo diferenciados. Em contrapartida, os produtores são remunerados com prêmios atrativos, garantindo a segurança da demanda e a liberdade de escolha do sojicultor brasileiro”, afirma Borges.
Crescente demanda chinesa e asiática
A China, maior consumidora global de soja, tem demonstrado um interesse crescente pela soja não transgênica, impulsionada pela busca por produtos mais saudáveis e pela preocupação com a segurança alimentar. Entre 2015 e 2025, o país praticamente dobrou sua produção de soja convencional para suprir o consumo interno. Em 2022, além do aumento da produção local, a China importou aproximadamente 1,5 milhão de toneladas de soja livre de transgênicos.
Além da China, países como o Japão também apresentam demanda elevada pela soja convencional, utilizada na produção de alimentos como tofu, leite e óleo de soja. O Japão busca diversificar sua cadeia de suprimentos e reduzir a dependência do mercado norte-americano. Empresas sul-coreanas seguem a mesma tendência, o que pode fortalecer o corredor de exportação de sojas especiais para a Ásia, segundo Fernando Nauffal, consultor do ISL.
Atualmente, estima-se que o Japão importe cerca de 3,5 milhões de toneladas de soja convencional, sendo a maior parte proveniente dos Estados Unidos e do Canadá. Deste volume, um milhão de toneladas são destinadas ao consumo humano, com base em variedades específicas.
Oportunidades no mercado europeu
A Europa, que enfrentou uma safra frustrante em alguns países, também se destaca como um destino relevante para a soja convencional brasileira. Apesar do crescimento da produção de soja na União Europeia (UE-27) nos últimos dez anos, passando de 1,5 milhão para quase 3 milhões de toneladas em 2023, a necessidade de importação da commodity permanece estável.
A redução da produção local na safra 2024/25, somada às dificuldades nas importações da Rússia e da Ucrânia devido à guerra, tem aumentado a demanda pela soja da América do Sul. Esse cenário favorece os produtores brasileiros, que se beneficiam da crescente procura pelo grão no continente europeu.
A Noruega, maior importadora de soja convencional brasileira, também deve ampliar suas compras devido a fatores climáticos que afetam a aquicultura local, reduzindo a produção de espécies utilizadas na fabricação de farinha e óleo de peixe, principais alternativas à soja como insumo para rações.
Mato Grosso lidera produção nacional
Mato Grosso segue na liderança da produção de soja convencional no Brasil, respondendo por cerca de 47% da área plantada no país. Na última safra, o estado produziu mais de 700 mil toneladas do grão. Para 2025, a expectativa é que a produção nacional alcance 1,5 milhão de toneladas.
Apesar do crescimento da demanda, houve uma redução de 21% na área plantada de soja convencional no Brasil na última safra, passando de 686 mil hectares para 543 mil hectares. Em Mato Grosso, a retração foi ainda maior, de 27%, com a área reduzida de 379 mil hectares para 274 mil hectares.
Perspectivas para o futuro
Mesmo diante da redução da área plantada, a soja convencional segue como uma alternativa promissora para os produtores brasileiros, que podem aproveitar os bons prêmios oferecidos pelo mercado internacional. “Com a iminente ampliação da demanda global por essa commodity, o cultivo da soja convencional apresenta excelentes oportunidades de negócios para os agricultores”, destaca Eduardo Vaz, diretor executivo do Instituto Soja Livre.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio


Agronegócio
Café recua mais de 1% nas bolsas internacionais nesta sexta-feira

O mercado futuro do café opera em queda na manhã desta sexta-feira (14), refletindo a volatilidade que tem marcado o setor nos últimos dias.
De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado na quinta-feira (12), a safra de café de 2025 foi estimada em 52,8 milhões de sacas de 60 kg. O volume representa um leve avanço de 0,4% em relação à projeção anterior, impulsionado por ajustes na expectativa para os grãos canéforas, mas ainda assim indica uma retração de 7,5% na comparação com 2024. Esse declínio é atribuído à redução de 2,5% na área colhida e a uma queda de 5,1% na produtividade.
Segundo Orlando Editore, head de café da Datagro, a oscilação nos preços está diretamente relacionada à instabilidade do mercado cafeeiro, que envolve desde a produção até o consumo. “Há uma preocupação com a oferta, que está no quinto ano consecutivo de limitações diante de uma demanda estável, além do clima, que pode impactar negativamente a produtividade da safra de 2025 e comprometer o desenvolvimento da temporada de 2026”, explica.
Relatório da Pine Agronegócios aponta que, apesar das lavouras apresentarem condições semelhantes às de 2024, o déficit hídrico preocupa. Caso a escassez de chuvas persista nos próximos dias, o solo pode atingir uma das piores condições de umidade para o período do inverno, prejudicando a formação das gemas florais. Essa situação eleva o risco de quebra de produtividade para a safra de 2026.
Por volta das 8h50 (horário de Brasília), os contratos do café arábica registravam quedas expressivas:
- Março/25: recuo de 160 pontos, cotado a 390,60 cents/lbp;
- Maio/25: baixa de 385 pontos, negociado a 381,85 cents/lbp;
- Julho/25: perda de 350 pontos, valendo 375,15 cents/lbp;
- Setembro/25: retração de 325 pontos, cotado a 367,95 cents/lbp.
No mercado do robusta, os contratos apresentavam oscilações mistas:
- Março/25: alta de US$ 20, negociado a US$ 5.535/tonelada;
- Maio/25: queda de US$ 67, cotado a US$ 5.461/tonelada;
- Julho/25: baixa de US$ 65, valendo US$ 5.442/tonelada;
- Setembro/25: recuo de US$ 57, cotado a US$ 5.385/tonelada.
O mercado segue atento às projeções climáticas e à oferta global, fatores determinantes para o comportamento dos preços nas próximas semanas.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio
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