SP tem pior semana epidemiológica desde início da pandemia

Apesar de estar em uma fase mais restritiva, com toque de recolher e fechamento de comércio não essencial, o estado de São Paulo enfrentou a sua pior semana da pandemia do novo coronavírus. Na 11ª Semana Epidemiológica, entre os dias 14 e 20 de março, o estado bateu recorde na média móvel de mortes e de novos casos. Os dados foram divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde.
Entre sábado (14) e ontem (20), o estado registrou 3.449 novas mortes, uma média móvel de 493 mortes por dia, superando a média da semana anterior (entre os dias 7 e 13 de março) de 364 mortes por dia.
Nesta semana, o estado bateu o recorde de mortes registrados em um dia: na terça-feira (16), o estado somou 679 mortes. Nos últimos cinco dias, o estado vem registrando um número de mortes diárias superior a 600.
São Paulo teve também a sua pior semana em número de novos casos. Só nesta última semana, São Paulo registrou 102.931 novos casos, uma média móvel diária de 14.704 casos a cada dia, batendo a média notificada na semana anterior, de 12.492 casos por dia.
Até ontem, o estado tinha 28.292 pessoas internadas com covid-19, sendo 11.976 delas internadas em estado muito grave, ocupando leitos de unidades de terapia intensiva (UTI). Esse número é 110% maior que o que havia sido registrado quatro semanas atrás, em 20 de fevereiro, quando o estado tinha 13.491 pacientes internados. A taxa de ocupação de leitos de UTI no estado estava em 91,5% nesse sábado.
Fase emergencial
Com o crescimento exponencial do número de mortes, novos casos e de pessoas internadas, o governo de São Paulo decidiu decretar uma fase emergencial, que teve início na segunda-feira (15).
Nessa fase, cultos e cerimônias religiosas coletivas foram proibidas, jogos de futebol foram paralisados e as aulas da rede pública suspensas. Também foi estabelecido um toque de recolher das 20h às 5h. Além disso, desde o dia 6 de março o estado mantém sua classificação na Fase 1-Vermelha do Plano São Paulo, onde somente atividades essenciais podem funcionar. Essas medidas devem durar até o final deste mês.
Com isso, o estado busca aumentar sua taxa de isolamento. Nessa última semana, com a fase emergencial, ela cresceu, mas não chegou na taxa mínima o esperado pelo governo, de 55%. Ontem, a taxa chegou a 47%. Aos finais de semana, a taxa de isolamento costuma ser maior.
Edição: Fábio Massalli


SAÚDE
“Considero o Conselho a maior barreira para o negacionismo nesse país”, afirma Padilha durante reunião do CNS

Nesta quinta (13), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, marcou presença na 364ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde (CNS), na sede do Ministério da Saúde, em Brasília. A agenda recordou os cinco anos da pandemia de Covid-19, além de abordar a participação social na garantia da equidade dos direitos das mulheres e as ações do Programa Brasil Saudável. O atendimento da população em situação de rua na atenção primária também foi uma das pautas.
Esta foi a primeira participação de Padilha em uma reunião do Conselho, desde que reassumiu a pasta na última segunda (10). Durante a plenária, ele falou das suas expectativas para os próximos dois anos e agradeceu o trabalho do CNS na luta pela defesa do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Alguns sentimentos me movem ao voltar para o Ministério da Saúde e um deles é consolidar a pasta com gestores municipais e estaduais. Como um espaço de controle social, o Conselho Nacional de Saúde é a maior barreira para o negacionismo nesse país e isso nos impulsiona para ser uma referência mundial”, declarou o ministro.
A presidente do CNS, Fernanda Magano, agradeceu a presença de Padilha na reunião. “É muito importante esse diálogo e os compromissos aqui estabelecidos na defesa do nosso Sistema Único de Saúde. Esperamos que essa reconstrução seja muito proveitosa para as entregas necessárias pela democracia e garantia da vida no nosso país”, declarou.
- 364ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde (CNS), na sede do Ministério da Saúde, em Brasília (Foto: Taysa Barros/MS)
Para o representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), José Ramix, é urgente a participação e valorização da diversidade na saúde: “Precisamos estimular estratégias que fortaleçam o controle social e a gestão participativa, além de reconhecer o protagonismo dos territórios e das diversas populações dos municípios brasileiros”, observou.
Durante sua fala, o ministro reforçou o pedido de Ramix e destacou, mais uma vez, a urgência da entrega e a obsessão pela redução no tempo de espera pelos atendimentos especializados. “Só vamos conseguir fazer isso acontecer com uma atenção primária fortalecida, valorizada e equilibrada, além de reorganizar as redes de média e alta complexidade”, pontuou.
Ana Freire
Ministério da Saúde
Fonte: Ministério da Saúde
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