Toyota Hilux SRV 2021: quebrando preconceitos de picapes flex
Sempre fui crítico das picapes médias com motores flex, mas encontrei motivos para reconsiderar algumas delas na Toyota Hilux SRV 2.7 4×4 2021. O modelo produzido em Zárate (Argentina) costuma figurar entre os mais vendidos do segmento – no “pau a pau” com a Chevrolet S10 –, mas será que vale a pena investir R$ 204.090 para abastecer com gasolina ou etanol?
Antes de responder, vamos dar uma olhada no catálogo da Hilux 2021 para o Brasil nas versões cabine dupla. O modelo de entrada é o SRV , disponível com trações 4×2 (R$ 189.390) e 4×4 (204.090). Em ambos os casos, o motor é 2.7 Flex, com câmbio automático, de seis marchas.
A versão STD (R$ 209.590) é a mais em conta com motor diesel, mas está disponível apenas com câmbio manual, de seis marchas. Em seguida, surgem os modelos SR (R$ 230.690), SRV (R$ 247.990) e SRX (R$ 276.490), todos com câmbio automático, de seis marchas e motor 2.8 turbodiesel.
Entre o modelo SRV 4×4 Flex que avaliamos e a versão básica, a diesel, com câmbio automático, há um abismo de quase R$ 30 mil. Além disso, a versão SRV conta com câmera de ré, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, chave presencial, alarme antifurto, retrovisores rebatíveis e central multimídia com TV digital. Todos estes equipamentos não aparecem na versão SR diesel, que é mais cara.
Um conselho muito comum entre os “picapeiros” é: esqueça a flex, compre a diesel. No caso da Hilux , a conta só não vai fugir do controle do cliente se optar por investir no modelo STD , que além de ter câmbio manual, não conta com diversos equipamentos.
Se você mora na cidade e pretende usar a picape com frequência no dia a dia, a versão STD é muito “pé-de-boi” e abdica demais do conforto. Neste cenário, o modelo SRV Flex se torna interessante. Além de ser mais convidativa, por causa do preço, tem um pacote de equipamentos de respeito.
Pé na estrada
Aproveitei a folga durante a semana para percorrer mais de 300 quilômetros com a Toyota Hilux SRV 2021 , saindo da capital paulista com destino a Aparecida do Norte (SP), e depois retornando. Foram cerca de quatro horas e meia ao volante da picape média na Dutra.
A primeira característica que chamou atenção foi o silêncio na cabine. Apesar de ser um motor flex, de quatro cilindros, empurrando uma picape de quase duas toneladas, o conjunto é bem sutil e silencioso em velocidade de cruzeiro.
Você viu?
A Hilux Flex desenvolve 163 cv e plausíveis 24,9 kgfm de torque a 4.000 rpm. De fato, o modelo exige um pouco mais de esforço em algumas situações, como subidas e retomadas, mas está longe de ser considerado “manco” na estrada.
O conjunto foi desenvolvido para privilegiar rotações mais baixas. Mantendo 120 km/h com o piloto automático ativado, o modelo gira em torno de 2.300 mil rpm, beneficiando o silêncio na cabine e o consumo de combustível. Em alguns momentos, a Hilux flex chegou a marcar o consumo instantâneo de 9,7 km/l de gasolina, no computador de bordo.
O tanque de combustível de 80 litros, ajuda na autonomia. Segundo o Inmetro, o modelo pode rodar até 648 km na rodovia, abastecido com gasolina. No etanol, a situação é sofrível, com média de 4,8 km/l na cidade e 6,9 km/l na estrada.
A ergonomia da Hilux SRV é ótima. A posição dos bancos e do volante permitem que o motorista dirija por muitas horas sem sentir qualquer sinal de cansaço ou dores nas costas e nos braços. A sensação é de guiar um SUV de porte médio.
A suspensão também merece elogios, com acerto bem macio, apesar de ser otimizada para o uso de carga. Segundo a Toyota , a caçamba pode levar 1.036 litros, com capacidade de carga útil de 980 kg.
Escolha por eliminação
Se você não liga para o pacote de equipamentos e tem R$ 230 mil sobrando para comprar uma picape, a Hilux SR com motor diesel pode ser uma escolha sem muitas vaidades. Quem tem o perfil de percorrer longos trajetos na estrada para trabalhar ou viajar pode se dar bem com a versão diesel de entrada, a STD , com câmbio manual.
Agora, se você não se enquadra em nenhuma das duas situações acima, a Toyota Hilux SRV 2021 com motor flex pode ser uma excelente (se não sua única) escolha. Vale contabilizar os gastos com combustível, seguro e o seu perfil de condução antes de bater o martelo. Modelos flex são menos visados, portanto, costumam ter coberturas mais em conta.
Ficha Técnica
Toyota Hilux SRV 2.7 Flex
Preço sugerido: R$ 247.990 Potência: 163 cv a 5.000 rpm Torque: 24,9 kgfm a 4.000 rpm Transmissão: automático, seis marchas, tração integral Suspensão: braços sobrepostos (dianteira), eixo rígido (traseira) Freios: discos ventilados (dianteira), tambor (traseira) Dimensões: 5,32 m de comprimento, 1,85 m de largura, 1,81 m de altura, 3,0 m de entre-eixos Caçamba: 1.036 litros Carga útil: 980 kg 0 a 100 km/h: 15 segundos Velocidade máxima: 165 km/h Consumo: 4,8 km/l (cidade) e 6,9 km/l (estrada) com etanol, 5,6 km/l (cidade) e 8,1 km/l (estrada) com gasolina. Seguro: R$ 7.454 (Minuto Seguros, homem, 40 anos, casado, que mora em São Paulo-SP)
CARROS E MOTOS
Fomos à Serra Gaúcha conferir um Rally de motonetas clássicas
Neste último fim de semana fui até o Rio Grande do Sul acompanhar a terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Rally de Regularidade Histórica , promovido pela Federação Brasileira de Veículos Antigos – FBVA. A etapa chama-se Rally dos Vinhedos e é organizada pelo Veteran Car Club dos Vinhedos , sediado no município de Bento Gonçalves , na Serra Gaúcha.
Só o fato de estar em uma região tão bela, tão bem dotada pela natureza, já vale qualquer dificuldade em chegar, visto que fica no extremo sul do país, região que é bem conhecida pelas baixas temperaturas , especialmente no inverno. Mas é justamente isso que faz do lugar um destino tão desejado.
O Rally dos Vinhedos está comemorando sua décima edição, reunindo 129 veículos antigos e clássicos para um passeio cronometrado pelas estradas da região, passando por municípios como Bento Gonçalves, Garibaldi, Carlos Barbosa, Pinto Bandeira e Santa Tereza. O mais interessante foi a participação de 13 intrépidos pilotos de motonetas clássicas , que enfrentaram a temperatura de quase zero grau no momento da largada.
E mais, diferentemente dos automóveis, que têm um piloto e um navegador, que além de lhe fornecer a velocidade ideal para cada trecho também indica o caminho a ser seguido, no scooter o piloto faz sozinho todos os trabalhos.
Claro, sendo um rally de veículos antigos , essas motonetas, que atualmente são conhecidas por scooters , são de época, de um tempo quando ainda não tinham esse apelido.
Dos 13 participantes, 11 deles pilotavam Vespa nacionais dos anos 80, que eram fabricadas em Manaus, AM, pela Piaggio . Os outros dois pilotavam Lambretta Li 150 , fabricadas nos anos 60. Vespa e Lambretta eram (e são) eternos rivais nesse segmento dos veículos de duas rodas.
Um rally de regularidade , que também pode ser chamado de passeio cronometrado, avalia a capacidade do piloto em manter as médias de velocidade pré-estabelecidas, que figuram na planilha com o roteiro. Quanto mais próximo o tempo de passagem pelos vários pontos de controle distribuídos pelo percurso, menos pontos o participante perde. No final, quem perder menos pontos, de acordo com um regulamento complexo, vence a prova.
Entre as motonetas, o vencedor foi André Sain, de Bento Gonçalves, pilotando (e navegando) a Vespa PX 200 1986 de número 21. André teve 78 pontos perdidos nessa etapa.
Em segundo lugar chegou Daniel Orso, também de Bento Gonçalves, com a Vespa PX 200 Elestart 1987 de número 24, com 84 pontos perdidos. Em terceiro lugar ficou Rodrigo Nenini, de Garibaldi, com a Vespa PX 200 1986 de número 22, com 123 pontos perdidos.
Fonte: Carros
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