Vale do Araguaia desponta como nova fronteira agrícola

A região do Vale do Araguaia, localizada no Centro-Oeste brasileiro, destaca-se cada vez mais como uma das principais fronteiras do agronegócio em Goiás. Atualmente, a região é responsável por aproximadamente 10% da safra de soja e 15% do milho produzido no estado. No entanto, em evento realizado recentemente por produtores rurais e pela Federação da Agricultura de Goiás (Faeg), ressaltou-se que a área agricultável pode ser ampliada em pelo menos 50% no curto prazo.
A abundância de terras e o elevado potencial hídrico são fatores determinantes para essa expansão. A irrigação é apontada como solução estratégica para transformar pastagens degradadas em terras produtivas, podendo triplicar a produtividade em comparação a áreas não irrigadas.
Apesar do crescimento expressivo, o Vale do Araguaia ainda enfrenta desafios estruturais significativos. O principal obstáculo é a oferta de energia elétrica, que sofre com a indisponibilidade de carga. Muitos produtores dependem de geradores para suprir suas necessidades, o que eleva substancialmente o custo de produção.
A solução para esse gargalo está na expansão da rede elétrica. A distribuidora responsável pela energia na região indicou que a demanda cresceu a uma taxa média anual de 9% nos últimos cinco anos, superando amplamente a média nacional de 2%. Para resolver a questão, será necessário um investimento significativo em linhas de transmissão. O governo estadual, em conjunto com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), está atuando para viabilizar um leilão de concessão para a construção de uma nova linha de transmissão, prevista para ser leiloada ainda este ano.
Com a ampliação da infraestrutura energética e a chegada da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), prevista para 2029, o Vale do Araguaia deve impulsionar significativamente a produção agropecuária de Goiás. Caso as melhorias estruturais sejam implementadas dentro do cronograma, estima-se que a safra agrícola goiana possa ultrapassar 50 milhões de toneladas anuais, consolidando o estado como o terceiro maior produtor de grãos do Brasil.
Atualmente, a previsão para a temporada 2024/25 é de um recorde histórico, alcançando 36 milhões de toneladas. Com investimentos em infraestrutura e inovação tecnológica, o setor agropecuário em Goiás segue em ritmo acelerado, reafirmando sua relevância na economia nacional.
Fonte: Pensar Agro


Agronegócio
Mulheres do Cacau do Espírito Santo: Protagonismo feminino impulsiona a transformação da agricultura familiar

No Dia Internacional da Mulher, o Coletivo Mulheres do Cacau do Espírito Santo celebra o protagonismo feminino na agricultura familiar e os avanços conquistados por meio do associativismo. Com essa iniciativa, agricultoras capixabas vêm transformando a cacauicultura no estado, impulsionando o desenvolvimento técnico, social e econômico de suas comunidades.
O projeto ganhou força no ano passado, quando ocorreu a primeira reunião entre o Coletivo Mulheres do Cacau e a equipe do Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola), que vem apoiando a iniciativa. O encontro, realizado no escritório local do Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural) em Colatina (ES), reuniu lideranças das quatro associações que compõem o coletivo. A partir dessa parceria, foram realizados diagnósticos tanto individuais quanto coletivos, com o objetivo de fortalecer as atividades das cerca de 70 mulheres envolvidas no projeto.
Bruna Venturin, engenheira agrônoma e consultora do Imaflora no estado, explica que a iniciativa busca promover o crescimento sustentável da produção local. “Nosso trabalho visa oferecer suporte técnico e estrutural, incentivando a autonomia e a organização do grupo”, afirma.
O sucesso do coletivo já havia sido reconhecido durante o projeto Cacau 2030, encerrado no Espírito Santo no final de 2023. Organizada pelo Cocoa Action e coordenada pelo Imaflora, a iniciativa proporcionou diversas capacitações, incluindo dias de campo, treinamentos, intercâmbios, unidades demonstrativas e a aquisição subsidiada de mudas de cacau. “O Coletivo Mulheres do Cacau se destacou pela participação ativa e organização, o que garantiu a continuidade dos trabalhos com o apoio do Fundo Social do Imaflora”, observa João Eduardo Ávila, coordenador do projeto.
Atualmente, o coletivo reúne 65 mulheres em cinco municípios: Linhares (19), Rio Bananal (15), Colatina (14), Santa Teresa/São Roque do Canaã (17). Até o momento, as agricultoras identificaram diversas necessidades e oportunidades para o grupo, tais como:
- Assistência técnica e extensão rural;
- Autonomia na elaboração de projetos;
- Capacitação em associativismo;
- Treinamentos sobre manejo de cacau orgânico e produção de amêndoas de qualidade;
- Desenvolvimento de uma agroindústria coletiva;
- Acesso ao mercado.
O trabalho das mulheres vai além da cacauicultura, abrangendo áreas como floricultura, horticultura e gestão administrativa das propriedades rurais. O empreendedorismo feminino tem sido um dos pilares do coletivo, promovendo a autonomia e organização social. “A propriedade é a minha empresa”, afirma Ivania Aparecida Baiôco, destacando a importância da gestão feminina no meio rural.
Para Matilde Garabelli, presidente da Associação Mulheres do Cacau de Linhares, a união e a capacitação são fundamentais para fortalecer o papel da mulher agricultora. “Somos responsáveis por grande parte dos alimentos que chegam às mesas das famílias. Buscamos constantemente parcerias que fortaleçam nosso trabalho”, afirma.
O Dia Internacional da Mulher simboliza as lutas e conquistas femininas ao longo dos anos. O Coletivo Mulheres do Cacau do Espírito Santo segue trilhando um caminho de protagonismo e transformação na agricultura familiar. “Não é só vender cacau, é um ciclo de apoio entre mulheres”, destaca Sandra Francisco, ressaltando a importância do associativismo para o fortalecimento do coletivo.
Sobre o Coletivo Mulheres do Cacau do Espírito Santo:
Formado por quatro associações, o Coletivo Mulheres do Cacau reúne agricultoras familiares dedicadas à cacauicultura e outras atividades rurais no estado. O grupo busca promover o protagonismo feminino no campo, fortalecendo a organização social, a autonomia econômica e a valorização do trabalho das mulheres. Por meio da união e do associativismo, o coletivo se destaca pela participação ativa em projetos de desenvolvimento sustentável, capacitações e acesso a mercados, sendo um exemplo de transformação social nas comunidades em que atua.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio
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