Vendas da indústria paulista ficam estáveis entre novembro e dezembro

As vendas reais da indústria ficaram estáveis de novembro para dezembro de 2020, mas 10,3% acima do nível pré-pandemia, que foi medido em fevereiro do ano passado. Segundo os dados, as horas trabalhadas na produção cresceram 1,2% ante novembro e o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) teve alta 0,7 ponto percentual, atingindo 78,2%. Este é o oitavo aumento consecutivo. Os dados são do Levantamento de Conjuntura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp).
De acordo com o levantamento, as horas trabalhadas estão acima 4,4% do patamar pré-pandemia, ao passo que o nuci superou em 2,5 ponto percentual e está apenas 1,1 ponto percentual abaixo da média histórica (79,4%).
No acumulado do ano as horas trabalhadas na produção caíram 5,4% em 2020, o nível de utilização da capacidade instalada teve redução de 1,6% e as vendas reais registraram estabilidade, caindo 0,1% no ano passado. “Os resultados apresentados indicam que a indústria de transformação paulista exibiu forte e rápida reação após o pior momento para a atividade econômica nos meses de março e abril. Apesar da expressiva reação a partir de maio, a indústria paulista encerrou o ano com resultados negativos”, aponta o documento da Fiesp e do Ciesp.
Edição: Claudia Felczak


ECONOMIA
CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos
Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.
De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.
Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.
Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.
A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.
A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.
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