Vendas reais da indústria paulista caíram 1,3% em março, diz Fiesp

As vendas reais da indústria paulista caíram 1,3% em março frente a fevereiro, sem efeitos sazonais, conforme aponta o Levantamento de Conjuntura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo com Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp), divulgado nesta quinta-feira (29). Com esse resultado, explica a entidade, as vendas reais da indústria de transformação do estado encerram o 1º trimestre de 2021 com queda de 0,7% em relação ao último trimestre de 2020.
De acordo com o levantamento, as horas trabalhadas na produção registraram queda de 0,4% entre fevereiro e março, enquanto o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) atingiu 79,8%, crescendo 1 ponto percentual (pp) sobre fevereiro. Em março, o NUCI ficou um pouco acima da média histórica (79,3%), apontando pouca ociosidade da indústria paulista. No primeiro trimestre de 2021 comparado com os três últimos meses de 2020, as horas trabalhadas na produção cresceram 3% e o NUCI apresentou alta de 1,3 pp.
No final do 1º trimestre, a indústria de transformação paulista foi impactada pelo agravamento da pandemia e o recrudescimento das medidas de restrição de mobilidade implantadas no estado, aponta a entidade. O indicador Sensor sinaliza que esse quadro se estendeu em abril, com o setor devendo exibir desempenho ruim no mês. “O progresso da vacinação deverá impulsionar a atividade econômica, principalmente após a imunização dos grupos prioritários. Por outro lado, a elevação da taxa básica de juros, a Selic, e o elevado desemprego são fatores de risco no cenário de retomada da indústria em 2021”, diz a nota da Fiesp.
Sensor
A pesquisa Sensor no mês de abril marcou 49 pontos, na série livre de influências sazonais, resultado inferior à leitura de março, quando registrou 50,2 pontos. Números abaixo dos 50 pontos indicam piora da atividade industrial paulista no mês. Esse resultado sinaliza queda da atividade em abril.
As condições de mercado estão piores em relação a março, variando de 51,4 pontos para 48,2 pontos em abril. Números abaixo dos 50 pontos apontam que o mercado está menos aquecido no mês.
As vendas passaram de 53 pontos em março para 51,1 pontos no período. No entanto, apesar do recuo de 1,9 ponto, o indicador sinaliza aumento das vendas por se manter acima dos 50 pontos.
O nível de estoque atingiu 51,2 pontos em abril, avançando 1,8 ponto no mês, este nível havia registrado 49,3 pontos em março. Leituras superiores a 50 pontos indicam estoque abaixo do desejável, ao passo que inferiores a 50 pontos indicam sobrestoque.
No quarto mês do ano, o indicador de emprego fechou em 51,9 pontos, número superior ao registrado em março (51 pontos). Resultados acima dos 50 pontos indicam expectativa de contratações da indústria paulista no período.
Por fim, o indicador de investimentos apresentou piora em ralação ao mês passado, ao passar de 45,7 pontos para 43,8 pontos em abril. Com um resultado abaixo dos 50 pontos, há expectativa de redução dos investimentos.
Edição: Valéria Aguiar


ECONOMIA
CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos
Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.
De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.
Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.
Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.
A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.
A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.
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