Tesouro capta US$ 2,5 bi no exterior com juros mais baixos

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A melhoria das condições no mercado internacional fez o Tesouro Nacional captar hoje (2) US$ 2,5 bilhões no exterior com juros mais baixos que em operações anteriores. No caso do título de 30 anos, as taxas foram as menores da história.

O Tesouro emitiu US$ 500 milhões de títulos com vencimento em 2025, US$ 1,25 bi com vencimento em 2030 e US$ 750 milhões com vencimento em 2050. Os juros obtidos foram, respectivamente, 2,2% ao ano, 3,45% ao ano e 4,5% ao ano.

Os juros indicam a correção da dívida. No vencimento do papel, o Tesouro pagará o valor desembolsado pelo investidor mais os juros do título. No caso da operação de hoje, 2,2% ao ano para os papéis com vencimento em 2025, 3,45% ao ano para os títulos com vencimento em 2030 e 4,5% ao ano para os papéis que vencem em 2050.

Desconfiança em queda

Os juros funcionam como uma medida de desconfiança dos investidores. Taxas menores indicam que o comprador tem menos receio de que o Tesouro não conseguirá honrar o compromisso no vencimento do papel.

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No caso dos papéis de cinco anos, a taxa obtida foi inferior aos 3% ao ano registrado na última emissão, em junho . Para os papéis de dez anos, a taxa foi a menor obtida desde maio de 2013 (2,75% ao ano).

Para os títulos de 30 anos, a taxa obtida foi a menor da história. Na emissão anterior, em novembro de 2019, o governo tinha conseguido lançar o papel com juros de 4,914% ao ano.

Spread

Além da queda dos juros, o spread – diferença entre as taxas dos títulos brasileiros e os papéis do Tesouro norte-americano com o mesmo prazo – caiu para quase todos os papéis. A taxa do título brasileiro de cinco anos foi 177,9 pontos-base (1,779 ponto percentual) maior que a dos papéis norte-americanos. Na emissão de junho, o spread estava em 263,1 pontos.

O spread dos títulos de dez anos caiu para 250,1 pontos, ante 324,3 pontos na emissão anterior, em junho deste ano. O spread dos papéis de 30 anos, no entanto, subiu, de 265 pontos em novembro de 2019 para 279,2 pontos agora.

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Por meio dos títulos da dívida, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores e compromete-se a devolver os recursos no vencimento do papel, depois de alguns anos, com a taxa pedida pelos investidores.

Demanda

A operação de hoje atraiu o interesse dos investidores. Segundo o Tesouro, a demanda superou a oferta em mais de três vezes para os três papéis.

Os recursos captados no exterior serão incorporados às reservas internacionais do país em 8 de dezembro. De acordo com o Tesouro Nacional, as emissões de títulos no exterior não têm como objetivo principal reforçar as divisas do país, mas fornecer um referencial para empresas brasileiras que pretendem captar recursos no mercado financeiro internacional.

Edição: Liliane Farias

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ECONOMIA

CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos

Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

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CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos. Fotos: CRV

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.

De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.

Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.

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Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.

A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.

A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.

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