Congresso realiza seminário sobre cidadania LGBTQIA+

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O Congresso Nacional iniciou hoje (28) o 18º Seminário LGBTQIA+ do Congresso Nacional. O tema deste ano é “Construção Democrática e Participação Social: os Desafios para a Cidadania LGBTQIA+ frente à Pandemia”. As críticas à violência contra a população de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e intersexuais foram tema comum durante o evento ao longo do dia. O seminário continua amanhã (29), com transmissão ao vivo no canal da Câmara dos Deputados no YouTube. 

Participaram do evento, realizado de forma virtual, parlamentares e representantes da sociedade civil organizada. Léo Ribas, articuladora da Liga Brasileira de Lésbicas, denunciou o assassinato diário de lésbicas no país. Segundo ela, a cada seis horas uma lésbica é violentada e morta no Brasil. “Na maioria dos casos, as lésbicas são assassinadas por pessoas do sexo masculino”, disse.

A covereadora por São Paulo, Samara Sosthenes, lembrou da agressão que sofreu no início do ano, quando um homem disparou uma arma de fogo em frente a sua casa. “Praticamente todas as mulheres trans e travestis eleitas democraticamente estão sofrendo ataques transfóbicos. Eu mesma, logo no começo do ano, sofri um ataque em minha própria casa”. Samara é uma mulher trans e integrante do mandato coletivo “Quilombo Periférico”, eleito em 2020.

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As denúncias contra a recusa de espaços políticos a aceitarem representantes LGBTQIA+ foram citados por parlamentares como o deputado David Miranda (PSOL-RJ). “O seminário traz esperança para que a gente consiga, mesmo virtualmente, invadir esse espaço, que é extremamente conservador, que não aceita os nossos corpos nesses corredores e nas plataformas”.

Direitos

O senador Fabiano Contarato (REDE-ES) disse que o parlamento ainda é resistente a aprovar direitos para essa população e que o direito ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, o direito à adoção do nome social, o direito ao recebimento de pensão no caso de falecimento do esposo ou da esposa, a criminalização da homofobia ou transfobia equiparada ao racismo e, mais recentemente, o direito de doar sangue, foram direitos conquistados na Justiça, e não no Legislativo.

Contarato, senador assumidamente homossexual disse que não há diferenças entre as pessoas devido a orientação sexual e identidade de gênero. “As pessoas perguntam quem somos nós. E nós somos seus dentistas, médicos, advogados, enfermeiros, pintores, pedreiros. Somos seus policiais, seus bombeiros, seus fisioterapeutas. Apenas pedimos que nos deixem viver com dignidade. A premissa é constitucional: todos somos iguais perante a lei”.

A presidente do Conselho Federal Psicologia, Ana Sandra Fernandes, afirmou que existe orientação da entidade para respeitar a orientação sexual e identidade de gênero de todas as pessoas. “Não há cura para quem não está doente. Isso significa que a psicologia tem práticas de cuidado e acolhimento para essa população, mas não é possível e nem cabível tratá-los como doentes. Se há alguma doença a ser tratada, essa doença é o preconceito, que humilha, exclui e mata”.

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O evento é uma realização das comissões de Legislação Participativa; de Direitos Humanos e Minorias; de Cultura; de Trabalho, Administração e Serviço Público; de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência e de Defesa dos Direitos das Mulheres da Câmara dos Deputados; e da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal.

Dia do Orgulho LGBTQIA+

O Dia do Orgulho LGBTQIA+ é celebrado em 28 de junho para lembrar a data em que gays, lésbicas, bissexuais transexuais e travestis que frequentavam o bar Stonewall Inn, em Nova York, se rebelaram contra a repressão preconceituosa da polícia e reivindicaram direitos civis em uma marcha nas ruas da cidade americana.

Desde então, após mais de 50 anos, as uniões civis entre homossexuais passaram a ser garantidas em 34 países. No Brasil, de acordo com as Estatísticas de Registro Civil reunidas pelo IBGE, cerca de 28 mil casais homoafetivos oficializaram casamentos entre 2013 e 2019.

Edição: Fábio Massalli

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POLÍTICA NACIONAL

Projeto prevê salvaguardas à população afetada e ao meio ambiente para instalação de usinas eólicas e solares

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O Projeto de Lei 4386/24 prevê uma série de salvaguardas para a instalação de usinas eólicas e solares, com o objetivo de resguardar as populações afetadas e o meio ambiente. O texto também prevê medidas para proteger os proprietários de terras arrendadas pelas usinas solares e eólicas.

Conforme a proposta, os contratos de arrendamento de imóvel para instalação das usinas terão duração de 20 anos e serão regidos pelo Código Civil. O projeto prevê ainda:

  • a renovação contratual dependerá da expressa anuência do proprietário do imóvel rural;
  • a revisão do contrato poderá ser feita quando constatada a violação dos princípios da boa-fé;
  • o contrato deve garantir o direito à indenização e ao cancelamento quando a operação da usina provocar acidentes, incluindo ambientais;
  • é vedada a utilização de cláusulas que contenham exigências referentes a sigilo (salvo as informações que comprometam a operação do empreendimento);
  • também não será permitida a cobrança pela prestação de assessoria jurídica pela parte contratante e a prorrogação automática do contrato.

Excessos
O deputado Fernando Mineiro (PT-RN), autor do projeto, afirma que o objetivo é combater excessos cometidos pelas usinas eólicas e solares contra os pequenos proprietários das terras onde os empreendimentos são instalados.

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Segundo ele, são frequentes as denúncias de abuso por parte dos empreendedores, como exigência de confidencialidade contratual, contratos por até 50 anos com prorrogação automática, e baixos alugueis pagos aos pequenos proprietários das terras.

“O caráter de irretratabilidade e irrevogabilidade dos contratos impede ainda que os proprietários desistam do negócio antes do término da vigência contratual sem que para isso sejam onerados de forma desproporcional”, disse Mineiro.

Meio ambiente
Em relação ao meio ambiente, o PL 4386/24 prevê salvaguardas como a proibição de usinas solares e eólicas em áreas de reserva legal e outras áreas protegidas. O texto determina ainda:

  • na definição do local do empreendimento, será considerado o menor impacto com uso da cartografia social, zoneamento ecológico-econômico e outros estudos recomendados pela comunidade impactada;
  • será garantida a consulta pública prévia aos estudos de licenciamento e das ações de mitigação de impactos causados pelo empreendimento;
  • novas consultas poderão ser feitas se houver incremento nos impactos negativos inicialmente identificados;
  • será exigida a apresentação do estudo e do relatório de impacto ambiental (EIA/Rima) para os empreendimentos com potência conjunta acima de 3 megawatts (MW); e
  • o EIA e o Plano Básico Ambiental (PBA) deverão prever o plano de descomissionamento da usina e a recuperação das áreas degradadas.
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Outorga das usinas
O texto contém ainda salvaguardas para a outorga, como exigência de publicação prévia do despacho de registro de recebimento de outorga (DRO) das usinas solares, termelétricas e eólicas com potência conjunta superior a 3 MW.

O DRO é um documento em que o proprietário da usina solicita informação sobre acesso à rede elétrica e licenças dos órgãos ambientais.

Próximos passos
O projeto será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; Minas e Energia; Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.

Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei

Reportagem – Janary Júnior
Edição – Roberto Seabra

Fonte: Câmara dos Deputados

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