Opinião
Coinoculação, processo essencial para obter alta produtividade de soja
De acordo com a estimativa mais recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com 99% da colheita de soja finalizados, a produção de soja da safra 2023/2004 será de 147,4 milhões de toneladas: 4,7% menor que a anterior (154,6 milhões de toneladas).
A coinoculação ganha cada vez mais relevância na agricultura moderna em razão de seus benefícios. Essa prática envolve a aplicação simultânea de diferentes micro-organismos benéficos às plantas, como bactérias e fungos. O objetivo é melhorar a saúde e a produtividade das culturas ao combinar os efeitos positivos de micro-organismos com recursos suplementares – como nutrientes, aminoácidos e hormônios. Na soja, as bactérias dos gêneros Bradyrhizobium e Azospirillum têm apresentado resultados promissores, potencializando o desenvolvimento e aumentando o rendimento das lavouras.
Pesquisas científicas demonstram que a Bradyrhizobium possui a capacidade de fixar o nitrogênio, de forma que ele possa ser utilizado pelas plantas. Essa bactéria produz nódulos benéficos nas raízes da soja, que permitem a fixação do elemento. Trata-se, portanto, de um processo biológico, que substitui a necessidade de soluções nitrogenadas químicas, proporcionando uma fonte de nitrogênio constante para a planta ao longo do ciclo de cultivo. Em termos práticos, resulta em crescimento mais saudável e sustentável, reduzindo custos e impactos ambientais – diferenciais relevantes em termos de produção com respeito ao planeta.
A Azospirillum, por sua vez, é uma bactéria promotora de crescimento vegetal que atua de maneira complementar à Bradyrhizobium. Ela também se associa às raízes, estimulando a produção de fitormônios, como a auxina, essencial para o desenvolvimento da soja. A presença da Azospirillum melhora a absorção de nutrientes e água pelas plantas, contribuindo para dar a elas mais vigor e resistência. Sua capacidade de produzir fitormônios acelera a fase inicial do ciclo de vida, resultando em aumento significativo da produtividade das lavouras. Isso, obviamente, é relevante para melhorar cada vez mais as estatísticas da cultura em termos de produtividade.
De acordo com a estimativa mais recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com 99% da colheita de soja finalizados, a produção de soja da safra 2023/2004 será de 147,4 milhões de toneladas: 4,7% menor que a anterior (154,6 milhões de toneladas). A companhia salienta que, apesar da variação negativa, os resultados “podem ser considerados satisfatórios diante dos extremos climáticos que acometeram diversos estados” dedicados ao cultivo, “mostrando a capacidade técnica dos produtores nacionais de estar preparados para enfrentar diversas situações”.
Nesse sentido, adotar a coinoculação tem mostrado resultados positivos para os agricultores: crescimento mais rápido superior das plantas, rendimento maior, com benefícios à saúde vegetal – especialmente em relação à resistência a doenças e a condições adversas. Mas para que a técnica seja eficaz a aplicação dos coinoculantes deve ser feita de maneira que os micro-organismos tenham condições ideais para sobrevivência e multiplicação. O uso diretamente nas sementes é uma das opções. Essa prática garante que as bactérias benéficas estejam presentes desde o início do ciclo, maximizando seus efeitos no desenvolvimento da cultura.
Podemos afirmar, categoricamente, que a coinoculação não é apenas uma tecnologia avançada, mas uma solução para os desafios agrícolas modernos. Por isso, a BRQ Brasilquímica tem se dedicado à sua disseminação. Com mais de dez anos de experiência na produção de inoculantes, ela se destaca pela alta qualidade e eficiência do portfólio, que é diversificado, incluindo formulações de Bradyrhizobium e Azospirillum. Com isso, garantimos que os agricultores tenham acesso às melhores soluções tecnológicas para suas lavouras de soja – que, aliás, exigem grandes quantidades de nitrogênio.
Bernardo Borges é mestre e doutor em agronomia pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), pós-doutor pela Universidade de Edimburgo e gerente técnico
JORNAL DO VALE – Muito mais que um jornal, desde 1975 – www.jornaldovale.com
Siga nosso Instagram – @jornaldovale_ceres
Envie fotos, vídeos, denúncias e reclamações para a redação do JORNAL DO VALE, através do WhatsApp (62) 98504-9192
ARTIGO
PEC 6X1: oportunidade para o debate franco acerca da legislação trabalhista
A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6X1, de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), tem como objetivo a redução da jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais, mantendo os salários e reorganizando a carga semanal em até quatro dias. Essa proposta vem ao encontro de tendências globais, onde o debate sobre a jornada de trabalho e sua adaptação aos novos tempos — especialmente com o avanço da tecnologia e da inteligência artificial — tem ganhado força.
A PEC 6×1, inspirada pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), idealizado pelo vereador Rick Azevedo (PSOL-RJ), pode ser vista como um ponto de partida para uma análise mais profunda sobre o sistema trabalhista brasileiro e suas limitações, tanto para trabalhadores quanto para empregadores.
A questão da jornada de trabalho reduzida é sustentada por um contexto de aumento da produtividade, impulsionado pelas inovações tecnológicas. Essas inovações permitiram que, em alguns setores, menos horas de trabalho resultassem em níveis de produção iguais ou superiores aos modelos tradicionais. No entanto, a discussão sobre a redução da jornada de trabalho não se limita aos ganhos de produtividade. Ela também envolve uma série de outros fatores, como qualidade de vida, saúde mental, e até mesmo a busca por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Em termos práticos, a PEC 6X1 procura responder à demanda por uma jornada de trabalho que promova o bem-estar dos trabalhadores sem sacrificar o desempenho econômico. Entretanto, há obstáculos no que diz respeito à aplicabilidade da medida no contexto brasileiro. O arcabouço jurídico trabalhista do país, com regulamentações amplas, visa proteger o trabalhador, mas frequentemente é apontado como um fator que engessa a iniciativa privada e dificulta a criação de empregos.
A complexidade e os custos associados ao cumprimento das leis trabalhistas brasileiras muitas vezes desestimulam empresários, especialmente os pequenos e médios, de contratar formalmente. O excesso regulatório pode ser, em parte, responsável pela baixa produtividade e pela informalidade ainda presente no mercado de trabalho brasileiro.
Além disso, o Brasil já enfrenta desafios específicos em relação ao mercado de trabalho, como a escassez de mão de obra em algumas regiões e o aumento da informalidade. Há também uma pressão social crescente para ajustar programas de assistência, como o Bolsa Família, para que realmente sirvam como apoio temporário, incentivando a entrada no mercado de trabalho. Isso alinha-se à célebre frase do ex-presidente americano Ronald Reagan, para quem “o melhor programa social é o emprego”. Nesse sentido, um mercado de trabalho desburocratizado e uma política de assistência social orientada para a autonomia individual poderiam ser fundamentais para garantir uma economia mais forte e inclusiva.
A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação.
A PEC 6X1, assim, abre uma oportunidade rara para rever os princípios que sustentam o sistema trabalhista brasileiro e questionar se esse modelo atende às necessidades contemporâneas de um mundo em rápida mudança. Trata-se de uma chance para empreender uma reforma que, ao mesmo tempo que preserva a dignidade dos trabalhadores, valorize a iniciativa privada e encoraje a criação de empregos de qualidade. Como se diz, “quando o cavalo selado passa, é hora de pular e aproveitar a chance”.
André Naves é Defensor Público Federal formado em Direito pela USP; especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; mestre em Economia Política pela PUC/SP; cientista político pela Hillsdale College; doutor em Economia pela Princeton University; escritor e professor (Instagram: @andrenaves.def).
JORNAL DO VALE – Muito mais que um jornal, desde 1975 – www.jornaldovale.com
Siga nosso Instagram – @jornaldovale_ceres
Envie fotos, vídeos, denúncias e reclamações para a redação do JORNAL DO VALE, através do WhatsApp (62) 98504-9192
- ARTIGO7 dias atrás
Inveja
- ESPORTES7 dias atrás
Brasil empata com Venezuela e perde chance de vice-liderança
- ENTRETENIMENTO5 dias atrás
Musa do Império Serrano rouba cena vestida de ‘cupido sexy’: ‘Homenagem’
- Agronegócio7 dias atrás
Agronegócio brasileiro bate recorde com mais de R$ 83 bilhões
- ENTRETENIMENTO3 dias atrás
Wanessa Camargo fala sobre aprendizado no BBB e chegada de Clara: ‘Sou irmã-tia’
- Agronegócio6 dias atrás
Brasil amplia importações, mas tem previsão de recorde histórico
- ENTRETENIMENTO3 dias atrás
Rafa Kalimann aproveita feriadão carioca com muito sol e milho cozido: ‘Praia’
- Agronegócio4 dias atrás
Mercado de terras agrícolas no Brasil passa por transformação com aumento da seletividade e avanço da agricultura