Governo publica hoje nova MP, mas ainda não tem posição sobre descontos de dívidas do RS

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O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou que o governo federal publicará um decreto até esta quarta-feira (07.o8) regulamentando a medida provisória 1247, que trata da ajuda aos produtores do Rio Grande do Sul pela enchente. Até ontem o Governo ainda não havia batido o martelo quanto à versão final do decreto com as regras para o acesso de produtores rurais gaúchos a descontos das dívidas agrícolas, por conta da enchentes.

Equipes técnicas dos ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Fazenda divergiam entre as limitações e a anistia. O decreto prometido para esta quarta deverá abrir crédito extraordinário de R$ 10,6 bilhões, destinado a custear rebates. Esse valor é estimado pelo governo, mas não confirmado por fontes de Brasília.

Uma das propostas iniciais previa um limite de R$ 120 mil por produtor e até R$ 100 milhões por cooperativa, mas foi rejeitada pela equipe econômica, que busca limites significativamente menores.

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Recentemente, o governo lançou uma nova linha de crédito para pequenos e médios produtores, com descontos de 30% (limitados a R$ 20 mil e R$ 25 mil) para o Pronaf e de 25% (limitados a R$ 50 mil ou R$ 40 mil) para o Pronamp.

O novo decreto deverá incluir descontos fixos com porcentuais variáveis, segundo uma fonte. A data limite para os produtores do Rio Grande do Sul apresentarem pedidos de desconto aos bancos será 30 de agosto, e as parcelas de financiamentos rurais estão suspensas até 15 de agosto. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que esse prazo será estendido.

Os descontos variarão de acordo com a opção do produtor, seja para liquidar ou renegociar o saldo devedor, e conforme o nível de documentação apresentada, como autodeclaração ou laudo técnico. Os limites serão diferentes para operações de custeio e de investimento.

Uma comissão, instituída pelo decreto, analisará casos excepcionais onde houve perdas superiores a 60% na renda esperada do empreendimento financiado, seja pelo crédito de custeio ou industrialização, no caso do Pronaf, ou no bem ou atividade financiada pelo crédito de investimento. A comissão também avaliará a situação das cooperativas agropecuárias.

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Os maiores descontos, avaliados pela comissão, serão reservados para perdas causadas por deslizamentos de terras e inundações, conforme a MP. A anistia total será bastante limitada, aplicável apenas em casos excepcionais após avaliação da comissão, autodeclaração, laudo técnico e validação pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS).

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Bioinsumos impulsionam a produtividade da soja no Brasil com práticas mais sustentáveis

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A produtividade média da soja no Brasil nas últimas seis safras foi de aproximadamente 55,1 sacas por hectare, conforme dados da CONAB. Entretanto, a média dos produtores participantes dos últimos Desafios de Máxima Produtividade de Soja, organizados pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), foi de 85,3 sacas por hectare, uma diferença de 30,2 sacas em relação à média nacional. Já os recordistas de produtividade nos mesmos desafios alcançaram 129,6 sacas por hectare, ou seja, mais que o dobro da produtividade média brasileira.

Sergio Abud, membro do CESB e pesquisador da Embrapa, aponta que esse aumento está diretamente ligado à eficiência agronômica e ao uso crescente de bioinsumos. “Esses insumos, cada vez mais adotados pelos sojicultores, têm grande potencial para melhorar a produtividade de forma sustentável, tornando a produção mais eficiente e resiliente, sem comprometer o meio ambiente. Com mais investimentos em pesquisa e desenvolvimento, espera-se que os bioinsumos se integrem cada vez mais às estratégias de manejo da soja”, explica Abud.

Impactos das mudanças climáticas e a importância dos bioinsumos

O cenário das mudanças climáticas, que favorece a proliferação de pragas, doenças e plantas daninhas, tem desafiado a produção agrícola nos últimos anos. A perda de eficiência de agrodefensivos também exige métodos mais complexos e custosos de manejo. Nesse contexto, o uso de bioinsumos tem ganhado destaque, pois oferece soluções mais sustentáveis e economicamente viáveis.

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“Tecnologias baseadas em macro e microrganismos benéficos e extratos naturais estão ajudando a reduzir a dependência de insumos químicos, promovendo a saúde do solo e otimizando o uso de recursos naturais. A Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), realizada por bactérias como Bradyrhizobium spp., destaca-se como uma oportunidade importante, pois reduz a necessidade de fertilizantes nitrogenados na soja”, comenta Abud. De acordo com a Dra. Ieda Mendes, da Embrapa Cerrados, a FBN pode gerar uma economia significativa para a agricultura brasileira, estimada em cerca de US$ 17 bilhões por ano.

Bioinsumos no manejo de pragas e doenças

No manejo de doenças do solo e da parte aérea, o uso de biofungicidas e biobactericidas tem mostrado eficácia no controle de patologias como Macrophomina, Rhizoctonia e Phomopsis. Além disso, o controle biológico de pragas com entomopatógenos, como Beauveria bassiana e Bacillus thuringiensis, tem permitido a redução do uso de inseticidas químicos.

Abud também destaca o uso de bioestimulantes e promotores de crescimento radicular, como Azospirillum brasilense e Bacillus spp., que ajudam no desenvolvimento das plantas e fortalecem sua resistência a estresses bióticos e abióticos. “Esses microrganismos contribuem também para a solubilização de nutrientes importantes, aumentando a eficiência da adubação”, explica.

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Controle biológico com insetos parasitoides

O uso de insetos parasitoides, como as vespas Trichogramma pretiosum e Telenomus podisi, tem sido uma estratégia eficaz no controle de pragas na soja. Esses organismos parasitam os ovos das lagartas e percevejos, interrompendo o ciclo de vida das pragas de forma natural. Essa abordagem ecológica reduz o uso de inseticidas e ajuda a preservar a biodiversidade do ecossistema agrícola.

“Os parasitoides têm uma ação específica sobre suas presas, o que reduz os riscos de resistência das pragas aos defensivos químicos, promovendo o equilíbrio ecológico das lavouras e tornando-se aliados importantes para uma produção mais sustentável e equilibrada”, conclui Abud.

Contribuição para a sustentabilidade e maior produtividade

A utilização de bioinsumos tem um papel essencial na melhoria da produtividade e sustentabilidade da soja. “Esses insumos não apenas promovem o desenvolvimento do sistema radicular e a absorção otimizada de água e nutrientes, como também contribuem para o aumento da biodiversidade e a saúde do solo. Isso resulta em uma soja mais robusta, capaz de atingir maior rendimento e peso dos grãos, mesmo em anos de menor disponibilidade de chuvas”, finaliza o especialista.

O uso crescente de soluções biológicas se revela, assim, uma estratégia chave para a agricultura do futuro, buscando sempre a maior produtividade com o menor impacto ambiental.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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