A China e o Mercado de Pesticidas no Brasil: Uma Parceria em Evolução
Nos últimos 25 anos, a China transformou-se profundamente, assumindo uma posição de destaque no cenário global e nas relações comerciais entre países. Esse crescimento também se reflete na indústria de pesticidas, com a China desempenhando um papel crucial no mercado brasileiro, tanto como fornecedor quanto parceiro comercial. Há duas décadas, as relações entre os dois países nesse setor eram incipientes e caracterizadas por desconfiança mútua. Contudo, a história da cooperação entre China e Brasil na área de pesticidas é marcada por uma evolução gradual, mas substancial.
Da desconfiança à colaboração: um processo de transformação
Em minha primeira visita à China, em 1999, o país ainda não vislumbrava o potencial do mercado internacional. Naquela época, os fabricantes de pesticidas chineses eram em sua maioria estatais, com um modelo de operação focado no volume de produção e com preços praticados de forma a manter margens de lucro baixas, baseadas em custos mais 6% a 10%. O Brasil, então considerado o “futuro da agricultura”, não atraía a atenção dos chineses, que viam as distâncias, o idioma e o fuso horário como barreiras insuperáveis.
Produtos similares aos fabricados na China eram vendidos no Brasil por preços significativamente mais altos, o que reflete o desconhecimento dos chineses sobre a realidade do mercado brasileiro. Na época, os produtos chineses eram vistos como de qualidade inferior, o que dificultava qualquer tipo de negociação no setor de agroquímicos. No entanto, eu acreditava firmemente que a troca “China-pesticidas versus Brasil-grãos” poderia ser uma parceria vantajosa para ambos os países, sem a interferência de terceiros. Com isso, comecei a trabalhar ativamente desde 2004 para promover a agricultura brasileira na China, por meio de visitas, reuniões e eventos, incluindo o Fórum AllierBrasil, e também criando oportunidades para as fábricas chinesas no Brasil, como o Brasil AgrochemShow.
A mudança no mercado: da desconfiança à liderança
Com o tempo, a China passou por transformações significativas nas práticas de segurança, proteção ambiental e controle de qualidade, seguindo os Planos Quinquenais do Governo. Fábricas estabelecidas de forma irregular foram fechadas, e, por volta de 2005, os fabricantes de pesticidas chineses começaram a investir no mercado brasileiro, inicialmente com o registro de produtos técnicos e, depois, com a formulação de produtos específicos para o Brasil. Parcerias com empresas locais começaram a ser firmadas, e amostras de produtos passaram a ser enviadas para testes. Ao longo dos anos, os produtos chineses foram ganhando espaço, e a China tornou-se um dos principais fornecedores de pesticidas para o Brasil.
A competição no mercado intensificou-se à medida que os preços dos produtos chineses se tornaram mais acessíveis, gerando uma mudança radical no mercado. Durante a pandemia, por exemplo, os preços de alguns produtos chegaram a ser comercializados a até 400% a mais do que antes, com pagamento antecipado. Além disso, as empresas chinesas passaram a importar e revender diretamente aos distribuidores e agricultores, tornando-se também fabricantes e criando uma competição acirrada.
Desafios e a política de “menor preço”
Embora a China tenha avançado significativamente no mercado de pesticidas no Brasil, as empresas chinesas enfrentam desafios devido às peculiaridades do mercado brasileiro, que exige estratégias adequadas para evitar prejuízos. Algumas empresas que atuam diretamente no mercado enfrentaram milhões de dólares em perdas nos últimos anos. A crescente disponibilidade de linhas de crédito para importadores de produtos chineses, que até pouco tempo atrás era impensável, revela a dinâmica do setor e a especulação sobre futuras aquisições, principalmente por parte da China e da Índia, em um cenário de excesso de capacidade de produção global.
O mercado também demonstra preocupação com a política de “menor preço”, onde os produtos são vendidos a preços extremamente baixos, com o custo sendo reduzido ao máximo em diversas áreas, como aluguel, salários e qualidade do produto. Um exemplo disso são empresas de pesticidas estabelecidas em apartamentos residenciais no Brasil, com custos reduzidos, mas em condições inadequadas para a operação do setor.
A disputa pela liderança no mercado de pesticidas, que reflete a busca por preços mais baixos e maior competitividade, é uma realidade crescente. Contudo, é necessário um equilíbrio entre custo e qualidade para garantir a sustentabilidade e o crescimento do mercado, sem comprometer a saúde dos consumidores e a integridade das práticas agrícolas.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio
Agronegócio
Produção de grãos no Tocantins cresce 10,7% na safra 2024/25
De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagro), a produção de grãos no Tocantins para a safra 2024/2025 apresenta perspectivas otimistas, com um aumento estimado de 10,7% em relação ao ciclo anterior. A previsão é de que o estado alcance 8,5 milhões de toneladas, superando a produção de 7,6 milhões de toneladas na safra passada.
As principais culturas do estado, soja e milho, representam 88% da produção total. A soja, por exemplo, deverá atingir 5,12 milhões de toneladas, o que corresponde a um aumento de 11,9% em comparação à safra anterior. O milho, por sua vez, pode alcançar 2,37 milhões de toneladas, registrando um crescimento de 12,4%. A área plantada total deve crescer 2,9%, chegando a 2,26 milhões de hectares.
Crescimento no cultivo de arroz e algodão
Outro ponto relevante da safra 2024/2025 é a previsão de colheita de 769 mil toneladas de arroz, consolidando o Tocantins como o terceiro maior produtor nacional do grão.
No cultivo de algodão, apesar de o estado ainda estar atrás de gigantes como Mato Grosso e Bahia, o crescimento é expressivo. A área plantada deve aumentar 47,06%, alcançando 12,5 mil hectares, e a produção deve crescer 57,97%, totalizando 54,5 mil toneladas de algodão em caroço. A diversificação agrícola, impulsionada por produtores locais, fortalece o potencial do algodão como uma cultura promissora para o estado.
Com esse cenário positivo, o Tocantins se posiciona como um importante player no mercado agrícola nacional, com um crescimento notável nas principais culturas, especialmente soja, milho e algodão.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio
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