Desafios e Estratégias para a Recuperação de Áreas Queimadas: A Perspectiva de José Otávio Menten, Presidente do CCAS
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A recuperação de áreas devastadas por incêndios florestais representa um dos maiores desafios ambientais do Brasil. Para José Otávio Menten, presidente do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS), os obstáculos não se limitam ao combate direto ao fogo, mas se estendem à regeneração do solo e à restauração do ecossistema, processos que demandam um esforço contínuo e a aplicação de tecnologias inovadoras.
De acordo com Menten, um dos principais desafios para a recuperação de áreas queimadas é a perda da microbiota do solo, essencial para a fertilidade. “O fogo elimina microrganismos vitais e nutrientes, tornando o solo compactado e menos produtivo”, explica. A erosão, especialmente em terrenos inclinados, agrava a situação, dificultando a retenção de água e o restabelecimento da vegetação. “Além disso, a natureza leva muito tempo para se regenerar, particularmente em ecossistemas mais sensíveis”, complementa.
Impactos no Ecossistema e na Biodiversidade
O impacto do fogo sobre a biodiversidade e o ecossistema é devastador. Menten enfatiza que o fogo não destrói apenas a vegetação visível, mas também sementes, raízes e microrganismos do solo, “alterando profundamente o equilíbrio da biodiversidade”. Espécies menos resistentes desaparecem, enquanto gramíneas invasoras, que se adaptam rapidamente a solos degradados, dominam a área. “Isso afeta a fauna local, que perde habitat e fontes alimentares, provocando um efeito em cadeia no ecossistema”, acrescenta.
Estratégias para a Recuperação de Áreas Queimadas
Para a recuperação eficaz de áreas queimadas, Menten recomenda diversas estratégias. A primeira medida é cobrir o solo com palha ou resíduos orgânicos, o que ajuda a prevenir o escoamento superficial e mantém a umidade. “Outro passo essencial é reintroduzir a microbiota do solo, que desempenha um papel crucial na decomposição da matéria orgânica e na liberação de nutrientes para as plantas”, afirma.
Além disso, a restauração requer o plantio de espécies nativas, com destaque para as pioneiras, que crescem rapidamente e preparam o terreno para plantas mais exigentes. Essas espécies ajudam a recuperar a cobertura vegetal, estabilizam o microclima e favorecem o retorno da fauna local. O manejo adequado dos recursos hídricos também é crucial para garantir o crescimento das plantas. “Recuperar nascentes ou criar sistemas de irrigação temporária em áreas mais degradadas é fundamental para fornecer a água necessária às plantas”, destaca Menten.
Desafios Específicos na Recuperação de Florestas Densas e Cerrado
A restauração de florestas densas e ecossistemas como o cerrado apresenta desafios específicos. Menten explica que árvores de grande porte, que podem levar décadas para crescer, enfrentam grandes dificuldades para se regenerar após incêndios intensos. “Espécies raras, que não têm capacidade de regeneração rápida, podem ser eliminadas”, afirma. O tempo necessário para a completa recuperação de uma área depende da gravidade dos danos e do tipo de ecossistema. “Áreas com vegetação rasteira podem se regenerar em poucos anos, mas florestas densas podem levar décadas ou até séculos para recuperar sua estrutura original”, afirma o presidente do CCAS.
No entanto, a utilização de tecnologias modernas, como os bioinsumos, tem o potencial de acelerar significativamente esse processo, permitindo que a vegetação nativa se estabeleça mais rapidamente e de forma mais eficaz.
Conclusão
José Otávio Menten conclui que, com as estratégias adequadas e o apoio de inovações tecnológicas, é possível não apenas restaurar áreas queimadas, mas também devolver ao ecossistema sua funcionalidade e resiliência. “Esses esforços são fundamentais para um futuro mais sustentável e para a preservação da biodiversidade no Brasil”, conclui o presidente do CCAS.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio
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Agronegócio
Estratégias para a Aquisição de Insumos em 2025: Como o Produtor Rural Deve se Preparar
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A safra de 2025 apresenta desafios e oportunidades para os produtores rurais brasileiros. Questões geopolíticas continuam a exigir atenção, especialmente os conflitos em regiões produtoras de fertilizantes, que podem impactar a oferta global desses insumos. Além disso, os entraves logísticos enfrentados em 2024 ainda podem refletir no transporte e distribuição de produtos. Entretanto, essas adversidades também representam uma oportunidade para os produtores brasileiros consolidarem sua posição no mercado internacional.
Investimentos em estratégias como o uso eficiente de insumos, a adoção de tecnologias agrícolas inovadoras e a diversificação de fornecedores são fundamentais para reduzir a dependência externa e aumentar a competitividade do agronegócio nacional. Para isso, a preparação financeira, logística e tecnológica do produtor rural será essencial para garantir boas margens de lucro e assegurar a aquisição de insumos no momento adequado. O planejamento antecipado e o monitoramento de variáveis como câmbio, taxa de juros e preços das commodities serão determinantes para maximizar os resultados na próxima safra.
Planejamento: A Chave para o Sucesso
Segundo Guilherme Pereira, Head de Planejamento Estratégico da Orbia, a maior plataforma digital integrada do agronegócio na América Latina, um planejamento eficiente começa com uma análise detalhada dos custos envolvidos na formação da lavoura. “Com um cultivo bem planejado, o produtor pode identificar o momento mais adequado para a compra de insumos, aproveitando janelas de oportunidade em que a relação de troca seja mais favorável”, explica.
Essa estratégia é exemplificada pelo comportamento do mercado em outubro de 2024, quando a relação de troca de uma tonelada de cloreto de potássio (KCL) foi de 53,9 sacas de milho, um patamar significativamente inferior às 66,99 sacas registradas em abril do mesmo ano, conforme dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA).
Outro fator determinante é a taxa de câmbio, dado que grande parte dos insumos tem preços atrelados ao dólar. “Com a moeda americana oscilando próxima a R$ 6,00, o planejamento torna-se ainda mais crucial para definir se é vantajoso antecipar compras ou travar preços”, alerta Pereira.
Condições de Financiamento
As opções de financiamento desempenham um papel fundamental na estratégia de aquisição de insumos. No Brasil, os produtores rurais podem recorrer ao crédito público ou privado. O crédito público, por exemplo, pode oferecer vantagens ao permitir negociações à vista com as indústrias. “Uma alternativa amplamente utilizada é a modalidade de barter, na qual o produtor troca parte da produção por insumos, garantindo previsibilidade e segurança”, destaca Robson Rizzon, CCO da Orbia.
Contudo, antes de assumir compromissos financeiros, é imprescindível avaliar aspectos como taxas de juros, prazos, tipo de financiamento (custeio ou investimento) e impacto no retorno esperado. “O planejamento adequado assegura que o retorno sobre o investimento seja positivo, garantindo a sustentabilidade da atividade”, reforça o especialista.
Logística e Previsibilidade
Apesar dos desafios logísticos enfrentados pelo Brasil, decorrentes das grandes distâncias entre os centros produtores e os terminais portuários, não há indícios de desabastecimento para a safra 2025/26. No entanto, a predominância do modal rodoviário exige monitoramento contínuo.
Indústrias, distribuidores e fornecedores têm se organizado com base no crescimento das principais culturas, como soja, milho, arroz e café, para garantir o atendimento à demanda. “A previsibilidade da intenção de plantio é essencial para alinhar a oferta de insumos às necessidades do campo”, ressalta Rizzon.
Tecnologia e Tendências Sustentáveis
O uso de tecnologias e insumos sustentáveis tem crescido de forma expressiva no Brasil e deve continuar impulsionando o setor agropecuário. Na safra 2023/24, os investimentos em produtos biológicos atingiram R$ 5 bilhões, representando um crescimento de 15% em relação ao ciclo anterior. “Os insumos tradicionais ainda dominam o mercado, mas um estudo da McKinsey revelou que 70% dos produtores esperam manter ou aumentar os gastos com produtos biológicos, evidenciando um avanço significativo dessa tendência”, observa Pereira.
A digitalização também tem desempenhado um papel relevante, facilitando o acesso a insumos e proporcionando maior segurança no crédito rural. “Marketplaces e plataformas digitais agilizam negociações e aumentam a eficiência do planejamento estratégico no campo”, acrescenta o especialista. Essas ferramentas possibilitam maior precisão na aquisição de insumos, contribuindo para a otimização dos recursos.
Diversificação e Resiliência
A diversificação de culturas segue como uma estratégia eficaz para mitigar riscos climáticos e financeiros. “A monocultura não é sustentável a longo prazo. O produtor que adota diferentes culturas e atividades consegue garantir maior resiliência e rentabilidade”, conclui Rizzon.
Diante de um cenário de custos elevados e margens pressionadas, o planejamento de médio e longo prazo torna-se imprescindível. A safra de 2025 representa uma oportunidade para consolidar boas práticas e fortalecer a competitividade da agricultura brasileira.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio
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