Opinião

Acúmulos benditos

O tesouro depende do polimento do coração, assim como dos pensamentos que direcionam os esforços para a conquista justa. Neste ponto, pode-se destacar a relevância da estética e do belo para buscar os haveres que importam de modo atemporal.

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Paulo Hayashi Jr. é Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp.

O que juntamos na vida como legítimos tesouros têm valor depois do nosso desencarne? Pode parecer uma pergunta estranha à primeira vista, todavia representa um dos aspectos essenciais em uma existência bem vivida. O que implica em uma aprovação da consciência individual e do universo como um todo. Alguns buscam a fama ou o dinheiro transitório que se dissipa como névoa após algum tempo. Outros, procuram posições sociais de destaque, mas sem qualquer base moral ou aspecto da verdade maior. Para os discípulos de Cristo, há a seguinte observação: “Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração” (Mat 6:21).

O tesouro depende do polimento do coração, assim como dos pensamentos que direcionam os esforços para a conquista justa. Neste ponto, pode-se destacar a relevância da estética e do belo para buscar os haveres que importam de modo atemporal. Desde a antiguidade sabe-se que o mundo é cheio de ilusões e armadilhas das aparências transitórias que  distorcem a leitura da realidade. Assim, o belo e a estética como os esforços tanto dos sentidos físicos quanto da inteligência e da razão para que o indivíduo alcance o cerne de um caminho superior. É o refinamento dos sentidos que leva à transcendência do ser. Todavia, não de modo egoico ou materialista, mas altruísta e com conhecimentos transcendentais. Um aprimoramento tanto do lado racional e emocional, quanto espiritual.

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O caminho da perfeição é longo e contar com gostos que enobrecem e elevam o ser representa ter a naturalidade do progresso e da afinidade com o bem, o belo e a verdade maior.

Paulo Hayashi Jr. – Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp. 

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ARTIGO

Independência ou morte

É evidente que, apesar de todo o trabalho de pesquisa feito pelo artista – que, além de pintor, tinha outros talentos e atividades, como cientista, poeta, romancista e professor -, a tela, pintada mais de 60 anos depois, não estaria imune às polêmicas que inevitavelmente viriam. Assim como quanto à obra de Pedro Américo, a própria independência seria alvo de polêmica, não só pela divergência entre os que desejavam uma nação independente e os que defendiam a manutenção do vínculo de domínio à Corte portuguesa.

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Carlos Nina é advogado e jornalista

São decorridos, neste setembro de 2024, 202 anos do “brado retumbante” ao qual se referiu Joaquim Osório Duque-Estrada nos versos que se consolidaram como o Hino Nacional e que estão na primeira estrofe: Ouviram do Ipiranga, as margens plácidas / De um povo heroico, o brado retumbante / E o Sol da liberdade, em raios fúlgidos / Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Mas a imagem que nos vem à mente é a tela do pintor paraibano de Areia, Pedro Américo de Figueiredo e Melo, que, contratado pelo Governo do Estado de São Paulo, produziu Independência ou Morte!, tela  que deveria corresponder ao grito do príncipe Pedro, às margens do Ipiranga.

É evidente que, apesar de todo o trabalho de pesquisa feito pelo artista – que, além de pintor, tinha outros talentos e atividades, como cientista, poeta, romancista e professor -, a tela, pintada mais de 60 anos depois, não estaria imune às polêmicas que inevitavelmente viriam. Assim como quanto à obra de Pedro Américo, a própria independência seria alvo de polêmica, não só pela divergência entre os que desejavam uma nação independente e os que defendiam a manutenção do vínculo de domínio à Corte portuguesa.

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Pintura à parte, o que representou aquele rompimento de Pedro, que viria a ser o primeiro Imperador do Brasil?

É relevante para essa reflexão que se saiba que o príncipe fora instado a deixar o Brasil e ir para Portugal. Foi convencido a ficar por D. Leopoldina, então esposa de Pedro, que “via a conjuntura política com clarividência maior.” (CALÓGERAS, 1966, p. 89). Afinal, assinala o historiador, como pensamento íntimo de Pedro: “Com ele ou sem ele, o país se tornaria independente por qualquer forma”.

Daí a história do Fico, ocorrido dia 9 de janeiro de 1822, quando o Príncipe-regente, contrariando as ordens de Portugal, teria declarado: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto. Digam ao povo que fico.”

Essa história de bem de todos e felicidade geral da Nação, portanto, é antiga. E as constituições brasileiras a repetiriam em seus preâmbulos. A primeira, de 1824, não se refere explicitamente à motivação expressa na célebre declaração de Pedro, mas, ao dissolver a Assembleia Constituinte, o já Imperador, em Manifesto de 16 de novembro de 1823, anuncia o quanto está “empenhado em promover a felicidade e a tranquilidade nacional” e almeja “paz, tranquilidade e prosperidade que a Constituição afiança e assegura.”

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Sete Constituições depois (1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967/1969), a de 1988 proclama a intenção dos Constituintes: “instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus.”

É o que temos?

Carlos Nina é advogado e jornalista

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