Agronegócio critica governo por atraso e valor considerado insuficiente no Plano Safra 2024/25

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A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) de manifestou sobre o valor de R$ 475,5 bilhões destinados ao Plano Safra 2024/25, antecipados pelo Portal Pensar Agro nesta segunda-feira (01.07). O deputado federal Arnaldo Jardim, vice-presidente da entidade, disse que a quantia é insuficiente para atender às demandas do setor, que necessitaria de pelo menos R$ 570 bilhões.

Outro detalhe comentado por Jardim, foi quanto à equalização dos juros. Embora o governo tenha anunciado detalhes, como a destinação de R$ 16,7 bilhões (a FPA reivindica R$ 20 bilhões) para equalização de juros, Jardim enfatizou que a análise final sobre o Plano Safra ainda depende de vários fatores, incluindo a definição das taxas de juros, a disponibilidade de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e depósitos à vista, além da questão do seguro agrícola.

Nos últimos 12 meses, a taxa básica de juros caiu de 13,75% para 10,5%. No entanto, Jardim descartou a possibilidade de que os juros oferecidos ao agronegócio diminuam na mesma proporção entre o Plano Safra de 2023/24 e o de 2024/25. “Nós não temos uma expectativa, para ser bem práticos, de que tenha uma diminuição de três pontos. Sabemos disso”, afirmou.

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Jardim também destacou que o atraso na divulgação do Plano Safra, que deveria ter sido anunciado oficialmente na semana passada e foi transferido para esta quarta-feira (03.07) impacta negativamente o setor, especialmente os pequenos produtores. “O atraso foi além do razoável e isso custará ao setor”, disse.

Apesar da redução no custo de produção devido à queda nos preços das commodities e insumos, Jardim alertou que a produtividade foi afetada por fenômenos climáticos, aumentando a necessidade de financiamento. “A produtividade caiu com todos os fenômenos climáticos”, observou.

Outra preocupação mencionada pelo deputado é a redução na área segurada no ano-safra 2023/24, com a área segurada diminuindo de 13% para 11%. Jardim avaliou que os recursos destinados ao seguro agrícola deveriam ser maiores. “O dado, que não é um bom dado, é que a área segurada de esta área plantada diminuiu na safra”, afirmou.

Para contornar as limitações do Plano Safra, Jardim destacou a importância de alternativas de financiamento, como os Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagros), que já mobilizam R$ 40 bilhões e contam com a participação de 1,2 milhão de investidores. “Nós cada vez mais queremos criar fontes alternativas. O Plano Safra é essencial, mas outras fontes que possam financiar o setor agro e o mercado de capitais têm um papel decisivo”, concluiu.

Isan Rezende – arquivo pessoal

IA – O presidente do Instituto do Agronegócio, Isan Rezende, corroborou as preocupações levantadas pelo deputado federal Arnaldo Jardim, concordando com o valor de R$ 570 bilhões, necessário para atender adequadamente às necessidades do setor.

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“O montante que deve ser anunciado – se confirmado – está aquém das expectativas e das necessidades reais do setor agropecuário brasileiro, que enfrenta desafios crescentes e uma demanda por recursos significativamente maior”, disse.

Isan Rezende também criticou o atraso na definição e anúncio do Plano Safra, afirmando que isso demonstra uma desorganização por parte do governo. Ele destacou que a demora na divulgação do plano prejudica não apenas os produtores, mas toda a cadeia produtiva do agronegócio, gerando incertezas e impactos negativos.

“Todo esse transtorno poderia ser evitado com uma gestão mais eficiente e planejada das políticas públicas voltadas ao setor”, finalizou Rezende.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Mercado do boi gordo mantém tendência de alta com demanda aquecida

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O mercado físico do boi gordo apresentou firmeza nos preços ao longo da última semana, refletindo o bom desempenho do escoamento da carne no atacado. Estados como São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul e Rondônia registraram encurtamento das escalas de abate, o que favoreceu a valorização da arroba. A demanda consistente, tanto no mercado interno quanto no externo, tem sido o principal fator de sustentação dos preços.

As exportações seguem aquecidas, consolidando o Brasil como um dos principais fornecedores globais de carne bovina. O fluxo positivo dos embarques mantém o setor em uma posição estratégica, especialmente diante das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que podem gerar novas oportunidades para a carne brasileira. O cenário internacional reforça a competitividade do produto nacional, impulsionando a valorização da arroba no mercado interno.

No dia 13 de março, as cotações da arroba do boi gordo refletiram essa tendência de valorização. Em São Paulo, o valor manteve-se estável em R$ 310,00. Já em Goiás e Mato Grosso do Sul, houve alta de 1,72%, com a arroba negociada a R$ 295,00. Em Minas Gerais, o mercado registrou queda de 3,91%, fixando o preço em R$ 295,00. Mato Grosso permaneceu com preços inalterados em R$ 300,00, enquanto em Rondônia a arroba seguiu estável em R$ 265,00.

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No mercado atacadista, a elevação nos preços reflete o desempenho positivo do consumo na primeira quinzena de março. O quarto traseiro do boi foi cotado a R$ 25,00 o quilo, apresentando alta de 2,04% na comparação semanal. O quarto dianteiro registrou valorização de 2,72%, sendo negociado a R$ 18,50 o quilo. No entanto, a expectativa para a segunda quinzena do mês é de uma possível desaceleração no consumo, em razão da menor circulação de renda entre os consumidores.

As exportações brasileiras de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada mantêm um ritmo expressivo de crescimento. Em março, nos primeiros três dias úteis do mês, os embarques totalizaram US$ 295,515 milhões, com uma média diária de US$ 98,405 milhões. O volume exportado atingiu 60,545 mil toneladas, com um preço médio de US$ 4.876,00 por tonelada. Na comparação com março do ano anterior, o valor médio diário das exportações cresceu 161,3%, enquanto a quantidade exportada avançou 142,7%.

A manutenção desse cenário dependerá de fatores como a continuidade da demanda externa aquecida e o comportamento do consumo doméstico. Além disso, desafios logísticos e tributários seguem impactando a cadeia produtiva, tornando essencial o planejamento estratégico do setor para garantir a competitividade do produto brasileiro no mercado global.

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Fonte: Pensar Agro

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