Aparecida de Goiânia: 106 fugas, 9 mortes e desespero
Na Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto, em Aparecida de Goiânia, nove presos foram mortos e 14 ficaram feridos durante uma rebelião na tarde de ontem. Informações de familiares e da Superintendência Executiva de Administração Penitenciária (Seap) foram de que os detentos da Ala C invadiram as alas A, B e D. Outros 106 presos fugiram e 29 haviam sido recapturados até às 20 horas de ontem (1º).
Na entrada do presídio, os familiares estavam em desespero, sem informações dos detentos. Até o fechamento desta edição, a Seap ainda não havia divulgado a lista dos mortos. No local, se falava de preso decapitado, com fotos de corpos circulando por aplicativos de mensagem, e detentos carbonizados. No final da tarde, dois carros do Instituto Médico Legal (IML) entraram no local.
A Seap confirmou que os detentos incendiaram a unidade prisional e corpos ficaram carbonizados, sem especificar quantos. O Corpo de Bombeiros foi chamado para controlar as chamas e a Polícia Técnico-Científica para identificar os corpos.
Mãe de um detento, Simone de Andrade, de 45 anos, tentava amparar a filha enquanto aguardava notícias do filho. “Espero que ele esteja vivo, só isso. Se ele estiver morto, não sei se vou aguentar”, disse. No fim da tarde, sua filha, Luana Cristina, de 22 anos, começou a gritar e desmaiou. Sua neta, de três anos, colocou as mãos sobre os ouvidos.
Luana havia acabado de ver o irmão machucado retornando à unidade. Sem saber o grau do ferimento, entrou em desespero. A jovem foi atendida pelo Corpo de Bombeiros e em seguida foi embora com a mãe e a filha. “Agora é esperar que meu filho sobreviva. É o que eu posso pedir, porque eu não posso fazer nada daqui”, disse Simone.
Os familiares tentavam de longe, da parte externa do presídio, ver se identificavam seus filhos, netos, maridos. Alguns conseguiam, outros continuaram à espera da lista de mortos e feridos, e outros disseram ter recebido ligação de dentro da unidade dos próprios presos informando que seus familiares estavam bem.
Mais confusão
Em nota, a Seap informou que por volta das 16 horas o presídio foi retomado pelo Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (Gope), com apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar. No entanto, depois disso, outra confusão teve início.
Do lado externo, foi possível ver a correria de agentes e policiais. O tenente coronel Hrillner Braga Ananias, comandante do Batalhão de Choque, afirmou que estavam fazendo a limpeza da unidade, uma garrafa foi quebrada e uma agente achou que poderia ser uma situação grave. “Mas não era”, disse. Mesmo com o presídio controlado, tiros podiam ser ouvidos na redondeza do presídio. A todo tempo, policiais chegaram com presos recapturados.
Na porta do presídio, familiares informaram que no último domingo, durante o horário de visitas, houve uma movimentação na unidade, com presos de uma das alas tentando fugir. De acordo com eles, disparos chegaram a ser feitos. A reportagem entrou em contato com a assessoria da Seap, que disse que passaria a informação amanhã de manhã. A superintendência informou em nota que 127 detentos saíram da unidade durante a confusão, mas retornaram em seguida, ao fim da rebelião.
Durante todo o dia, a informação que chegava aos familiares, seja por policiais, agentes, ou do presidente do Conselho da Comunidade de Aparecida de Goiânia, Marcelo Borges, era de que a direção estava fazendo a contagem para repassar aos familiares a lista de mortos, feridos e foragidos.
Mais casos
A rebelião na Colônia acontece exatamente um ano depois do massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, que deixou mais de 50 mortos.
Além da rebelião no Semiaberto, hoje houve outras duas situações em presídios de Santa Helena de Goiás e em Rio Verde. No primeiro, um agente penitenciário chegou a ser feito de refém. A briga teve início por volta das 1 hora e a negociação durou toda a madrugada. O superintendente de Administração Penitenciária, coronel Newton Castilho, chegou a ir no local para atender a ocorrência. Em Rio Verde houve um início de motim, que foi controlado por agentes.
Da Redação com O Popular
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