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Avião retirado das mãos do tráfico vai a leilão, em Goiás

O jato com capacidade para 12 passageiros, foi apreendido durante a Operação Icarus, desencadeada em agosto de 2019 pela PC. A aeronave está avaliada em R$ 7,2 milhões

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A Polícia Civil (PC), apreendeu em agosto do ano passado durante a Operação Icarus, para desarticular uma organização criminosa que atuava no tráfico internacional de drogas a partir de Goiânia, a aeronave Falcon 50 C-GLRP/87, com capacidade para 12 passageiros, será leiloada. O anúncio foi feito pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senad/MJSP). O órgão informou que o recurso arrecadado será destinado ao Fundo Nacional Antidrogas. A aeronave é avaliada em R$ 7,2 milhões.

O leilão, na modalidade eletrônica, está aberto para lances até a próxima segunda-feira (7), pelo valor total da avaliação. Interessados devem acessar o site www.leilomaster.com.br.

A aeronave está estacionada desde a apreensão no Hangar José Ludovico de Almeida, sede do Serviço Aéreo do Estado de Goiás (Saeg), no Setor Santa Genoveva e está disponível para visitas, desde que seja feito o agendamento antecipado por meio do telefone (62) 99858-6688.

Conforme a Senad, mais de 9 mil bens apreendidos de criminosos estão em processo de venda em todo o Brasil, incluindo veículos, eletrônicos, imóveis, produtos perecíveis e agropecuários, dos quais mais de 150 estão em Goiás. Todos irão a leilão nos próximos meses. O órgão, que cadastrou leiloeiros em todo o País, teve a competência ampliada por meio do Decreto 10.073/2019. Além de leilões do patrimônio apreendido do tráfico de drogas, passou a utilizar a estrutura para efetuar a venda de itens oriundos do enriquecimento ilícito envolvendo outros crimes, como a corrupção e a lavagem de dinheiro, com perda de bens em favor da União.

Piloto

O avião foi apreendido após ação do Grupo Antissequestro, da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) que começou a investigar o desaparecimento do piloto Bruce Lee Carvalho dos Santos, em dezembro de 2018. Bruce é irmão de Mohamed D’Ali Carvalho dos Santos, conhecido por ter matado e esquartejado a estudante inglesa Cara Marie Burke, de 17 anos, em 2008, em Goiânia. Quando desapareceu, Bruce pilotava uma aeronave. As investigações mostraram que o piloto integrava o grupo de tráfico internacional e pode ter sido vítima de queda do avião na Bolívia.

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Os pilotos contratados pela quadrilha realizavam voos arriscados para buscar drogas em países como Bolívia, Colômbia e Peru. Conforme os investigadores da Polícia Civil de Goiás, nessas operações as aeronaves são modificadas para o aumento de autonomia e reabastecidas durante o voo por meio de galões de combustível. Os voos são muito baixos para fugir do controle aéreo e os equipamentos de localização, como transponder, são desligados.

Durante a Operação Icarus também foram apreendidos outro jato, modelo Cessna Citation, um helicóptero, 11 veículos de luxo, relógios das marcas Rolex e Hublot, R$ 500 mil e US$ 77 mil. Na época, 13 pessoas foram identificadas como integrantes da organização criminosa. Era na capital goiana que eles aliciavam jovens pilotos, como Bruce Lee.

A Saeg participou da apreensão das três aeronaves durante a Operação Icarus. Duas estavam em Goiânia e a outra no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). O jato modelo Cessna Citation ficou em poder do governo de Goiás. Em agosto deste ano o juiz federal João Azambuja, da 11ª Vara da Seção Judiciária de Goiás, deu sentença favorável ao uso do avião pela administração estadual. O governador Ronaldo Caiado (DEM) informou na ocasião que a aeronave seria utilizada no transporte de órgãos e pacientes graves de Goiás.

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Grupo ostentava riqueza vinda de negócio complexo

A Operação Icarus revelou um bem estruturado grupo criminoso que atuava especificamente com o tráfico de cocaína. O comando era do holandês Dennis Petronella, radicado no Brasil há alguns anos. Ele ficava em São Paulo e organizava a logística de exportação da cocaína. A droga vinha de países como Colômbia, Bolívia e Peru e depois era exportada para a Europa, destinos como França, Holanda, Alemanha e Bélgica.

Pilotos buscavam a droga nos países latino-americanos, levavam para o Pará e, em seguida, para Goiás. De Goiânia os entorpecentes seguiam para portos onde eram acondicionados em conteiners em meio a produtos lícitos. O grupo também utilizava “mulas” – pessoas que levam drogas em porções menores em bagagens de voos regulares para a Europa. Carros e aeronaves ficavam em nome de laranjas e o dinheiro originado nas operações de tráfico eram lavados por meio de empresas abertas pela organização.

A organização, como descobriram os investigadores, tinha o hábito de ostentar. Os dois jatos aprendidos não eram utilizados no transporte de drogas, mas sim em viagens de lazer dentro e fora do Brasil como Dubai, nos Emirados Árabes, e Ilhas Maldivas. Veículos de imprensa registraram o pouso do helicóptero apreendido num lote baldio em Palmas (TO) somente para que os ocupantes comprassem gelo.

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