As recentes crises sanitárias reforçam a necessidade de fortalecer a biossegurança no agronegócio brasileiro, alertam especialistas. O país, líder global em produção e exportação de alimentos, enfrenta riscos que vão além das fronteiras: falhas na proteção sanitária podem gerar embargos internacionais, comprometer a credibilidade e provocar impactos econômicos profundos.
Impacto econômico e estratégico das exportações
Em 2024, o agronegócio brasileiro registrou exportações de US$ 164,4 bilhões, o segundo maior valor da série histórica, consolidando o Brasil como líder mundial em soja, café, suco de laranja, açúcar, carne bovina e de frango. Esse desempenho não apenas sustenta a economia interna, mas também representa um ativo estratégico vital para a estabilidade do país.
Crises sanitárias históricas e vulnerabilidades
A vulnerabilidade do setor já foi evidenciada em crises passadas. O surto de febre aftosa em Mato Grosso do Sul, em 2005, levou mais de 60 países a suspenderem a compra de carne brasileira, gerando prejuízos bilionários. Mais recentemente, a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (gripe H5N1), detectada em aves silvestres em 2023, colocou o setor avícola — líder mundial em exportações — em alerta, evidenciando o risco de embargos comerciais severos.
Biossegurança: defesa essencial da produção de alimentos
A principal barreira contra essas ameaças é a biossegurança, que inclui medidas preventivas para proteger a saúde humana, animal e ambiental. No Brasil, órgãos como o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) coordenam programas como o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) e o Programa Nacional de Sanidade Suídea (PNSS), que envolvem controle de acesso a propriedades, monitoramento de insumos e fiscalização por auditores federais agropecuários.
Investimentos estratégicos para proteção da cadeia
Para manter a liderança global, o setor precisa investir em:
- Capacitação e educação sanitária de produtores, transportadores e cooperativas
- Tecnologias avançadas de monitoramento e rastreabilidade digital
- Parcerias público-privadas para ações integradas
- Atualização de protocolos e legislação sanitária
- Criação de centros de inteligência sanitária para respostas rápidas a emergências
Essas medidas fortalecem a confiança internacional no Brasil e aumentam a resiliência do agronegócio frente a crises globais.
Biossegurança como pilar estratégico
Mais do que uma exigência sanitária, a biossegurança é um pilar da soberania alimentar e da competitividade nacional. Garantir a proteção da cadeia produtiva brasileira significa preservar o futuro de um dos maiores exportadores de alimentos do mundo. Como alerta o CEO do Grupo Setta, Vinicius Dias, a escolha é clara: biossegurança ou colapso.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio