BNDES reduz juros para empresas com desempenho ambiental e social

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Empresas que reduzirem emissões de gases poluentes ou aumentarem iniciativas sociais, mostrando expansão de seu desempenho ambiental, social e de governança (ASG), terão juros reduzidos nos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

De acordo com o banco, o programa vai conceder financiamentos com destinação livre, sem relação com projetos de investimento, para empresas que se comprometerem a melhorar os indicadores de sustentabilidade. “Aquelas que cumprirem as contrapartidas mínimas e atingirem as metas estipuladas pelo programa terão redução na taxa de juros”, informou a instituição.

O programa BNDES Crédito ASG se destina a empresas da cadeia de madeira voltada para reflorestamento, fabricantes de equipamentos para a cadeia de energia renovável e de eficiência energética, mineração, siderurgia, setores com potencial de melhorias em termos ambientais.

Do lado social, o setor escolhido foi o de provedores de internet de pequeno porte, que são vinculados diretamento à agenda ambiental, social e de governança. O aumento da oferta de conectividade é uma das metas do Plano Trienal 2020 – 2022 da instituição. A expectativa do banco é que, posteriormente, o programa seja estendido para outros setores.

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O programa tem orçamento de R$ 1 bilhão, o que permitirá conceder empréstimos de até R$ 150 milhões por grupo econômico. As empresas interessadas deverão dar entrada nos seus pedidos diretamente no BNDES até 31 de dezembro de 2023. O prazo total de pagamento será de até 96 meses, incluída carência de até 24 meses.

Brasil mais sustentável

O diretor de Crédito Produtivo e Socioambiental do BNDES, Bruno Aranha, disse que a solução inovadora de linked loan (crédito com incentivos para boa performance socioambiental) representa mais um importante passo, pois apoia e estimula as empresas a adotarem as melhores práticas e a repensarem seus modelos de negócio em prol da economia de baixo carbono e inclusiva”. Já o diretor de Crédito a Infraestrutura do Banco, Petrônio Cançado, ressaltou que a meta é ajustar as empresas ao desejo da sociedade de ter “um Brasil mais sustentável”.

Para ter direito à redução da taxa de juros, as empresas deverão cumprir algumas obrigações mínimas, entre as quais a publicação anual de uma política de responsabilidade socioambiental; a incorporação de focos prioritários de atuação em educação e diversidade na Política de Investimento Social da empresa, como parte da estratégia para combater o preconceito e a discriminação de raça, LGBTQIA+, etnias, gênero e deficiências; e a publicação anual de Relatório de Sustentabilidade no modelo global reporting initiative ou similar.

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A empresa deverá ainda cumprir duas metas que serão escolhidas a partir de cinco indicadores predefinidos: a obtenção de uma certificação ambiental; a obtenção de uma certificação social; a realização de inventário de redução da emissão de gases de efeito estufa ou de captura de carbono; a ampliação de, no mínimo, 10% no número de fornecedores oriundos das regiões Norte e do Nordeste, que concentram os municípios de menor desenvolvimento social no país; e a ampliação da base de clientes dos serviços de banda larga, considerando metas preestabelecidas, no caso dos provedores de internet de pequeno porte.

Parceria

O BNDES informou ainda que os indicadores e contrapartidas do programa resultaram de pesquisa das melhores práticas nessa área, realizada com apoio do governo britânico, em parceria com a Embaixada do Reino Unido no Brasil.

A diretora do programa de finanças verdes do governo britânico no Brasil, Katia Fenyves, afirmou que o novo programa brasileiro vai possibilitar que “mais setores encontrem viabilidade para transitar definitivamente para um modelo de baixo carbono”.

Edição: Maria Claudia

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ECONOMIA

CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos

Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

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CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos. Fotos: CRV

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.

De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.

Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.

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Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.

A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.

A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.

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