Cerca de 2,5 mil agentes penitenciários temporários de Goiás devem ser dispensados após PEC que prevê transformação de agentes penitenciários em policiais penais

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A transformação de agentes penitenciários em policiais penais decorrentes da Proposta de Emenda Constitucional PEC 372/2017 deve causar dispensa de cerca de 2,5 mil vigilantes penitenciários temporários em Goiás. Isso porque a proposta, aprovada em novembro e promulgada na última quarta (4), prevê o preenchimento do quadro de servidores por meio exclusivo de concurso público. Sindicato encara mudança como positiva. Temporários temem processo de demissão.

Proposta pelo ex-senador Cássio Cunha Lima (PSDB), a medida transforma os atuais agentes penitenciários em policiais penais em nível federal, estadual e distrital. A nova polícia será vinculada ao órgão que administra o sistema penal em cada Estado. 

Atualmente há no sistema penitenciário goiano cerca de 1,4 mil servidores efetivos, que foram transformados, automaticamente, em policiais penais, e 2.561 vigilantes temporários, que devem ser dispensados. A previsão, segundo o Sindicato dos Servidores do Sistema de Execução Penal de Goiás (Sinesp-GO), é de que as dispensas ocorram de forma gradual em três anos.

O presidente do Sindicato, Maxsuell Miranda das Neves, vê as mudanças propostas como positivas. Segundo ele, os profissionais terão mais direitos garantidos. Entre as alterações o servidor cita a aposentadoria. “Todo policial tem direito à aposentadoria especial. Os agentes, no entanto, mesmo sendo policiais, não tinham isso e agora terão”, diz.

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Para o sindicalista, a PEC acarreta mais investimentos à categoria. Ele relata que atualmente nem todos os servidores efetivos possuem armamento porque a profissão não era considerada carreira policial. “Há cerca de 450 servidores que não possuem arma por conta de burocracia. Agora isso será possível com mais facilidade. Haverá mais investimento e melhor estrutura à classe”.

De acordo com ele, a criação da Polícia Penal também vai impedir a privatização dos presídios. “Agora, o sistema terá profissionais de carreira aprovados em concurso e isso vai inibir as privatizações”, afirmou.

O servidor destaca ainda que a mudança imprime mais autonomia e respeito à categoria. “As mudanças promovem o reconhecimento da categoria. Éramos policiais, mas não tínhamos esse reconhecimento. A medida traz mais respeito à corporação e acaba com aquele estigma de torturadores e corrupção”.

Maxuell afirma que a categoria será comandada por um policial penal e não mais por outra corporação. “Uma Polícia não pode ser comandada por outra Polícia. Temos profissionais muito capacitados. Todos têm nível superior e muitos têm doutorado e mestrado. Temos conhecimento intelectual e técnico que permite essa autonomia”, salientou.

Por outro lado, um vigilante penitenciário temporário, que preferiu não ter a identidade revelada, afirma que o sentimento dos profissionais contratados é de temor. “Todo mundo tem família para sustentar. A gente não sabe quando as demissões vão ocorrer, de que forma isso vai acontecer e nem quantas pessoas serão atingidas. Nosso sentimento é de medo mesmo”, afirma.

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Conforme expõe o vigilante, ainda não há comunicado oficial, mas as conversas de corredor já causam alerta. “O que dizem é que há a possibilidade demissão em massa. Não sabemos se é real, mas estamos preocupados com a situação”, disse.

Em nota, o Governo de Goiás afirma que, a partir da promulgação da PEC, deu início aos estudos para a formulação de ofício-mensagem a ser encaminhado à Assembleia Legislativa para que seja estabelecida a regulamentação estadual dessa nova classe no âmbito das carreiras da Segurança Pública em Goiás (SSP-GO).

Segundo o texto, um grupo de trabalho do Conselho Nacional dos Secretários de Estados da Justiça, da Cidadania, Direitos Humanos e Administração Penitenciária (Consej) deu início para a regulamentação nacional. “O Governo entende que só a partir destes desdobramentos, que dependerão das análises jurídica e legislativa, terá uma perspectiva sobre os impactos da EC 104 no quadro de pessoal da administração penitenciária”.

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Feminicídios caem 31% no primeiro trimestre de 2024 em Goiás

Dados da Secretaria de Segurança Pública apontam redução do assassinato de mulheres e de outros crimes no estado.

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Trabalho integrado das forças de segurança resultou na queda de indicadores relacionados a feminicídios e outros crimes violentos. Foto: Secom

Os casos de feminicídio (assassinato de mulheres em contexto de violência doméstica ou aversão ao gênero) caíram 31% em Goiás no primeiro trimestre de 2024, na comparação com o mesmo período de 2023. Levantamento recente da Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO) revela que, nos primeiros três meses do ano passado, houve 13 casos registrados; este ano, nove.

Em discurso durante a apresentação dos números, o secretário de Segurança Pública, Renato Brum, frisou a importância da união de forças para reduzir o número de feminicídios. “É um trabalho integrado das forças de segurança, em especial as especializadas, o Batalhão Maria da Penha, as Deams, o Ministério Público, o Judiciário e a imprensa fazendo a divulgação”. Brum destacou que o objetivo é continuar reduzindo esta modalidade de crime no estado.

De acordo com a SSP-GO, os crimes violentos letais intencionais (CVLI) também registraram redução de janeiro a março deste ano no estado, em relação ao mesmo período de 2023. Os homicídios dolosos, por exemplo, recuaram 24%. No primeiro trimestre do ano passado foram registrados 274 casos; este ano, 209.

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Outras modalidades de delitos seguiram a mesma tendência de retração. Entre os crimes violentos contra o patrimônio, os casos de roubos em residência caíram 14% no primeiro trimestre do ano; roubos de cargas, 92%. Mais uma vez, não houve qualquer registro de roubo a instituição financeira.

Integração

O bom desempenho se deve, em grande parte, às ações integradas das Forças de Segurança do Estado. Segundo o Observatório de Segurança Pública, da SSP-GO, de janeiro a março de 2024 foram cumpridos 2.258 mandados de prisão e apreensão. Também foram verificados 274.383 veículos, resultando na recuperação de 974 automóveis com registro de furto ou roubo. As abordagens a pessoas somaram 401.562 registros.

A atuação conjunta das polícias Civil e Militar resultou em 7.352 prisões em flagrante, desarticulação de 69 quadrilhas, apreensão de 1.158 armas de fogo e recaptura de 1.911 foragidos da justiça. Além disso, mais de 3 toneladas de drogas foram apreendidas, contribuindo para a redução da criminalidade no estado.

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