Congresso discute mas não vota mudanças no orçamento secreto

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Deputados e senadores se reuniram em sessão conjunta, na tarde de hoje (15), para discutir um projeto de resolução que altera as regras de repasse de verbas oriundas das emendas de relator (RP9), mais conhecidas por orçamento secreto. O projeto chegou a ser discutido, mas sua votação ficou para a próxima terça-feira (20), quando parlamentares das duas Casas deverão se juntar em uma nova sessão.

Os parlamentares debateram o tema por mais de três horas e, quando se aproximava das 16h, horário previsto para o fim da sessão e início da Ordem do Dia da Câmara dos Deputados, o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) propôs a votação do projeto na próxima sessão.

“Eu tenho o compromisso com o Presidente da Câmara, Arthur Lira, de devolução do Plenário da Câmara dos Deputados às 16h para que se possa iniciar a sessão da Câmara, que também é muito importante. Proponho, portanto, o encerramento da discussão dessa matéria; não há mais oradores. E deixamos a apreciação para a próxima reunião do Congresso Nacional juntamente com a da Lei Orçamentária Anual”, disse Pacheco, obtendo a concordância dos colegas.

O relator do orçamento, senador Marcelo Castro, defendeu as emendas RP9. Para ele, são “um avanço do empoderamento do Poder Legislativo ao longo dos anos em relação ao Poder Executivo”. No entanto, a resolução discutida no plenário passaria a ter, segundo ele explicou, a digital dos parlamentares envolvidos no repasse dos valores.

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“Nessa Resolução número 3, para a qual nós estamos propondo aqui a aprovação, se repete aquilo que já está na LDO: acaba o usuário externo e nenhum recurso sairá daqui sem ter o nome do parlamentar que está indicando o recurso”. O projeto de resolução também prevê que pelo menos 50% dos recursos das emendas RP9 deverão ser destinados para a área social, seja saúde, assistência social ou educação.

Mesmo com a proposta de mudanças na RP9, as críticas continuaram. A deputada Sâmia Bonfim (Psol-SP) afirmou que a resolução daria ainda mais poder aos líderes partidários, pois seria deles o poder de repasse de parte das verbas. Para ela, seria criado um verdadeiro “balcão dentro da própria bancada” para definir qual será a destinação desses recursos.

Julgamento no STF

O debate sobre alterações nas regras das emendas RP9 ocorrem ao mesmo tempo em que o Supremo Tribunal Federal (STF) vota sobre sua constitucionalidade da medida. A presidente da Corte proferiu ontem (14) seu voto. Rosa Weber entendeu que as emendas de relator são inconstitucionais. Segundo ela, esse tipo de emenda prejudica a distribuição de recursos, o direito de parlamentares de participarem do ajuste do Orçamento e a sociedade de obter informações sobre a aplicação do dinheiro.

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Pacheco chegou a informar a presidente do Supremo sobre a votação da Resolução, cujo objetivo é trazer mais transparência aos repasses de verba a parlamentares. A presidente elogiou a atitude do Congresso, mas disse que a tramitação não impede a continuação do julgamento.

Edição: Aline Leal

Fonte: EBC Política Nacional

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POLÍTICA NACIONAL

Projeto prevê salvaguardas à população afetada e ao meio ambiente para instalação de usinas eólicas e solares

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O Projeto de Lei 4386/24 prevê uma série de salvaguardas para a instalação de usinas eólicas e solares, com o objetivo de resguardar as populações afetadas e o meio ambiente. O texto também prevê medidas para proteger os proprietários de terras arrendadas pelas usinas solares e eólicas.

Conforme a proposta, os contratos de arrendamento de imóvel para instalação das usinas terão duração de 20 anos e serão regidos pelo Código Civil. O projeto prevê ainda:

  • a renovação contratual dependerá da expressa anuência do proprietário do imóvel rural;
  • a revisão do contrato poderá ser feita quando constatada a violação dos princípios da boa-fé;
  • o contrato deve garantir o direito à indenização e ao cancelamento quando a operação da usina provocar acidentes, incluindo ambientais;
  • é vedada a utilização de cláusulas que contenham exigências referentes a sigilo (salvo as informações que comprometam a operação do empreendimento);
  • também não será permitida a cobrança pela prestação de assessoria jurídica pela parte contratante e a prorrogação automática do contrato.

Excessos
O deputado Fernando Mineiro (PT-RN), autor do projeto, afirma que o objetivo é combater excessos cometidos pelas usinas eólicas e solares contra os pequenos proprietários das terras onde os empreendimentos são instalados.

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Segundo ele, são frequentes as denúncias de abuso por parte dos empreendedores, como exigência de confidencialidade contratual, contratos por até 50 anos com prorrogação automática, e baixos alugueis pagos aos pequenos proprietários das terras.

“O caráter de irretratabilidade e irrevogabilidade dos contratos impede ainda que os proprietários desistam do negócio antes do término da vigência contratual sem que para isso sejam onerados de forma desproporcional”, disse Mineiro.

Meio ambiente
Em relação ao meio ambiente, o PL 4386/24 prevê salvaguardas como a proibição de usinas solares e eólicas em áreas de reserva legal e outras áreas protegidas. O texto determina ainda:

  • na definição do local do empreendimento, será considerado o menor impacto com uso da cartografia social, zoneamento ecológico-econômico e outros estudos recomendados pela comunidade impactada;
  • será garantida a consulta pública prévia aos estudos de licenciamento e das ações de mitigação de impactos causados pelo empreendimento;
  • novas consultas poderão ser feitas se houver incremento nos impactos negativos inicialmente identificados;
  • será exigida a apresentação do estudo e do relatório de impacto ambiental (EIA/Rima) para os empreendimentos com potência conjunta acima de 3 megawatts (MW); e
  • o EIA e o Plano Básico Ambiental (PBA) deverão prever o plano de descomissionamento da usina e a recuperação das áreas degradadas.
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Outorga das usinas
O texto contém ainda salvaguardas para a outorga, como exigência de publicação prévia do despacho de registro de recebimento de outorga (DRO) das usinas solares, termelétricas e eólicas com potência conjunta superior a 3 MW.

O DRO é um documento em que o proprietário da usina solicita informação sobre acesso à rede elétrica e licenças dos órgãos ambientais.

Próximos passos
O projeto será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; Minas e Energia; Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.

Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei

Reportagem – Janary Júnior
Edição – Roberto Seabra

Fonte: Câmara dos Deputados

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