Detran e Sanperes em briga por R$ 40 milhões

Se para o Estado de Goiás, a diminuição do valor da vistoria veicular significa uma previsão de economia de R$ 40,2 milhões para o cidadão, para a empresa responsável por essas vistorias, esse valor representa menos receita e prejuízo. Uma decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE) suspendeu a diminuição do preço dessa tarifa, que havia abaixado de R$ 175,76 para R$ 108 no dia 7 de junho. A determinação começou a valer na quinta-feira e é em caráter cautelar, ou seja, ainda não é definitiva e pode mudar até o final da tramitação do processo.
Essa decisão do TCE acontece após a Sanperes Avaliação e Vistoria em Veículos, responsável pelas vistorias, ter entrado com uma ação no tribunal contra a diminuição da taxa. No processo, a concessionária usa como argumento, trechos do contrato com o Departamento de Trânsito de Goiás (Detran-GO) que estariam sendo descumpridos. Na prática, a empresa diz temer por suas finanças, caso o valor não seja mantido.
Segundo o diretor-presidente da Sanperes, Daniel Ganda, a tarifa mais baixa impediria o funcionamento da empresa. Ele calcula que metade dos seus cerca de 800 funcionários vão ser demitidos. Além disso, prevê que o serviço ficaria prejudicado. “Uma vistoria que pode ser marcada para este hoje ou amanhã cedo, ia começar a levar 20, 10 dias”, aponta Ganda.
Não é a primeira vez que a Sanperes alega que ficaria prejudicada com a redução da taxa. O advogado da concessionária esteve presente na reunião da Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (AGR) que decidiu pela diminuição da tarifa, no final de maio. Na época, ele argumentou que a redução significaria a falência da empresa e que daquela forma era melhor rescindir o contrato.
Essa redução da taxa foi baseada em um estudo da AGR, após uma solicitação do Detran-GO de revisão tarifária. A nova diretoria do Departamento de Trânsito, que assumiu este ano, teria ficado surpresa ao analisar os últimos reajustes à Sanperes, que teriam tido índices injustificáveis. Entre 2015 e o final do ano passado, o valor da taxa de revisão veicular teve três reajustes que totalizaram um aumento de 49%.
A redução decidida pela AGR colocou o valor abaixo do preço estipulado originalmente no contrato. A justificativa do órgão é que os reajustes anteriores não teriam se atentado ao fluxo de caixa da concessionária, como seria previsto em contrato, e a última revisão, de novembro do ano passado, teria sido feita com a justificativa de uma melhoria de R$ 47 milhões, que não teria sido cumprida.
Reajuste só em 2020, diz TCE
A instrução técnica do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que baseou a decisão cautelar de suspender a diminuição do preço da taxa de vistoria veicular, entende que o reajuste tarifário só deve acontecer em 2020, como previsto em contrato. A empresa responsável pelas vistorias, a Sanperes Avaliação e Vistoria em Veículos, defende essa hipótese.
Para a empresa, os ajustes que aconteceram de 2015 a 2018 são revisões para reequilíbrio econômico-financeiro do contrato, baseados em encargos trabalhistas e na inflação. Já um reajuste baseado nas finanças da empresa só deveria começar a ser calculado no final deste ano e fixado no ano que vem.
Já para o chefe da procuradoria setorial do Detran, Rafael Noleto, o reajuste determinado neste ano deve ser considerado possível assim como os outros três que ocorreram desde 2015. “A empresa se beneficiou com os reajustes. Quando a totalização foi para menos, ela ficou insatisfeita e induziu o órgão de contar a acreditar que revisão, qual fosse, apenas ocorreria a partir do quinto ano”, defende Noleto.
Na instrução técnica do TCE é apontado que a redução expressiva da tarifa, em 38%, pode acarretar prejuízos na execução do contrato e na boa prestação do serviço concedido. Por isso, é entendido que o tema deve ser melhor debatido nos autos ou em fiscalizações do TCE.
Ainda na instrução técnica do TCE, é alegado um suposto vício de competência, já que a decisão pelo reajuste deveria partir direto da diretoria do Detran e não por um setor do órgão. Para Noleto, não houve esse vício, já que os três agentes públicos que assinaram a decisão são integrantes da comissão gestora do contrato, nomeados pelo presidente do Detran.
Detran afirma que vai recorrer
O Detran protocolizou nesta sexta-feira (12) no TCE um pedido para rever a decisão de suspender a diminuição da taxa de vistoria veicular. O órgão argumenta que a tarifa pode sim ser baixada de R$ 175,76 para R$ 108, como previsto em estudo da AGR.
s foram feitos de forma irregular, sem juntar ao cálculo o fluxo de caixa da empresa responsável pelo serviço, a Sanperes. Além disso, no último aumento, em novembro, teria sido feito um acordo que não teria sido cumprido, da concessionária realizar melhorias no valor de R$ 47 milhões.
O diretor da Sanperes, Daniel Ganda, defende que os aumentos da tarifa anteriores não foram reajustes e sim reequilibrios, aprovados pela AGR na época. Ele defende que o reajuste deveria ser feito em 2020, mas que, caso o Estado queira fazer agora, deve ser feito um cálculo detalhado, com um estudo econômico -financeiro da empresa. Já sobre as benfeitorias de R$ 47 milhões, Ganda garante que melhorias foram feitas e que um estudo separado sobre isso deveria ser feito.
Vai e vem
3/2/2015: R$ 117,66
15/4/2016: R$ 136,52
motivo: variação do IGPM de 16,0315% no período de agosto/2013 a outubro/2015
1º/12/2016: R$ 149,21
motivo: foi estabelecido um reequilíbrio econômico-financeiro do contrato, devido à diferença de encargos sociais (16,0315%) no período de agosto/2013 a outubro/2015
1º/11/2018: R$ 175,76
motivo: variação do IGPM (17,79%)
7/6/2019: R$ 108
motivo: relatório da AGR identifica supostos erros em reajustes anteriores
17/7/2019 – R$ 175,76
motivo: cautelar do TCE decide voltar a preço anterior após cautelar da empresa terceirizada
Economia ou prejuízo?
Estado fala de economia de mais de R$ 40 milhões. Para empresa terceirizada este valor é prejuízo
2018
R$ 104.358.730,32 arrecadado (593.795 vistorias)
R$ 40.232.974,32 que deixariam de ser arrecadados com taxa mais barata
OP


CIDADES
Em Goiás, jogador de 14 anos morre após passar mal enquanto jogava bola com amigos
Zequinha deu seus primeiros passos com a bola aos 6 anos, quando jogava futsal. Atualmente, treinava como ponta-direita no G2 Futebol Clube, de Goiânia. Ele era o irmão mais velho entre os três filhos da família.

Um jogador de futebol identificado como Ezequiel Sena Neres, o Zequinha de 14 anos, morreu após passar mal enquanto jogava bola com amigos, em Goiânia. Ele treinava profissionalmente e chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu, informou o pai do adolescente Dione Neres.
O caso aconteceu no último sábado (8), em um condomínio próximo da saída para Senador Canedo. Conforme Dione, o seu filho estava jogando com amigos da igreja que frequenta, quando passou mal. O pai contou que rapidamente levou o filho até um hospital pediátrico, onde foi atendido.
“Ele chegou bem fraco no hospital. Os médicos tentaram restabelecer ele, mas não conseguiram. Ele tinha todos os exames, sendo apto para a atividade”, acrescentou Dione.
Conforme informações da família, o atestado de óbito diz que a causa da morte deverá ser esclarecida por exames complementares.
Orgulho
Zequinha deu seus primeiros passos com a bola aos 6 anos, quando jogava futsal. Atualmente, treinava como ponta-direita no G2 Futebol Clube, de Goiânia. Ele era o irmão mais velho entre os três filhos da família. “Menino de ouro. Craque. Inteligente”, elogiou o Dione.
“Meu garoto de ouro tinha sonho de ser empresário, queria ser bem-sucedido na vida. O desejo dele era já parar de jogar esse ano e focar em estudos. Queria ir morar sozinho cedo”, descreveu o pai.
O clube lamentou a morte do atleta nas redes sociais. “É com muita tristeza que comunicamos o falecimento do nosso atleta Ezequiel (conhecido como Zequinha). Que Deus te receba com sua alegria. Nossos sentimentos a toda sua família, e pedimos que Deus os conforte nesse momento tão difícil. Família G2 em luto”, disse em nota.
O corpo de Ezequiel foi sepultado nesta segunda-feira (10), no Cemitério Parque de Goiânia.
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