Dólar recua em meio a incertezas sobre tarifas nos EUA

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O dólar opera em queda nesta quinta-feira (6), enquanto os investidores acompanham os desdobramentos das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre importações do México e do Canadá. O movimento vem na esteira da decisão de Trump, anunciada na véspera, de suspender por 30 dias a cobrança de tarifas sobre automóveis vindos desses países, um dia após a entrada em vigor da medida que impõe taxas a todas as importações dessas nações.

A suspensão das tarifas é vista pelo mercado como um alívio temporário, pois o temor é de que um aumento generalizado nas taxas de importação nos EUA impulsione a inflação global. Trump, no entanto, manteve o tom protecionista ao afirmar que as montadoras devem transferir suas operações para os Estados Unidos para evitar futuras taxações.

Cotação do dólar e desempenho do Ibovespa

Por volta das 10h, o dólar registrava queda de 0,18%, sendo cotado a R$ 5,7458. Na quarta-feira (5), a moeda norte-americana recuou 2,71%, fechando a R$ 5,7559. No acumulado da semana e do mês, a queda é de 2,71%, enquanto no ano a desvalorização atinge 6,86%.

Já o índice Ibovespa, principal referência da Bolsa de Valores brasileira, fechou o último pregão com alta de 0,20%, atingindo 123.047 pontos. No acumulado da semana e do mês, o ganho também é de 0,20%, enquanto no ano o avanço é de 2,30%.

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Mercado reage a sinais de flexibilização tarifária

A sinalização de que os EUA podem flexibilizar sua política tarifária trouxe maior otimismo aos mercados, após um dia de forte aversão ao risco global. O Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, indicou que Trump pode anunciar medidas adicionais de alívio tarifário. A Casa Branca confirmou a suspensão temporária das tarifas sobre automóveis do Canadá e do México, embora a postura protecionista do governo norte-americano siga como fator de preocupação.

Trump também manteve sua posição de que empresas automobilísticas devem transferir suas operações para dentro dos EUA para evitarem futuras taxações. Além disso, foi indicado que novas tarifas recíprocas serão implementadas a partir de 2 de abril, com cobranças escalonadas.

Impacto sobre inflação e juros nos EUA

O temor dos investidores é de que a imposição de tarifas mais altas sobre importações acabe pressionando os custos de produção nos EUA, elevando os preços dos produtos e impactando a inflação. Caso a inflação se intensifique, o Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, pode ser levado a elevar suas taxas de juros para conter o avanço dos preços.

Uma alta nos juros americanos tornaria os títulos do Tesouro dos EUA mais atrativos, levando investidores a migrarem seus recursos para ativos considerados mais seguros. Esse movimento poderia impactar o preço do dólar globalmente, refletindo diretamente no mercado financeiro internacional.

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Escalada da guerra comercial

As tarifas de 25% sobre importações do México e do Canadá e de 10% sobre produtos chineses entraram em vigor nesta semana, mas o governo dos EUA adiou temporariamente a aplicação para os dois países vizinhos. Trump justificou a medida citando a entrada de drogas ilegais nos EUA por meio dessas nações.

Diante das novas taxações, México, Canadá e China responderam com medidas de retaliação. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciou tarifas de 25% sobre US$ 107 bilhões em produtos americanos, enquanto a China impôs taxas adicionais de 10% a 15% sobre exportações agropecuárias dos EUA e restringiu investimentos de empresas americanas no país.

Pequim também ampliou as investigações sobre dumping por parte de empresas norte-americanas, suspendeu licenças de importação e impediu embarques de madeira serrada vinda dos EUA. O governo chinês incluiu ainda 15 companhias americanas em sua lista de restrição de exportação, proibindo o fornecimento de tecnologias sensíveis.

No México, a presidente Claudia Sheinbaum criticou as tarifas impostas por Washington e prometeu adotar medidas de retaliação.

A escalada da guerra comercial entre as principais economias do mundo segue como um dos fatores de maior influência sobre os mercados globais, trazendo volatilidade e incertezas sobre os próximos passos da política tarifária dos EUA.

Com informações da agência de notícias Reuters

Fonte: Portal do Agronegócio

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Mercado Global de Carne Bovina: Tendências e Perspectivas para 2025

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Os preços do gado bovino seguem trajetórias distintas nos mercados globais, enquanto a produção começa a recuar. Na América do Norte, os preços iniciaram 2025 em alta, impulsionados por estoques reduzidos e forte demanda dos consumidores. Em contrapartida, os países do Hemisfério Sul operam com valores significativamente inferiores, refletindo condições sazonais favoráveis e aumento da oferta.

No Brasil, os preços do gado registraram um expressivo crescimento no final de 2024, impulsionados pela demanda internacional aquecida e menor oferta de animais. No entanto, projeta-se uma queda nos valores ao longo do segundo trimestre, conforme a disponibilidade de gado aumentar.

Globalmente, a produção de carne bovina atingiu um pico em 2024 e agora inicia um movimento de retração. A previsão do RaboResearch é de que o primeiro trimestre de 2025 registre uma redução de 2% na produção em relação ao mesmo período do ano anterior, com queda de 3% no segundo trimestre. No geral, espera-se que a produção de 2025 seja 2% menor, embora ainda 3% superior à média do período entre 2019 e 2023. Os principais recuos estão previstos para o Brasil e a Nova Zelândia.

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Incertezas Políticas e Impactos no Mercado Global

Nos Estados Unidos, a nova administração já gerou incertezas com a proposta e posterior adiamento de tarifas sobre importados do México e do Canadá. Mudanças políticas podem provocar alterações nos fluxos comerciais, influenciando o mercado global de carne bovina.

Destaques Regionais

Brasil: As exportações de carne bovina iniciaram 2025 em ritmo acelerado, registrando o melhor janeiro da história. No entanto, os contratos futuros indicam uma leve queda nos preços até maio, após a forte valorização observada no segundo semestre de 2024.

  • América do Sul: A oferta de carne bovina na região deve recuar em 2025, com o Brasil, principal produtor, reduzindo sua produção em 500 mil toneladas métricas. O elevado abate de fêmeas em anos anteriores impacta a disponibilidade de animais. Apesar disso, as exportações seguem crescendo, impulsionadas pela demanda chinesa.
  • Estados Unidos: O país registra uma queda contínua nos estoques de gado, sustentando preços recordes no início de 2025. A retenção de novilhas pode reduzir o ritmo de abate e afetar a oferta nos próximos anos.
  • China: Os preços da carne bovina caíram 18% em 2024, mas devem se estabilizar na primeira metade de 2025. A produção local tende a recuar, enquanto as importações seguem ameaçadas por disputas comerciais.
  • Europa: A produção de carne bovina deve diminuir em 2025, o que manterá os preços elevados. As exportações seguem em alta, enquanto as vendas de gado vivo apresentam queda significativa.
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Perspectivas para o Setor

A retração da produção global e os desafios no comércio internacional indicam um ano de oscilações para o mercado da carne bovina. Os preços devem se manter elevados em regiões de menor oferta, enquanto o mercado de exportação ganha protagonismo em países produtores. O equilíbrio entre demanda global e disponibilidade de gado será fundamental para definir os rumos do setor em 2025.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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